quarta-feira, 29 de abril de 2009

Só garganta não chega

Augusto Alberto

Só garganta não chega, disse e muito bem, Jerónimo de Sousa, a propósito de palavras ditas pelo actual Presidente da República. Eu diria mais, o Presidente da República anda armado em maluco, porque como bem disse Jerónimo de Sousa, o Sr. Silva esquece, ou faz por esquecer, o seu mais que perverso percurso pela política e desse modo, o inestimável contributo para a causa exangue da pátria, ou então, está a pensar, nestes tempos de canonizações, que um dia será santo, dado o seu contributo, beato, para a salvação da mesma. No mínimo, quer dar a ideia de que no país dos santos, pias e água benta, nada é com ele.
Durante muitos anos percorri o Pais de alto a baixo, com atletas e barcos atrás de mim. Foi um período de grande aprendizagem, desgaste físico e contributo social. Passei por muitos lugares e lembro-me das viagens pelo norte do país, que me traziam sempre alguma novidade. Primeiro, o da construção da mansão, com espaçoso jardim, quase sempre bem murada. À porta da garagem, os topos de gama e só depois uma espécie de fábrica. Foi o tempo do enriquecimento fácil e sem controlo. O período da criação de uma nova espécie de patos bravos, vestidos de novos-ricos. Foi o tempo do governo do actual Presidente da República, que deixou dar descaminho aos muitos fundos comunitários. Um tempo opaco. Ao senhor Silva, como cidadão, só lhe posso pedir que se cale e acabe em paz o seu mandato, sem mais beatices e sem mais opiniões. Para seu bem, deixará, então, de dar ares de patético.

Um bom demagogo este senhor Silva, é o que me ocorre de momento.
Estamos em tempo de miséria, em linha, com nunicies e beatices, como convêm, mas virá em breve o tempo de novas mágicas e truques. Alguns, já vistos, como aquele de que nos falou a Manuela mais o Sr. Silva. Da possibilidade do bloco central, com ou sem o CDS. Mas vem aí um outro truque ainda não visto, por isso, novinho. Os ressaibiados da classe média, chateados com o Partido Socialista, prestes a votar no Bloco de Esquerda, disseram-nos numa sondagem, que um entendimento entre o Partido Socialista, o seu partido de sempre, e o Bloco de Esquerda, é a melhor solução para os seus problemas.
Como disse o insuspeito MEC, que de comunista nada tem, a propósito destas salgalhadas: - Vou-me já inscrever no Bloco.
Já não nos chegaram os truques da Pintassilgo, do PRD, do bloco central, com o CDS e do Alegre, ainda vamos ter de ver mais este.
Porque estes truques, mais uma vez, serão uma falácia, virão de seguida os dias do mal-estar e dos vómitos. Aumentará o consumo de chá e bolachinhas, com certeza, mas é a vida.

5 comentários:

Anónimo disse...

Bloco de Esquerda com o PS ? Não! Eu socialista convicto defendo, em caso de necessidade, a aliança de incidência parlamentar com o PSD, como é óbvio. Ficar refém desses radicaizinhos nem pensar. Tentar entendimentos com o PC muito menos, pois é mais o que nos separa do que o que nos une.

Anónimo disse...

E que tal uma aliança com o PNR? Deve ser mais o que vos une, não?

samuel disse...

Aquilo com que contam Cavaco e os seus é exactamente com a existência em grande número destes "socialistas convictos" que admitem ser mais o que os separa do PC do que aquilo que poderia unir...

Anónimo disse...

O caminho que separa o PS do PCP é exctamente o mesmo que separa o PCP do PS. Se dúvidas houvesse, olhem para o triste exemplo de Lisboa em que o PCP revelou o mais absurdo sectarismo, dando mais possibilidades de voto à direita do Sr. Lopes.

alex campos disse...

Não me digam que os comunistas são parvos... ao ponto de darem possibilidades de votos aos outros?
E mais: qual a diferença entre os xuxas e os laranjas? Não são farinha do mesmo saco?
Os comunistas só dariam a possibilidade de voto aos outros se não concorressem, ou não é assim?
Deixemo-nos de falácias.