Augusto Alberto
Estamos no tempo em que comentadores e politólogos vomitam a
vulgata que sustenta o caos para garantir o regime. Seguindo este raciocínio,
cito uma recolha de opinião feita na Grécia, que diz que a grande maioria dos gregos
está a favor da dispensa de funcionários públicos, após aprovado o plano de
reestruturação da Administração Pública. 70% são simpatizantes da Nova
Democracia e do Pasok (socialistas), a coligação de direita e 47,7%, são da
“esquerda” radical, Syriza, (um ambíguo bloco).
É justo perguntar se o resultado pode ser idêntico, se
estudo semelhante for realizado em Portugal? Pode sim! Algum povo que ainda vai
tendo emprego, às vezes tão vil que só permite tomar pela manhã, o chá simples
e duas bolachas, dá-se ao mais mimético preconceito, porque supõe que
caminhando entre os pingos da chuva, passa sem empapar as bolachinhas. Muitos
provarão do fel, por não terem percebido a tempo que a diabolização “do outro”,
é a retórica que coloca a elite sebenta, a assegurar a miséria geral. (Quantos
chutos mais terão de levar os professores e outros grupos profissionais, com a
mania das grandezas, até perceberem a crueldade e a iniquidade e que o
desumaníssimo axioma, é o colapso?). De qualquer modo, no estudo não se refere
como tendo opinião semelhante, os comunistas. E assim deve ser!
É com efeito nas curvas mais apertadas, que pessoas, Partidos e associações cívicas, mostram
a tenacidade, por mais que a ofensa seja abjecta e truculenta. Todavia, no
oposto, acreditam “democratas”, o mesmo em que acreditaram os fascistas, em
mais de quatro décadas. Que prendendo, assassinando e blasfemando, não havia
fim, tal como a actual elite acredita que nunca será desfeiteada. Enganaram-se
os fascistas e enganam-se os “democratas”. Também na América Latina,
acreditaram os “brancos”, que seria eterna a escravatura, mas ao cabo de mais
de século e meio depois de Bolívar, “a política deve dobrar os joelhos perante
a moral…porque devem ganhar os que nada tem, porque são sempre muitos…”, e após
Fidel e Chavez, é hoje um caleidoscópio, ao contrário, infelizmente, da Grécia
e de Portugal, em que os efeitos tramontanos do fascismo, permanecem e são
severos. Com efeito, só levamos 40 anos de democracia elitista, (o fartar vilanagem), e para chegar aos
150, ainda faltam mais de cem. Contudo, será desejável aprender com as boas
lições. Que não se avança para a democracia enquanto os explorados fizerem coro
com os exploradores. Assim é, concluiu do pior modo o “jumento de carga”,
quando o agiota lhe colocou no dorso, ao fim de 22 dias de trabalho útil, o
valor de 310 euros.