sexta-feira, 13 de julho de 2012

Relvas, o censor, e Magno, o cheira-cús


Augusto Alberto
    

O Relvas quer ser como o Marquês d’Ávila, o Ministro do reino, censor das Conferências do Casino, que tiveram o seu início na Primavera de 1871. E o senhor jornalista Carlos Magno está para o ilibar da má ética e da má fama. O Relvas está para varrer à espadeirada os ímpios que se opõem ao pensamento liberal, decepando tudo o que atrapalhe a minoria sociológica. O Relvas é o censor e o Magno o cheira-cús. O Relvas e o Magno são a cara e o cú e não podem funcionar sem um, cheirar o cú do outro. O Relvas espirra e arrota e o Magno, logo confiante, fica atento para que ninguém diga que o Relvas é indecente. O Relvas cuida que ainda pode chegar a esbirro e logo o Magno trata de o maquilhar. O Relvas deseja cortar a cachimónia e o pensamento, e o Magno, apesar, amofina-se para fazer levitar o Relvas até ao esplendor. O Relvas e o Magno cuidam que podem amortalhar, pim pam pum, a consciência e a verdade. Que podem arrombar as portas que levam à liberdade, como mandou escancarar as portas do Casino Lisbonense o Marquês de Ávila, para por fim ao pensamento. O Relvas e o Magno desejam uma pátria atrelada à imbecilidade. O Relvas foi à Polónia ver o Euro. O Relvas esteve na sala Apolo a receber os heróis de Opalenica. O Relvas quer alinhar de novo o aís, pelo futebol, o fado e Fátima. O Relvas tem de saber que apesar de ainda existirem resquícios do País tramontano, há sempre quem pense e repense. E o Magno que ganhe tempero, porque um dia o cão pode saltar ao caminho. Não esqueça o Magno, que o Relvas foi desancado onde menos esperava. O Relvas pode saber como usar o futebol como instrumento de ilusões e patriotismo bacoco e como ser licenciado sem suar e marrar. Mas o Relvas e o Magno têm de saber “abaixo os “Pides” do velho país”.
E que vivam os padres que ousam denunciar a fome, as putas que consolam os necessitados, os paneleiros que ousam ser livres, e os policias que conhecem quem é povo.

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