quinta-feira, 10 de maio de 2012

A muamba, a contas com a parlapatice e vigarice


Augusto Alberto

Sabemos, da mediana corriqueirice, que mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo. Por infelicidade, o Partido Socialista de Portugal reúne estas duas fatalidades. Como coxo, manca e camba nas suas decisões. Uma agora, outra depois, e vai de tomar balanço para voltar à anterior. Como mentiroso, fala ao sabor das conveniências e expõem-se tacticamente, hoje, como qualquer agremiação contestatária. Depois de juntar a caruma, passou de seguida a por fogo à indústria transformadora e agricultura e agora está na fase de dizer, a tudo, simplesmente não. O Partido Socialista de Portugal, é agora a agremiação do não. E eu a julgar que isso foi faculdade única dos comunistas portugueses, como muito se disse, aliás, a quem muito poucos prestaram atenção. Mas, o que lá foi, cá está, e agora mija-lhe.
O pai Soares indicou que o Partido Socialista de Portugal deverá renunciar aos acordos com a troika, mas o líder parlamentar, Zorrinho, acha que não, mas... Contudo, o deputado Assis, defendeu que se não houver nenhuma modificação, (que tontice), de comportamento da actual maioria parlamentar, o PS deve votar contra o próximo Orçamento do Estado. Considera mesmo que isso é determinante para que as pessoas em Portugal não se desiludam com os socialistas e não optem por propostas de alguns partidos políticos mais radicais. O deputado Assis mergulhou a cachimónia na água fria, e cristalina, e ficou fino. “É preciso dizer não, mesmo que antes tenhamos dito que sim, para que de um momento para o outro não nos retirem o pote”. O pote, essa coisa bojuda, simplesmente arredondada, de culto se for de barro, que de uma penada, passa a objecto de aforro político. Nados para mestres nos compromissos com o capitalismo mais serôdio, somam, nesta fase da curva muito apertada da nossa vida, nova qualidade: a licenciatura na parlapatice e vigarice.
E para melhor esclarecimento do meu ponto, quero aqui lembrar um célebre relatador de futebol, de origem angolana, apaixonado por uma boa muamba e pelo seu genial grito, com que sublinhava magistral jogada ou apaixonante golo:  “é disto que o meu Povo gosta”.
Assim seja!

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