Augusto Alberto
Nos corredores e nas salas do
Partido Socialista, já se grita: “matai o Costa!” Ah pois, matai o Costa,
gritam alguns fiéis militantes do socialismo de rosto humano, contra a serpente
calculista. Mas para melhor entendimento, quero aqui lembrar, tanto aos fiéis
como aos abstencionistas do dia 25 de Maio e aos desgraçados que teimam em
votar na corja, a extraordinária estória de Rosa, do Porto, que foi despejada
pelos serviços de um hospital público, nas escadarias da igreja do Carvalhido,
deixada perpendicular aos degraus, também gastos, pelo sucessivo corrupio de fiéis
às orações, embrulhada em cobertores e numa combinação já muito puída por força
da traça que grassou pelos seus velhos armários em madeira.
E ainda, poder contar para quem
não sabe, também, a extraordinária estória dos meninos de rua, que procuraram
um pouco de paz e vianda, nas escadarias da igreja da Candelária, na Cidade do
Rio de Janeiro, e que pela calada da noite foram fuzilados por um esquadrão da
morte, (policia militar), que julgou limpar a cidade de putos indigentes e
metediços, cuidando oferecer, na ponta de uma pistola, melhor sossego à
aristocracia da Cidade Maravilhosa.
Para os acima citados fiéis,
abstencionistas e desgraçados, que pouco têm aprendido, estes dois exemplos indicam
como o modelo liberal de hoje não difere do de ontem. Deste modo, bom seria que
por exemplo, Joana Amaral Dias, que em breve será deputada da nação, ou
Secretária de Estado do Governo da República, no partido, quem sabe, dirigido
pelo Costa, e que até há pouco, foi uma seriíssima revolucionária, e que sabe,
creio, destas coisas de chumbo e pólvora, aproveitasse para explicar a Rosa, do
Porto, quem a colocou no seu estado de miséria.
E também, bom seria que o poeta
Alegre, nos explicasse, quem iniciou a contra-revolução, desde logo, com as
abstrusas alterações às leis do trabalho, que permitem que a balança esteja em
definitivo, contra o mundo de quem, pelas 8 horas da manhã, ensonado, pega no
batente, quer seja num escritório, no ferro ou na malha, e contra uma certa
aristocracia operária, que julgando ser, (como custa por os pés na terra, não é
Soporcel?), cuidou que mal não lhe sucederia.
E também, que o engenheiro
Sócrates, mais o Costa, que foi seu delfim, explicassem à nação, quem, na
Assembleia da República, votou favoravelmente, os seus planos de estabilidade e
crescimento, (as antecâmaras das politicas de rapina), 1, 2 e 3, e só não foi
ainda mais adiante, porque, quem manda pode, e chegado o 4º, fez-se alto e a
mando dos banqueiros, foram os socialistas arreados.
Para os citados fiéis,
abstencionistas e desgraçados, lembro que a estratégia abstencionista e a
estratégia de votar nos escroques, tem sido uma merda. Se fossem boas, nem
Portugal, a sul plantado, nem a Europa, do Atlântico aos Urais, estavam com
milhões de desempregados. E outros milhões de famintos, e já muitos fascistas a
meterem os músculos de fora, como na Ucrânia e em França, a lata e a prosápia.
Foi, não se duvide, de copianço em copianço, e de rotação em rotação, que
chegamos ao pântano. Infelizmente, para muitos, ainda é tempo de ilusões, e por
isso, voltaram a votar nos ladrões.
Ou de desilusões, e desse modo,
faltaram ao voto, dando por essa via, outra boa ajuda aos citados ladrões. E só
não vê, quem não quer, ou quem também é, patife, ou crê, que o melhor é viver
com as sobras do banquete dos leões. Bem sei que o mundo mudará, mas não será
com o Costa, nem com demagogos como um tal Nobre e agora, com Marinho Pinto,
(novo engano), com certo jeitinho para o caudilhismo.
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