terça-feira, 24 de agosto de 2010

Breves Notas sobre os primeiros Jogos Olímpicos da Juventude

Augusto Alberto


Deixo aqui algumas, breves, notas sobre os primeiros Jogos Olímpicos da Juventude, que decorrem ainda em Singapura, até à próxima 5ª feira, dia 26 de Agosto.
Numa decisão muito feliz, da Direcção do Comité Olímpico Internacional, presidida por Jacques Rogge, avançaram em Singapura os 1º Jogos Olímpicos da Juventude. Nesta primeira edição, o conjunto das modalidades olímpicas, decidiram criar formatos de participação muito mais dinâmicos, afectivos e universais. Deste modo, o basquetebol foi jogado por equipas de 3 atletas, que utilizam metade da quadra e o mesmo cesto. O tiro com arco, na sua forma colectiva, foi jogado por equipas de dois archeiros, sorteados, e que formou aleatoriamente uma equipa com uma atiradora da Grécia e um atirador da Eslovénia, por exemplo. O triatlo que teve a sua competição suportada em equipas dos cinco continentes e que deu a Portugal uma medalha de ouro, pelo seu tri atleta que integrou a equipa vencedora da Europa. A canoagem, que basicamente deixa o formato em linha olímpico e avança para um modelo quase em slalom. E o remo que abdica da sua distância olímpica de 2.000 metros em linha e avança para uma distância de 1.000 metros, que conferiu à competição uma magistral dinâmica e movimento. Obviamente que os países com certezas de participação imediatas, tiveram tempo de fazer as suas melhores escolhas, em linha com as dinâmicas das respectivas competições, o que lhes deu maiores possibilidades de sucesso. De todo o modo, será importante dizer que apesar dos diferentes modelos, os Jogos Olímpicos da Juventude, são para jovens mas não para meninos, tal o seu alto grau técnico e dinâmico. Foi neste contexto absolutamente novo, que Patrícia Batista, uma jovem figueirense, formada nas escolas de remo do Ginásio Clube Figueirense, após escolha da Federação Portuguesa de Remo, e ainda após a escolha da modalidade, já no limite, pelo Comité Olímpico Português, esteve presente. Deste modo, o seu desempenho olímpico, terá de ser sempre apreciado à luz destas vicissitudes e desta nova distância olímpica. Qualquer outra interpretação à sua participação, que não tenha em conta esta realidade, será sempre um erro, e como gosto de sublinhar, serão sempre bolas para o pinhal.
Tanto a atleta, como o treinador que a acompanhou, que fui eu, após decisão da equipa técnica nacional, com o aval da direcção federativa, tudo fizeram para a obtenção do melhor lugar possível, no sentido de melhor e maior prestigio pessoal para a atleta, para o seu clube e para os seus treinadores. Contudo, num quadro de grande dinâmica e dificuldade competitiva, a Patrícia quedou-se pelo 21º e último lugar, que está nesta competição, em linha com as suas competências técnicas, mas que não deverá ensombrar, de modo nenhum, o seu perfil de jovem atleta.
Apesar de constipada, que lhe causou algum desconforto, mas que nunca a impediu de competir, é preciso dizer em abono da atleta, que o seu comportamento social foi sempre alinhado com as necessidades de uma competição de alto grau de exigência, que só a qualifica socialmente.
Patrícia Batista regressará a Portugal, com o conjunto da delegação, no dia 28 do corrente mês, sábado, após uma longa e cansativa viagem. Eu que já regressei, digo que foi com gosto que a acompanhei e desejo-lhe desde já, uma óptima viagem.

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