quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Um historiador mesmo aposentado?...


A um historiador ou a um professor de História, exige-se, até por dever de ofício, isenção, imparcialidade. Pelas responsabilidades inerentes.
Agora que essa isenção não tenha contornos absolutos, porque somos produtos da sociedade em que vivemos é uma outra estória.
Mas tem sempre de haver um esforço para um compromisso com a verdade. Muitas razões poderão existir para que esse encontro com a verdade não se efectue. Mas não serão, agora, para aqui chamadas.
O meu amigo António Agostinho, no seu blogue “Outra Margem” sente-se “vítima” de uma obra coordenada por “um professor de História aposentado e autor de vários livros temáticos”.
O grave da questão é o quanto é difícil saber o porquê deste professor se ter abstido do rigor, da verdade e da isenção que deve caracterizar a investigação histórica.
Se o trabalho se revestiu da falta destes ingredientes isto afasta-nos da leitura dos seus outros livros temáticos, uma vez que o critério será o mesmo. E obriga-nos também a reflectir na história que ele terá ensinado aos seus alunos. E se haverá muitos mais professores com o rigor deste.
Agostinho conta a "estória" toda de um livro apócrifo aqui.

3 comentários:

Fernando Samuel disse...

Há mais de 600 anos, já o Fernão Lopes falava (e cumpria...) da «clara certidom da verdade»...

Um abraço.

Ana Tapadas disse...

Pois a isenção é fundamental!
Bj

carlos freitas disse...

A questão da isenção histórica é uma falácia. Até o Fernão Lopes escrevia o que agradava ao poder. O indivíduo é por natureza um ser engajado. Dizia um grande historiador francês que sem documentos não havia história. O que estava em causa naquele tempo era a autenticidade dos documentos. Contudo a isenção total na escrita da História é impossível. Por diversos factores. Essa invenção do positivismo histórico já não passa de um facto histórico, embora a autenticidade do documento deva estar sujeita à critica documental. O que está aqui em causa não é um trabalho histórico é uma encomenda. Ora uma encomenda escrita por um historiador, ou professor de História, são assuntos diferentes, devia conter factos em que se basear para defender a tese. Ora isso aparentemente não existe. O estudo da toponimia faz parte do trabalho de um Historiador, é disciplina auxiliar do estudo histórico, caso seja necessária. Alterar o topónimo de uma terra é precisamente adulterar o sentido da escrita histórica. Contudo não li (ainda) o ópusculo em causa, mas não me parece que tenha algum carácter histórico só porque foi escrito por um professor de História. mal ia a História se assim for.