quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Braguíssimo


Lembram-se quando Nelson Évora ganhou a medalha de ouro nas olímpiadas? Foi esta a capa de um jornal desportivo português. Outros casos idênticos poderia citar. De Naide Gomes, quando ultrapassou pela primeira vez os 7 metros, ao apuramento do Boavista pra uma meia-final de uma competição europeia, há de tudo.
Hoje, após uma brilhante vitória da equipa de futebol do Sporting de Braga num jogo internacional a cena repete-se. E com o mesmo jogador que retirou a manchete ao atleta do Benfica e que, na altura, ainda não tinha feito qualquer jogo em Portugal.
É curiosa a relevância dos factos para certa imprensa. Qualquer dia há um terramoto e as manchetes dizem-nos que o Reyes tem um panarício.

11 comentários:

Anónimo disse...

Ainda é o Benfica que consegue vender jornais...

Saudações do Marreta.

Anónimo disse...

não há duvida é mesmo um ganda marreta.

alex campos disse...

Marreta
tens razão, o Benfica é que consegue vender jornais, mas o Nelson Évora é atleta do Benfica e foi o que se viu. O importante é chamar a atenção para a imprensa, ela é que tem responsabilidades na formatação da opinião pública, se a imprensa for idónea a opinião pública começa a ter um certo discernimento e capacidade crítica.

Anónimo disse...

O artigo do blog é incontestável. A conclusão que se tira do editor da 1ª página é a de que passa um atestado de menoridade intelectual aos seus leitores.

Anónimo disse...

Ao que isto chegou... nem de nós gostamos!

Anónimo disse...

Um jornal é uma iniciativa empresarial e, portanto, tem de dar retribuição financeira do investimento. Mesmo que possamos não concordar com os critérios jornalísticos que estão submetidos à lógica do lucro, há sempre liberdade de comprar ou não comprar! Este é o paradigma da sociedade livre e de mercado.

Anónimo disse...

Mas os critérios jornalísticos deveriam ter a ver com o "acto de informar" e não com o "acto do lucro".
As coisas estão tortas desde a nascença, ou seja, temos mesmo que fabricar autómatos para conseguirmos ter lucros. Quer dizer que jogamos com a ignorância das pessoas.
A mim diz-me muito mais uma vitória de um Nelson Évora ou de uma equipa portuguesa do que qualquer jogador de futebol, seja ele espanhol, argentino, escocês, tailandês,colombiano, afegão ou o diabo que o carregue.

Guimaraes disse...

Porque será que temos imensos estádios de futebol e pouquíssimas pistas de atletismo e outros desportos a que chamam sobranceiramente de "modalidades"?
Por desporto só se entende futebol que, em termos profissionais, não é desporto, mas espectáculo.
Depois admiram-se dos resultados olímpicos...
Eu também. Apesar de tudo, ainda temos campeões!

Anónimo disse...

A lógica empresarial de que se fala supra e a liberdade de adquirir ou não o jornal são factos. Porém, não podemos deixar de sublinhar que a comunicação social tem o dever legal de informar. Por outro lado, os cidadão tem o direito plasmado a lei de serem informados. Ora, a lógica pura e dura da oferta e procura tem de ser mitigada pelos direitos e deveres acima referidos. Assim, não ficava nada mal à Autoridade para a Comunicação Social, de quando em vez, advertir alguns meios de comunicação social, no sentido dos mesmos melhor cumprirem o seu papel social.

Anónimo disse...

Não há obrigatoriedade legal dos Órgãos de Comunicação Social informarem. Mas mesmo que houvesse, a que propósito é que o Estado intervinha a seleccionar a boa ou má informação segundo o seu critério conjuntural? Deixem o povo escolher e separar o trigo do joio. Imprensa estatizada é que não. Para essa já demos no tempo do camarada Vasco!

Anónimo disse...

Caro "anónimo neo-liberal", dizer-se que "não há obrigatoriedade legal dos Órgãos de Comunicação Social informarem" é, com o devido respeito, uma das maiores anedotas que ouvi nos últimos tempos (mesmo dita por um leigo, pelos vistos).
Começando pela Constituição da República, passando pela Lei de imprensa (lei 2/99), enfim...
Aliás é um direito dever que constitui um dos pilares das democracias ocidentais.
Não confundir o que foi dito com a liberdade de imprensa, na vertente que diz respeito à independência dos jornalistas. Em sintese, e para você não fazer confusão na sua cabeça, há que haver uma concordância prática entre os vários direitos/deveres inerentes à informação.