quarta-feira, 31 de março de 2010

Há dias...


O Liberation, jornal fundado por Serge July e Jean-Paul Sartre é, ainda hoje, uma referência no panorama editorial francês. Também é publicado em Portugal, mas onde, pelos vistos o aparecimento nas bancas tem dias.
Se quiser saber porque não apareceu na última quinta-feira nas bancas só tem de clicar aqui.

Paulo Portas, José Sócrates, Goucha... e os padres

Augusto Alberto


"Dona Alice, Paulo Portas é Presidente de que Partido politico? Cds/pp, Partido Socialista ou Bloco de Esquerda?" …uma longa pausa e o Luís Goucha na falta da resposta, volta à pergunta. Então dona Alice, de que partido é presidente Paulo Portas? E a dona Alice e o silêncio. Dona Alice, não vê TV? E a Dona Alice, lá disse, não sei. Não sabe dona Alice…Talvez a segunda, disse a dona Alice. E o Goucha, aflitíssimo, porque sem querer, viu que levantou o tição da santa ignorância que nos queima. Então dona Alice, e o José Sócrates, é presidente de que partido? …do lado de lá do telefone, na sua cristalina voz, a dona Alice, disse: - apesar de ver TV, não sei. E o Goucha: - então dona Alice, não sabe quem é José Sócrates?
Dona Alice de facto, aparentemente, não sabe de nada. Mas eu não quero acreditar. Talvez saiba que vive com poucochinho, mas sempre dá para o safanço e nos intervalos das misérias aproveita para ver o programa da manhã do Goucha, e ainda arranja tempo para entrar nos jogos boçais com que se fazem os programas matinais. E desta vez, ainda por cima, teve de suportar o grito do Goucha. : - perdeu dona Alice, não ganhou o prémio. Foi uma pena D Alice, rematou. Dona Alice afinal carrega desde sempre este estigma e fardo. É uma perdedora. A dona Alice, e muitas outras donas e muitos de nós. Contudo, ainda acredito que a dona Alice, saiba de outras coisas, ainda que poucochinho, e siga outros conselhos. Talvez saiba onde é a Igreja da sua paróquia, mas não saiba, porque pouco sabe, que os padres da igreja de Roma gostam de meninos de pele de veludo.
Esta dona Alice, é preciso dizê-lo, vive no distrito de Braga. Braga onde há meia dúzia de dias o povo saiu à rua por uma causa. Zurzir no conselho de disciplina da Liga de futebol profissional, a propósito das severas penas aplicadas aos jogadores de futebol do Sporting de Braga, impedindo-o de utilizar as melhores armas na luta pelo titulo do foot, que em Maio fará do time das águias da capital, a coisa mais importante da pátria. Não sei se por lá esteve gente que sabe o que são paupérrimos salários, precariedade e desemprego, e a esse propósito, se alguma vez veio à rua. Se calhar, antes pelo contrário. Mas provavelmente tivemos ali gente que pela semana santa, suporta um andor ou segura no palio que resguarda o senhor cónego, que lhes dirá, em momentos muitos especiais, que para manter os cordeiros de deus no redil e esperar pela redenção no céu, é preciso votar no partido do senhor padre, ainda que esta dona Alice não saiba, na terra, quem são politicamente Paulo Portas e José Sócrates.
Mais uma vez ficamos a saber que aquilo que une muitos de nós é muito pouco e que o braço da ignorância é longo, ao jeito dos desejos dos poderes temporais e religiosos. Aliás, coisas assim, já eu tinha visto há mais de 40 anos. Como tudo, afinal, é tão certinho nesta Pátria tão amada.

terça-feira, 30 de março de 2010

Hulk e a incrível justiça dos tugas


Não faço a mínima ideia do que motivou a “dirigência” desportiva portuguesa a castigar “exemplar e ineditamente” os jogadores Hulk e Sapunaru do FC Porto e Vandinho, do SC Braga.
O que sei é que, no caso de Hulk, conseguiram condicionar a escolha do plantel brasileiro com vista à disputa do mundial da África do Sul, uma vez que o atacante do FC Porto tinha feito, até então, parte das escolhas de Dunga. Quanto ao médio dos minhotos não faço ideia se estava ou não nas cogitações do seleccionador canarinho, mas seria sempre uma hipótese a considerar, uma vez que era parte importante de uma equipa de um clube que está a fazer a sua melhor época de sempre.
De qualquer maneira, e reconhecendo que o seleccionado português não tem nada a ver com isto, este aparecerá no sul de África fragilizado. E uma derrota frente aos brasileiros terá sempre o sabor de uma auto-humilhação. E com a certeza de que lá estão graças a um golo de um cidadão brasileiro. É chato.
Por muito xico-espertície que norteie o dirigismo desportivo português, faço votos para que não consiga impedir o hexa.
E, já agora, se o dirigismo português fica com a consolação de ter sido decisivo no campeonato indígena, eu desejo, no mundial, uma final sul hemisférica. Mas com hexa, claro.

Democracia orgânica: uma nova versão



A propósito de um novo programa de comentário político na Rádio Maiorca lembrei-me dos tipos de democracia praticados quer por Pinochet quer por Salazar. Ambos adoravam falar de democracia, embora tendo perspectivas e concepções supostamente diferentes da dita. Se um era apologista da democracia representativa, o outro era da democracia orgânica. Se os leitores deste blogue lerem o “Mein Kampf” também lá irão ler conceitos sobre democracia. Ora a minha concepção, bem como as minhas perspectivas, são muito diferentes de qualquer dos três ilustres sacripantas acima citados.
Não serão diferentes as concepções e perspectivas dos senhores da Rádio Maiorca. Conseguem fazer um programa de debate político, ou comentário ou qualquer coisa desse género, sem a presença de uma opinião quer da CDU, representada no poder autárquico figueirense, quer do CDS, uma força que, goste-se ou não se goste, já esteve representada na vereação.
Não é admiração nenhuma, diga-se de passagem, embora queira aqui deixar o registo, pois sabe-se que a comunicação social, seja a nacional, a regional ou a local, está em muito ”boas mãos”.

domingo, 28 de março de 2010

O sítio dos desenhos - 3º aniversário

O blogue "O Sítio dos desenhos" editado pelo artista Fernando Campos completa hoje o 3º aniversário. Aqui ficam os parabéns, não só pelo aniversário mas também pela qualidade patenteada ao longo deste tempo.

Do PEC e de outras tretas

A constante alternância de poder no PSD é um sintoma de fragilidade dos sociais-democratas. A política natural do partido laranja está a ser muito bem executada pelos “socialistas” , transformando-o, não no maior partido da oposição, mas no segundo maior partido de direita.. Não têm, por isso, espaço político, por muitas divergências que tentem inventar com o “ps”.
Vimos isso na aprovação do Código de Trabalho, “rectificado” logo que os “socialistas” chegaram ao poder. Vê-se agora com este famigerado PEC, viabilizado pelos sociais-democratas pela simples razão que não podiam tomar outra decisão. Banqueiros, sucateiros, grandes gestores de grandes empresas, qualquer um que não trabalhe, foram quem mais ficaram contentes com estas decisões políticas. E enquanto confiarem no “ps” o papel do PSD será sempre secundário, porque, pelos vistos, menos “competente”. As reticências, poucas e envergonhadas, são areia que nos atiram para os olhos. Foi com os “socialistas” no poder que os lucros da banca, das pt’s, das galp’s, o desemprego, a deterioração da qualidade de vida das classes que produzem aumentaram para índices indecentes.
A direita está e sabe estar unida. Basta vermos o “volte-face” do mandarim do jardim, agora ao lado do grande líder da direita, mesmo se for contra os laranjas, como ele próprio diz. Mas haverá sempre um prémio de consolação para os laranjas, para além dos dois maiores partidos de direita serem dirigidos por produtos JSD, como relembra o meu amigo Agostinho. Esse, estou em crer, será a Presidência da República. Daí aparecerem um, dois, ou mesmo três, candidatos da área xuxa. Assim quase se garante a reeleição de Cavaco. Ficam todos contentes. Já há figurantes como Manuel Alegre ou Fernando Nobre. Aparecerão outros, pelo que se diz. Ainda haverá outro candidato soarista, que, digo-o já, se for o que se fala não me admiraria de todo.
Ainda não me referi às presidenciais. Também ainda é muito cedo e não embarco em manobras de diversão. Mas sempre vou adiantando alguma coisa: a menos que me apareça a fronha de um camarada meu no boletim de voto, vou experimentar um de dois sentidos de voto que não conheço: a abstenção ou o voto branco. Tenho ainda outro, o voto nulo, mas que por razões de feitio não utilizo.

sexta-feira, 26 de março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

Entendamo-nos


Quando Sócrates diz que no “ps” as coisas se debatem em “ambiente de liberdade e unidade” ou está a mentir ou a chamar mentirosos a correligionários seus ou, ainda, a fazer de nós parvos. Porque, segundo nos é dado ler nas notícias, há “pesos pesados” do governamental partido que não concordam com o tal de PEC e das privatizações obsessivas.
Entendamo-nos.
E quando alguns dos seus apaniguados, também “pesos pesados” do governamental partido, dizem que o chefe prossegue uma “politica de resultados”, face ao que está à vista parece que estão a fazer de nós parvos. Há qualquer coisa que não bate certo.
Entendamo-nos.
Quando os xuxas dizem que o PEC não é uma imposição externa, sendo antes uma condição para o crescimento económico, deveriam ser obrigados a contar com a minha compreensão lenta, minha e possivelmente de muitos cidadãos, lentíssima no meu caso, pois não consigo perceber muito bem de quem será o crescimento económico.
Entendamo-nos.
Quando Francisco de Assis diz que não pode contar com a Esquerda e que o “ps” "faz parte da Esquerda séria e responsável, realista e exigente, e que não tem medo de mudar a realidade” apetece-me igualar o nível, mas só o consigo imitando o velho Almada, sem o nível deste: “se o “ps” é de Esquerda, eu quero ser nazi”.
Mas, vá lá, a Francisco de Assis fugiu-lhe a boca para a verdade. Um descuido toda a gente tem: “Se olharmos para todos os outros governos, temos que concluir que fomos mais longe, fomos melhores e tivemos uma política com mais sucesso”, concluiu. Ah, leão.
Assim, sim, a gente entende.se.

domingo, 21 de março de 2010

Salvar o Tâmega e os seus afluentes - PETIÇÃO PÚBLICA

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No dia Mundial da poesia

A tua mão Poeta

A tua mão poeta
atravessou os oceanos até mim

A tua mão poeta
encontrou-me sentado na ilha África
levantada no coração de Lisboa

A tua mão poeta
partiu de mim para mim pela tua voz
pela voz angustiada da meia-noite nos muceques
pela tua voz ritmada das enxadas
nos terrenos adubados pelo sangue da sujeição
pela tua voz milhões de vozes fraternidade
amor
situadas para lá das algemas para lá das grades
sempre livres sempre fortes sempre grito sempre riso

A tua mão poeta
um poema de amor
escrito com os cinco dedos de África
sobre a ânsia humana de amizade e paz

A tua mão poeta
sonorizando o batuque liberdade
entre as cubatas escravas da vida

Tenho-a na minha mão
e através dela
oferto-me à nossa África


Agostinho Neto

sábado, 20 de março de 2010

A ver vamos...


cartoon daqui

"O humor é uma tentativa para libertar os grandes sentimentos da sua parvoíce"
Raymond Queneau

sexta-feira, 19 de março de 2010

A “coisa” complica-se

O “ps”, como aqui já escrevi por mais que uma vez, tem uma maneira muito especial de exercer o poder. É um “vê se te avias”, estilo tipo “ fartar vilanagem enquanto aqui estamos”.
Vai ganhando contornos fascizantes e assim não admira o estado a que isto chegou e que, pelos vistos não fica por aqui. São prémios de boys em cima de prémios de boys, e mais do que a gente sabe…
É mais notório nas instituições do Estado, o que traduz bem a confusão estabelecida entre o “ps” e o estado. Confundem-se. Uma espécie de ”O Estado sou eu”. E o Estado enquanto for o “ps” não dá respostas nenhumas a ninguém. A não ser aos seus donos. Porque a palavra de ordem é sabotar o que é o “Estado”. O “ps”, ou esta ordem económica que está na moda da qual os xuxas são o seu expoente máximo.
É grave, é deprimente. Já nos está muito caro e não ficará por aqui. Isto é só um exemplo.

A língua portuguesa é muito traiçoeira. E a vírgula?

Da campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa)


Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere..

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.



Detalhes Adicionais:

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.


* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER...
* Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM...


quinta-feira, 18 de março de 2010

A crise não existe, é estratégia de classe


Que há linhas de força fascizantes na prática política do “ps” penso não haver muitos que tenham dúvidas.
Já não vale a pena falar do código do trabalho, da situação de quem realmente produz, do desemprego, da desvalorização do trabalho e do endeusamento do lucro, do estado em que o Estado está, dos lucros fabulosos da grandes empresas e dos também fabulosos ordenados e prémios dos que melhor servem a confraria em tempos, dizem eles, de crise. Que pelos vistos não existe, é mais uma estratégia de uma opção de classe, para melhor imporem as políticas que querem e têm levado a cabo sem grandes oposições e sem provocar uma capacidade de indignação que as pessoas realmente têm, mas que está adormecida. Trágico, ou tragicómico, é que a situação começa a ter contornos incontroláveis.
Esta de não reconhecerem ao poder local a legitimidade de escolher, ele próprio, a sua toponímia é de bradar aos céus.
Tão imbecil, tão imbecil, tão anti-democrática, tão anti-democrática, que só pode ser mais uma manobra de diversão.
E mesmo as manobras de diversão costumam, supostamente, ser um pouco inteligentes. Agora com estas contradições é preciso muita pachorra para aturar esta cáfila.

terça-feira, 16 de março de 2010

Americam dream revisited



O famoso american dream está a tornar-se cada vez mais um pesadelo.
O desemprego está a subir vertiginosamente, sendo já 15 milhões o número de desempregados, só em Nova Yorque são 40 mil os sem abrigo e 25% dos total dos presos de todo o mundo estão em cadeias norte-americanas. O que, para mim, são violações sérias, e graves, dos direitos humanos.
Já há contestações populares a este democrático “paraíso” em vários estados do país. A notícia não chega às manchetes nem aos grandes ecrãs. Mas sabe-se que democraticamente” a polícia atacou e prendeu algumas centenas d0s estudantes e desempregados que se manifestaram exigindo emprego, não prisões.
Os dirigentes destas manifestações dizem que a luta pela educação e o emprego se vai intensificar.
O capitalismo já, aliás desde há muito, não consegue resolver problemas absolutamente nenhuns. Antes os inventa.
Mais aqui.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Naide Gomes: medalheiro completo


Com o título de vice-campeã nos mundiais de pista coberta Naide Gomes junta a medalha de prata à de ouro de 2008 e à de bronze conquistada em 2006.
Para compor a prateleira das medalhas Naide tem ainda uma de ouro nos mundiais de 2004 no pentatlo. E os títulos de campeã europeia em 2005 e 2007.
A atleta, que mesmo assim ficou a escassos 3 centímetros do lugar mais alto do pódio, dedicou mais esta boa prestação ao seu treinador que insistiu na sua participação apesar do atraso na preparação.
Num país como o nosso, que tem o desporto que tem, é obra. Lá vão aparecendo , de vez em quando, uns atletas de eleição, que nos vão mitigando as tristezas.
Porque os Lopes, as Rosas, as Fernandas, os Évoras, os Silvas e outros não aparecem por geração expontânea todos os dias.

domingo, 14 de março de 2010

Adieu Camarade

Acabo de saber, via Cantigueiro, que Jean Ferrat, o militante da fraternidade, aquele que melhor cantou Aragon, partiu.
Autor de inesquecíveis canções, algumas já aqui na “aldeia”, como Nuit et Brouillard, La Montagne e muitas outras.
Deixo-vos uma que me recorda, sempre que a ouço, o meu avô João de Campos. Que esteve lá, do lado dos vencidos.




C'est un joli nom Camarade
C'est un joli nom tu sais
Qui marie cerise et grenade
Aux cent fleurs du mois de Mai
Pendant des années tu sais
Avec ton seul nom comme aubade
Les lèvres s'épanouissaient
Camarade, camarade









sábado, 13 de março de 2010

Que sorte!

Augusto Alberto

O Mar Egeu banha a Turquia, Creta e a Grécia, e está carregado de pequenas ilhas, muitas, inabitadas. Pelas suas águas passam barcos com gente em relaxe. É sabido que muitos homens descartam a hipótese de ter um iate, em favor de semanas de aluguer, passadas nos recônditos das Ilhas gregas, sulcando as calmas água do Egeu. São homens recatados, que desse modo fogem das vistas e dos incómodos das fotos e do povo, que é ignaro, olhudo e invejoso e que já quase não tem para a galheta do azeite.

Famílias inteiras estendem-se na coberta do iate, lendo a paisagem ou dando o corpo ao sol. Lânguidos à chegada do lusco-fusco do fim do dia, regressam à cabine e em paz saboreiam os acepipes que o cozinheiro qualificado, recomendou e cozinhou. Uma vida santa, feita de modorra e pachorra. Nesse mar azul-turquesa, Maria Callas aproveitava para recuperar e aveludar a voz e Jacqueline, sentada em sítio próprio, mandou dar uma volta o luto por Keneddy. Onassis, nada tolo, comeu e saboreou das duas e do Egeu.

Lembro-me agora destas histórias, que não acabam aqui, porque chegou o PEC (programa de estabilidade e crescimento) e porque a Grécia, apesar do seu admirável Egeu e das suas belíssimas ilhas, está em bancarrota.

E porque a história não está completa, como disse, e tem sujeitos, lembro-me que há uns anitos a abertura de um dos telejornais deu nota de um acidente com um desses iates de luxo, em cruzeiro pelo belíssimo Egeu, que transportava uma discreta família portuguesa. Por ventura, uma daquelas que não está para ser olhada e por isso, não tem iate próprio por cá, mas pode tê-lo por lá, ou simplesmente o aluga.

Recordo-me que a família deu ar de poucas falas, porque deu conta da captura do seu segredo e o capitão, debruçado sobre a amurada, apresentou ao repórter um ar façanhudo, porque a descrição nestas coisas é a alma do próprio negócio e da viagem.

Perguntarão os caros leitores deste simples blog, ao que venho, se a vida é de cada um e é assunto reservado? Bem sei, mas as questões para mim não são tão simples.

Porque gente como Sócrates e Platão, discípulo do primeiro, que privilegiou a rectidão e a humildade, se tivessem adivinhado que gente ai vinha, teriam tomado as devidas cautelas, impedindo a pátria grega, de parir gente assim, completamente inapta, vassala e de um lado só. E por fim, está-me a parecer que a tal família que quase naufragou ao embater nos costados de um rochedo, deve estar a pensar que o tal PEC, lhe está a fazer, só, uma breve e ligeira comichão. Por absurdo e ao arrepio do que disse o grego Sócrates, “conhece-te a ti mesmo”, o Sócrates de cá, nome próprio, só consegue conhecer e conceber como malhar nos fracos, porque o PEC, sobretudo, é grande para os ricos.

Neste momento em que escrevo, fui ver a meteorologia para o Egeu e ela disse-me que o tempo está e vai estar lindo e de temperatura de amêndoa e por isso, estou em crer que não há PEC que lhes afunde o iate. Que sorte que nós não temos.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O convite


Recebi, via e-mail, um convite do Partido Socialista para estar presente na apresentação da sua candidatura às eleições intercalares de Quiaios.

Claro que não ficando ofendido também não me senti lá muito honrado com tal convite. Acho que tal iniciativa por parte dos auto-denominados socialistas revela uma enorme falta de tacto e uma também enorme falta de sensibilidade política. Mas enfim. Penso que os leitores deste blogue não estão a imaginar lá a minha presença. A não ser como jornalista, o que não é o caso. É que sou mesmo alérgico a fascistóides, a boys e outras quejandices que tais. Ainda há dias um dos tais dessa confraria disse que o artigo 57º da constituição era … bem, está no post anterior.

Continuo solidário com os milhares de trabalhadores desempregados, com os milhares de trabalhadores que ganham uma miséria, com os milhares de trabalhadores que têm perdido direitos. Continuo inconformado com o encerramento da maternidade do HDFF, estou contra o possível e/ou provável encerramento do Serviço de Oncologia. Estou contra muita coisa.

Acho que há pessoas que deveriam ter vergonha na cara. Mas não têm.


Vergonha? Para quê?



cartoon daqui

O patronato mais reaccionário, muito bem acolitado pelos sucessivos governos “ps,” aproveitando-se de uma falta de capacidade de indignação da maioria da carneirada, assume, desavergonhadamente, a perda de direitos dos trabalhadores que se pensavam inalienáveis como uma coisa absolutamente normal.
Embora lento este processo já se vinha impondo, mas agora é às claras. Desta vez foi o “mamão” da TAP que insultou pura e simplesmente a Constituição da República dizendo que o seu artigo 57º é coisa do século passado.
Está bem que o século passado foi só há dez anos, mas não tenho pachorra para ouvir um filho da puta qualquer dizer estas baboseiras para encher os bolsos enquanto o país se afunda.
A culminar, a incapacidade de indignação pode acarretar danos terríveis. Acabo de ouvir , via telé, que se as eleições fossem hoje, o bando de malfeitores, corruptos, sucateiros, boys e afins que nos tem governado, ganhariam. Na mesma sondagem mais de 40% dos inquiridos diz que é mau o desempenho do governo.
Assim, quem está no poder para que é que precisa de ter vergonha?

quarta-feira, 10 de março de 2010

Os apetites da choldra são inconfessáveis

Augusto Alberto


Dentro do possível tenho seguido os acontecimentos na Grécia. Estou, contudo, crente que nem toda a verdade nos chega, nem se calhar aos próprios gregos. Neste particular, sigo com atenção as informações que o enviado da RTP, Paulo Dentinho, nos tem enviado, apesar de dar de barato algumas imprecisões por análise enviesada, ainda que piamente admita que não seja por mal. De qualquer modo, registo uma informação capital. Disse que a sociedade grega está dividida ao meio. Que o sector privado apoia as medidas e o sector público, nestes tempos duros e conturbados, é o sector que metodicamente tem descido à rua. A ser verdade, tenho eu, um ex e pobre funcionário público, de concluir o seguinte: este modelo social, com as suas milongas, conseguiu criar aquilo a que chamam, a classe média. Haverá por lá gente boa, certamente, mas que não chega para alterar a regra de ser uma classe perigosa do ponto de vista social e político, porque se habitou a viver das sobras e migalhas e por isso, parafaseando um belo ditado popular, dá a ideia de que nem truca truca, nem sai de cima.
Parece, então, ser a classe dos empatas, mas desenganemo-nos, porque sabem bem como desempatar e a favor de quem. Em segundo, porque a cartilha é a mesma, o sector público acaba sendo o cepo das marradas. Acusado de todos os males e de modo insubstituível, atirado contra o resto da população, numa divisão a merecer das estratégias do poder, cordeiro com os fortes e sempre corajoso a bater nos fracos. Mas há ainda uma outra conclusão, ainda que menos admirável de certeza, mas que deixa grande azia em muita cara linda. Como seria interessante ter os comunistas na mão e espremê-los, mas desta feita, não são de lhes atribuir especiais responsabilidades por estas coisas, porque sem poder na informação, no executivo, no financeiro, no judicial, e no legislativo com intervenção tão esparsa, são afinal tão vitimas destes desmandos como qualquer normal cidadão à rasca com a conta da casa, ou sem dinheiro para o pão e os livros dos filhos, e com o depósito do carro quase seco e a arrastar-se pelas más estradas gregas.
Mas também vi que pela Grécia chegou a hora dos sindicalistas amarelos sentirem na pele a ira dos desesperados e deserdados. Porque a paciência se esgotou ficaram a saber que algumas habilidades correm riscos e tem espinhos.
Mas acontece que sobre a Grécia, as noticias não param e correm céleres de angústia. E por isso, pareceu-me ver o seu primeiro-ministro com a corda e o laço ao pescoço logo que desceu do avião e pisou terra alemã, numa viagem de submissão e vassalagem, ainda que antes o seu vice tivesse dado roda de gatunos aos alemães, quando disse que está na hora dos alemães devolverem o ouro roubado dos bancos gregos no período da segunda guerra, e ainda não devolvido. Com amigos destes e apesar de serem filhos desta comunidade europeia, que se cuidem os gregos, porque até uma qualquer ilha, ainda que deserta, poderá mudar de mãos, porque os apetites da choldra são inconfessáveis.

terça-feira, 9 de março de 2010

Jornalismos



A minha experiência como jornalista não é por aí além. Resume-se a uma meia dúzia de anos na imprensa local, a umas leituras de alguns manuais e a uns ensinamentos e alguns puxões de orelhas do saudoso José Martins. Há um bom par de anos.
Mas sempre se aprende alguma coisa. Por exemplo, nunca colocaria em manchete o que não é notícia e o que não é notícia é aquilo que toda a gente sabe.
A imprensa diária de hoje dá a ideia que descobriu a pólvora.Toda a gente sabe que o governo, se for coerente e continuar esta política, vai atacar agora a classe média.
E é fácil chegar a esta conclusão, por exclusão de partes. Ora vamos lá a ver: a classe produtiva ou já ganha tão pouco ou está no desemprego, o que, traduzindo, está solene e democraticamente esforricada. A classe alta é a que manda, seja no governo seja nesta porra toda. Essa não se queixa.
E a solução disto tudo passa pela sua supressão.

Contributo para a criação de um novo Prémio Nobel

Não sabendo nada de finanças, acabei por me fixar num pormenor que não dará ao Ministro Teixeira dos Santos o Nobel da Economia, mas, quem sabe... o da Física, ou mesmo o da Pouca Vergonha na Cara. É que, mesmo sabendo nós que o facto de a água aumentar de volume quando é congelada é uma excepção, o nosso ministro consegue ainda assim duas proezas de monta que nunca tinham sido vistas, pelo menos feitas com dinheiro:

1. Congela os salários dos trabalhadores da Função Pública... e estes ficam mais pequenos.

2. Embora afirmando que até 2013 as possíveis actualizações dos salários serão feitas abaixo dos valores da inflação, mesmo assim chama a isso “aumentos salariais”.

segunda-feira, 8 de março de 2010

8 de Março - duas poetisas

Testamento

À prostituta mais nova,
do bairro mais velho e escuro,
deixo os meus brincos, lavrados
em cristal, límpido e puro…

E àquela virgem esquecida,
rapariga sem ternura,
sonhando algures uma lenda,
deixo o meu vestido branco,
o meu vestido de noiva,
todo tecido de renda…

Este meu rosário antigo,
ofereço-o àquele amigo,
que não acredita em Deus…

E os livros, rosários meus
das contas de outro sofrer,
são para os homens humildes,
que nunca souberam ler.

Quanto aos meus poemas loucos,
esses que são de dor
sincera e desordenada…
esses, que são de esperança,
desesperada mas firme,
deixo-os a ti, meu amor…

Para que, na paz da hora,
em que a minha alma venha
beijar de longe os teus olhos,

Vás por essa noite fora…
com passos feitos de lua,
oferecê-los às crianças
que encontrares em cada rua…

Alda Lara (Angola)








8 de Março

para mim um dia é pouco
quero ter equiparados
todos os dias do ano
e pelo mesmo trabalho
salário igual



não faço por (a)menos
um átimo não é ótimo
voo às últimas
consequências

pela ética
pela ótica
pela prole

por nós

Líria Porto (Brasil)

domingo, 7 de março de 2010

Vómitos tutti-fruti


Já há tempos que não apareciam por cá. Refiro-me aos anónimos, esses detestáveis vómitos muito renitentes em darem a cara. Sejam do “ps”, do PSD ou do CDS, o que posso dizer é que me metem nojo. Claro que antes do 25 de Abril eles eram muito mais felizes, estavam todos juntos e na paz do senhor.
Estando seriamente a pensar colocar a caixa de comentários interdita a vómitos sempre posso ir adiantando e mandá-los para a puta que os pariu.
Devo avisar que só eliminei os comentários que entraram pelo insulto pessoal; os outros, os que defendem ideias diferentes das minhas não me incomodam nem nunca me incomodarão, a situação do país e do mundo fala por si mesma.
Posso ser acusado de também insultar. Isso assumo. Alguém já considerou o insulto uma forma legítima de expressão, mas devidamente assinado e assumido. Agora estarem no poder e terem vergonha das próprias opiniões é a mesma coisa que se auto-considerarem escroques. Esses, não consigo mesmo respeitar, nem merecem nem querem ser respeitados. E assino por baixo.

O Teatrinho

Augusto Alberto

Para adormecer tenho que ler, mas neste dia deu-me para fazer zapping e fui calhar em boa hora, ao canal Odisseia. Chamou-me a atenção o facto da peça começar por falar sobre Patrice Lumumba. Fiquei e fui seguindo o correr dos textos e imagens. Foram testemunhos, na primeira pessoa, de agentes da CIA e alguns dos seus mais notáveis directores, numa lista de casos bem alinhados e sistematizados. Passou pelas dezenas de tentativas para liquidar Fidel, pela aventura na Baia dos Porcos, pelo Vietname, e por fim acabou com a pinochetada fascista, contra a unidade de Allende. Deixo de remissa a liquidação de John Kenedy, porque isso, apesar de cronologicamente também caber nas descrições, é outra conversa. Deste conjunto de acções retenho, para já, os factos passados na Baia dos Porcos e a guerra do Vietname.
Na primeira pessoa, disse um ex-agente que o desembarque na Baia dos porcos teve, primeiro, como convém nestas coisas, uma provocação. E qual foi? A CIA atentou contra cidadãos americanos, pasme-se, e a seguir responsabilizou forças da Revolução Cubana, pelos factos. Estava montado o cenário para a invasão da ilha de Cuba no ano de 1961, com o desembarque mal sucedido na Baia dos Porcos por cerca de 1.500 cubanos de Miami, que foram ao frete, mal amanhados e sem apoio.
A guerra do Vietname, também, como convêm, passou primeiro por uma provocação. O ataque a um navio americano no ano de 1964, no Golfo de Tonkim, pela marinha do Vietname do Norte. Ainda hoje, não é líquido, mais uma vez na primeira pessoa, que tal facto tenha ocorrido. O que se sabe é que a sanha criminosa contra as populações indefesas do Vietname atingiu as raias da loucura e acabou com a derrota americana e com 50 mil baixas nas suas forças armadas. Sempre na primeira pessoa, Lyndon Johnson e Nixon tiveram da CIA sempre as informações que desejaram, sobretudo do seu Director, Richard Helms, para lançarem os seus actos tenebrosos e terroristas. Mas será preciso esclarecer que recentemente, também a CIA forneceu a Bush, Blair, ao maoista português e ao fascistazito espanhol, informações forjadas, mas necessárias para avalizar o avanço para o Iraque.
E por fim, em Novembro de 1963, John Kennedy, de candeias às avessas com a CIA, na razão do descalabro na Baia dos Porcos, é executado numa visita a Dallas, no âmbito da sua campanha eleitoral com vista à sua reeleição. Na primeira pessoa, o ex-agente contou que Robert, seu irmão, também mais tarde assassinado, se encontrou com Richard Helms, o Director em funções e lhe perguntou: - o que é que a CIA tem a ver com o a morte do meu irmão? Esta, novamente na primeira pessoa, é, ainda hoje, o grande segredo da CIA e da política americana.
Alguns agentes acusaram a CIA de crimes contra a humanidade. Mas acontece que o tribunal penal de Haia não julga criminosos americanos, só os derrotados que num dado momento resolveram olhar olhos nos olhos, o Império.
Ocorreu-me escrever sobre estes factos numa altura em que uns rapazes lá por Cuba se dedicam à luta pelos direitos humanos utilizando uma arma, quase que diria, de fim de linha, a greve da fome, que acabou para já, com uma morte. Mas também notei que as reacções internacionais começam, como dizer, a ficar frouxas. Talvez porque esta gente perdeu o crédito, ainda que de quando em vez, para manter a chama e a face, se dediquem ao teatrinho.

sábado, 6 de março de 2010

Nos 89 anos do PCP, uma foto inédita de Álvaro Cunhal


Na Festa do Avante de 1999 António Gomes esqueceu-se da máquina fotográfica. Arranjou, como último e único recurso, uma daquelas descartáveis que saíam na coca-cola. Pela tarde solarenga vê dirigir-se-lhe Álvaro Cunhal, acompanhado de vários camaradas.
Enquanto trocam um “olá camarada” e um aperto de mão, Gomes, um condutor de pesados, tem a máquina na mão esquerda e dispara.
O velho revolucionário sorri. Será sempre um sorriso enigmático. Nunca saberemos o porquê desse sorriso. Se pela situação em si de ser fotogradado naquelas circunstâncias, se uma reacção irónica perante a simbólica máquina. Num caso ou noutro terá sido um sorriso condescendente.
O autor pensa que foi a última Festa em que Cunhal esteve presente. Não estou em condições de o confirmar.

Agora a história da foto. A máquina esteve perdida durante anos. Encontrada durante umas arrumações o autor mandou revelar o rolo. Estavam todas estragadas, à excepção desta, mesmo assim parcialmente, atendendo que foi tirada numa tarde de sol.
Fica-nos, para além dos traços inexoráveis da idade, as marcas de uma vida dedicada a uma luta sem tréguas contra o fascismo, de uma vida clandestina, de anos de prisão.


6 de Março de 1921 – PCP 89 anos


A história do PCP é a história da luta por uma sociedade mais justa. E a história da luta contra a ditadura que assolou o país quase se resume à actividade dos comunistas.
Ao longo de quase 50 anos de ditadura, os comunistas foram o alvo preferencial do fascismo. A imensa maioria dos presos que, durante quase meio século, encheram as cadeias fascistas era composta por militantes do PCP – o único partido que ousou fazer frente à ditadura, o grande partido da resistência antifascista.
Bem cedo se iniciou a perseguição e prisão de militantes comunistas, ainda na 1ª República. E, na repressão aos movimentos grevistas de protesto operário e às iniciativas de carácter progressista, antes mesmo do golpe de 28 de Maio de 1926, já os militantes comunistas eram o principal alvo das forças repressivas dos vários governos republicanos.
O registo das primeiras prisões de membros do PCP remonta ao dia 1 de Setembro de 1921. Nesse dia, as Juventudes Comunistas promovem uma campanha de agitação, com afixação de cartazes nas ruas e nas fábricas de Lisboa, comemorando o dia Mundial da Juventude Comunista. São presos 12 jovens. Primeiro enviados para a cadeia do Limoeiro, são depois transferidos para o Forte de S. Julião da Barra, donde serão libertados na sequência de insurreição militar de 19 de Outubro desse ano.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Do Estado. Reflexão



O Estado em Portugal é, políticamente, um Estado social para as grandes empresas e grupos económicos, neo-liberal para as médias e pequenas empresas e um estado fascista para com as classes trabalhadoras.


quarta-feira, 3 de março de 2010

Os zigue-zagues de uma barata tonta

Não foi a primeira vez que o deputado à Assembleia Municipal Nelson Fernandes deixou a bancada socialista a falar sozinha com as suas contradições. Movidas, claro, por interesses privados e muitas vezes perigosos. Digamos que neste capítulo a tarefa de Nelson não é muito difícil, e é por vezes até divertida.
Mas desta vez, pelo que leio em alguns blogues, ficou a descoberto, se já não estava, a falta de ideologia e de norte de um partido que se diz de esquerda, traduzidas na sua política de difícil sustentação.
Porque é difícil mesmo defender a aniquilação do Serviço Nacional de Saúde, a perda de valências em hospitais distritais, com o objectivo de favorecimento à medicina privada.
E perante uma moção apresentada contra o encerramento do Serviço de Oncologia do HDFF os “socialistas” reagiram como baratas tontas, não sabendo se haviam de defender a sua própria política ou se haveriam de dar espaço ao bom senso. Foram imbuídos pelo independente que os lidera na Câmara a terem um pouco de tininho. Tiveram-no sim senhora. Hipocritamente ou não, agora não interessa.
O deputado da CDU não fez mais do que ser coerente com a política da coligação que representa, tendo defendido as ideias e os interesses quer dos que nele votaram quer da maioria da população. Quando do encerramento da maternidade, em 2006, foi a CDU a força mais visível, senão a única a lutar. Já em 2001 o “ps” tentou encerrar as urgências. Foi a CDU que se mexeu. É importante não termos a memória curta.
A culpa não será toda destes cafres que nos governam. Quem votou neles deverá proceder a uma reflexão muito séria, sob pena de poderem ser responsabilizados, eticamente claro, do estado do país.
Porque com freportes, faces ocultas e outras quejandices os que neles votam não ganham nenhum.