quinta-feira, 29 de maio de 2014

"Matai o Costa!"

Augusto Alberto            
                            

Nos corredores e nas salas do Partido Socialista, já se grita: “matai o Costa!” Ah pois, matai o Costa, gritam alguns fiéis militantes do socialismo de rosto humano, contra a serpente calculista. Mas para melhor entendimento, quero aqui lembrar, tanto aos fiéis como aos abstencionistas do dia 25 de Maio e aos desgraçados que teimam em votar na corja, a extraordinária estória de Rosa, do Porto, que foi despejada pelos serviços de um hospital público, nas escadarias da igreja do Carvalhido, deixada perpendicular aos degraus, também gastos, pelo sucessivo corrupio de fiéis às orações, embrulhada em cobertores e numa combinação já muito puída por força da traça que grassou pelos seus velhos armários em madeira.
E ainda, poder contar para quem não sabe, também, a extraordinária estória dos meninos de rua, que procuraram um pouco de paz e vianda, nas escadarias da igreja da Candelária, na Cidade do Rio de Janeiro, e que pela calada da noite foram fuzilados por um esquadrão da morte, (policia militar), que julgou limpar a cidade de putos indigentes e metediços, cuidando oferecer, na ponta de uma pistola, melhor sossego à aristocracia da Cidade Maravilhosa.
Para os acima citados fiéis, abstencionistas e desgraçados, que pouco têm aprendido, estes dois exemplos indicam como o modelo liberal de hoje não difere do de ontem. Deste modo, bom seria que por exemplo, Joana Amaral Dias, que em breve será deputada da nação, ou Secretária de Estado do Governo da República, no partido, quem sabe, dirigido pelo Costa, e que até há pouco, foi uma seriíssima revolucionária, e que sabe, creio, destas coisas de chumbo e pólvora, aproveitasse para explicar a Rosa, do Porto, quem a colocou no seu estado de miséria.
E também, bom seria que o poeta Alegre, nos explicasse, quem iniciou a contra-revolução, desde logo, com as abstrusas alterações às leis do trabalho, que permitem que a balança esteja em definitivo, contra o mundo de quem, pelas 8 horas da manhã, ensonado, pega no batente, quer seja num escritório, no ferro ou na malha, e contra uma certa aristocracia operária, que julgando ser, (como custa por os pés na terra, não é Soporcel?), cuidou que mal não lhe sucederia.
E também, que o engenheiro Sócrates, mais o Costa, que foi seu delfim, explicassem à nação, quem, na Assembleia da República, votou favoravelmente, os seus planos de estabilidade e crescimento, (as antecâmaras das politicas de rapina), 1, 2 e 3, e só não foi ainda mais adiante, porque, quem manda pode, e chegado o 4º, fez-se alto e a mando dos banqueiros, foram os socialistas arreados.
Para os citados fiéis, abstencionistas e desgraçados, lembro que a estratégia abstencionista e a estratégia de votar nos escroques, tem sido uma merda. Se fossem boas, nem Portugal, a sul plantado, nem a Europa, do Atlântico aos Urais, estavam com milhões de desempregados. E outros milhões de famintos, e já muitos fascistas a meterem os músculos de fora, como na Ucrânia e em França, a lata e a prosápia. Foi, não se duvide, de copianço em copianço, e de rotação em rotação, que chegamos ao pântano. Infelizmente, para muitos, ainda é tempo de ilusões, e por isso, voltaram a votar nos ladrões.

Ou de desilusões, e desse modo, faltaram ao voto, dando por essa via, outra boa ajuda aos citados ladrões. E só não vê, quem não quer, ou quem também é, patife, ou crê, que o melhor é viver com as sobras do banquete dos leões. Bem sei que o mundo mudará, mas não será com o Costa, nem com demagogos como um tal Nobre e agora, com Marinho Pinto, (novo engano), com certo jeitinho para o caudilhismo.

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