Augusto Alberto
Há uma fronteira, que se transposta para baixo, sublinha o
nojo. Digo isto, a propósito do folhetim TAP. E quanto ao caso, é útil dizer, não
dou importância às rábulas que sustentaram o folhetim e mais as torcedelas do
Seguro. A TAP não pode ser privatizada e ponto final. E se dúvida houver,
aconselho a olhar para o paquete Funchal, jóia da marinha mercante portuguesa.
O Funchal saia, rodeava o Bugio, mas voltava sem nunca cansar. No Funchal
serviam-se pataniscas, bolos de bacalhau, iscas de fígado à portuguesa e
reservas do Dão e da Bairrada.
Mas um dia, vagabundos garantiram que, vendendo-o, a novos
mares chegaria. E precisamente, há poucos dias, justificando o absurdo, saíram
escada de portaló abaixo, (viver sempre também cansa…), os três últimos
trabalhadores, que durante meses, aguentaram, vencidos, sem salário, sem
comida, sem água e sem combustível. Vai no cais apodrecer e de seguida,
caminhará, às peças, rumo a uma metalurgia no centro da Europa. A venda foi uma
dor, enquanto os loucos continuam com a saga. E na aviação comercial, não creio
que haja outra companhia que tenha pintado no dorso do avião, um logótipo tão
soberbo. Na TAP, bebe-se vinho do Dão ou de Lafões. Na TAP, fala-se a língua de
Camões. O Funchal foi, mas nunca deveria ter deixado de ser, e a TAP é marca de
água da Pátria.
É estratégia absoluta tratar mal o que é público, para criar
o caldo que leva à privatização. Vitima de inúmeras campanhas difamatórias, de
juros leoninos, contraídos com a banca privada e de um mau negócio no Brasil,
de parceria com a Varig, que careceria de boa explicação por parte do senhor
Pinto, são exemplos de como se desconstrói o património nacional.
A loucura sofreu um primeiro revés, mas os loucos não descansam
e já falam em voltar em 2014. Tenhamos esperança de que estes loucos não passem
o umbral do manicómio, para não dar asas a mais insanidade. Que estourem
politicamente em breve, para nos vermos livres. Rua! (…sempre os mesmos,
discursos de Mussolini…). Porque um estado que não sabe guardar as suas
memórias e as do seu Povo, é um estado de merda. Que é o estado a que isto
chegou.
Post script: Andam viajantes pela rede, que querem ver mas não
querem ser vistos. De um modo geral, nem sequer querem discutir sobre as causas
que aqui nos trouxeram. Pode-se dar o caso, de não querem, por estarem bem.
Quando a escrita os incomoda, concubinando-se com a mentira, dando sentido
contrário ao que se escreve. Fazem-me lembrar um selecto e exclusivo grupo de
homens, que trajavam por igual, dos tempos de Salazar e Caetano. Fato preto,
camisa escura, sapato e meia preta e para rematar, chapéu de pelica escura a
condizer, e que também tinham por profissão torcer a verdade e os homens.
3 comentários:
Boa noite Alexandre
Quanto estás disposto a dar do teu salário para o Estado pagar as dividas da TAP?
Um abraço
Jorge
Francamente, não dou mesmo para esse peditório.
será que a TAP é assim tão necessária ao bolso dos contribuintes? afinal dá lucro ou não dá? afinal paga salários chorudos ou não paga? Afinal que obrigação temos nós,contribuintes de estar a manter uns quantos funcionários(públicos???)com os seus impostos se nada no beneficia?passem,passem ao privado sim senhor,e recebam os salários que merecem pelo que produzem,não pelo estatuto de serem do estado.Afinal se o país está em democracia,é de todo o direito que acabe o público ou que ganhem,paguem os impostos e tenham os mesmos direitos e obrigações que o trabalhador comum,após o 25 de abril,não lhes foram dados previlégios fora do comum?será que pagaram impostos e contribuições para terem os privilégios que auferiram durante tantos anos?será que produziram o suficiente para isso?por acaso até se vê nas repartições públicas a celeridade que mostram em despachar trabalho,nalgumas dessas repartições é comum entrarem (alguns funcionários,não todos)às 9 horas e às 9.45 já irem a caminho do café em frente.É TEMPO de dizer:BAAAAAAAAAAAASTA...
Enviar um comentário