sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Jaime, o banqueiro pesporrente e o orgânico Costa


Augusto Alberto


Morreu Jaime Neves, o cérebro militar do 25 de Novembro, continuadamente celebrado pela burguesia reaccionária, e que também é indicado como responsável pelo massacre de Wiriyamu, em Dezembro de 1972, na Província de Tete, Moçambique. De todo o modo, a verdade já não mora aqui ao lado. Mas o que é verdade, é que a burguesia, filha e neta do fascismo, aproveitou o golpe e voltou aos comandos, até nos trazer até aqui. Wiriyamu foi massacre e extermínio, porque se mataram mais de 4 centenas de pessoas e se exterminou fisicamente uma pacífica povoação. Foi um dos mais cruéis episódios da guerra, aleivosado numa espécie de loucura e desespero, porque a Frelimo estava a colocar grupos muito moveis, ao longo da linha de Tete, que causavam muitas dificuldades à circulação de bens e pessoas e infligiam danos pesados ao exército colonial.

Jaime Neves fica ligado a estes dois momentos capitais, que lhe adornam o currículo. Seja como for, do ponto de vista semântico, a palavra extermínio significa chacina, destruição, aniquilamento e extinção. Uma ocorrência física, feroz e metódica, como relata a história do povoado de Wiriyamu, ou uma acção continuada de politicas económicas e sociais que destruturam pessoas e as encaminham para o suicídio ou empurram para o percalço de vir morar para a rua e passar a ser, do ponto de vista etimológico e antropológico, um sem abrigo.
Aliás, como reconhece o banqueiro Ulrich, que assinalou inequívoco, o que assinala, baixinho, a grande burguesia reaccionária. Que um povo que pare um banqueiro pesporrente e insolente e militares orgânicos, capazes de o desencravar, está sempre disponível para baixar a bitola da vida, até ser capaz de se confrontar com toda a naturalidade com a pobreza, e se colocar na condição de viver na rua, como calha aos cães. É sabido que o banco do banqueiro insolente, respaldado pela cáfila da elite do Partido Social Democrata mais a do Centro Democrático Social, ajudados pelo cai-não-cai do Partido Socialista, obteve no ano de 2012, lucros fabulosos. Desses lucros, 65% resultam de manobras, (especulação), sobre a divida portuguesa. Por isso, razão tem, quando reafirma que o povo no ajustamento à pobreza não tem limites. E tem ainda a certeza, de que enquanto o povo vive sem atinar com o melhor modo de afastar as moscas que zumbem nas orelhas, vem ai, desta vez, não um militar para desencravar o banqueiro, mas um tal senhor Costa, capaz de tornar mutantes as moscas orgânicas do enxame.
Pois é! Um banqueiro insolente raramente se engana, e não desperdiça o seu tempo com o inorgânico tempo. 

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