domingo, 22 de abril de 2012

Por cá o trabalho é barato e, se quiserem despedir, não custa nada


Augusto Alberto


Nicolau Santos, director-adjunto do Expresso, fuzilou o primeiro-ministro Passos, mais o Presidente da República e respectiva entourage. Construiu, com a calote cerebral activa, um texto datado, que só diz meia verdade, que zurze demolidor no PPD/PSD. A outra calote mantem-na em stand-by, porque cala as malfeitorias antes realizadas pelo Partido Socialista, a solo ou acompanhado, pelo PPD ou CDS.

É necessário que se diga, sim senhor, que o deficit já vem do tempo de Cavaco Silva, quando, como bom aluno que foi, nos anos 80, a mando dos donos da Europa, decidiu, acabar com as Pescas, a Agricultura e a Industria…Bruxelas pagava então, aos pescadores para não pescarem e aos agricultores para não cultivarem. O resultado foi uma total dependência alimentar, uma decadência industrial e investimentos faraónicos no cimento e no alcatrão… e uma classe de novos muitíssimo-ricos.
Mas manda a verdade histórica dizer, também, que a destruição do aparelho produtivo industrial, alimentar e financeiro, teve o seu tiro de partida, no dia 24 de Novembro de 75, quando se deu inicio ao agiornamento de classe e consequente ajuste de contas. Todas as decisões tomadas, desde então, sempre vendidas na convicção de que serviriam para melhorar a virtudes da democracia corrente e o enriquecimento da Nação, à uma, tiveram o efeito perverso de nos puxar sempre para mais fundo.
É redutor levar o enxovalho unicamente a Cavaco e Passos, ainda que custe quebrar amarras ideológicas. De todo o modo, se o poder do “espêsso” é grande, então saibamos que foi dada a primeira indicação para a alternância, porque começam a escassear garantias de Passos, Álvaro e Gaspar, após o trabalho sujo. Serão, por sua vez, chamados a turno, os corifeus e belzebus, da esquerda democrática, (dixit Assis), antes que chegue trovoada da grossa. Mas seja como for, não nos deveremos descentrar do que fica.
E o que fica, foi o que disse a deputada Apolónia: “Venham, venham. Por cá o trabalho é barato e se quiserem despedir, não custa nada”.

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