quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Da política e da semântica, com ruído ou sem ruído

Entre o PSD e o PS nunca consegui vislumbrar qualquer diferença de conteúdo. Se bem que na forma poderá haver algumas, o produto final é igualzinho. A diferença será só estética, baseando-se na ausência e na presença da letra “D”, conforme o caso a considerar.
Lembrei-me do que se passa com a semântica, nem sei bem a que propósito. Por via de uma personagem de Mário de Carvalho, uma daquelas que ele tem o talento para inventar. Ou reinventar. A personagem dá pelo nome de Marques. E, numa discussão linguística, diz ele:
“- É que, sabem, não é por acaso que as palavras são como são. Vejam, por exemplo, a palavra gatuno e a palavra ladrão. Só aparentemente é que significam a mesma coisa, porque gatuno quer mais dizer o que se introduz a roubar subtilmente, sem ruído, pela sorrelfa, como o gato. Daí... gatuno, igual a gato + uno. Pelo contrário, o que rouba com ruído, com estardalhaço, procedendo como o cão que ladra, chama-se ladrão, que vem de ladrar + ão. Não, meus caros, o povo é sábio, nunca inventa palavras à toa. O povo é esperto.”
Daí que, de tão esperto, confunda o D. É que o D, dos dois PS's, é uma sorrelfa que só os estúpidos entendem.

1 comentário:

Fernando Samuel disse...

Bem visto!

Um abraço.