segunda-feira, 9 de março de 2009

Do que eu gosto é de estar sentado num mocho, e usar roupas leves e frescas

por Augusto Alberto
A propósito da minha última crónica, veio um anónimo, aqui nesta ”aldeia olímpica”, perguntar se eu sou candidato pela CDU. Quero dizer que pela CDU sou sempre candidato, aqui ou ali, tanto faz, como já fui em locais tão longínquos, como a Freguesia de S. Paio da Farinha Podre, lá para as serranias, ou o primeiro da lista da Freguesia de Buarcos, no ano da graça da razia eleitoral imposta pelo Dr. Santana Lopes. Por mim, estou sempre disponível, mas que fique claro, bem sei que me falta perfil para ir mais além. Aliás, quem me conhece sabe que sou mais do terreno. Alguém que pedala pela manhã rumo ao hospital, meu local de trabalho, há mais de 30 anos, em cima da bicicleta, ainda por cima com alguns trambolhões pelo meio e um braço partido já no bornal, que durante pelo menos 20 anos, correu com regularidade, do “Teimoso” até ao Hospital e vir, estivesse vento, chuva, frio ou calor, e com muita e boa felicidade dado aos barcos. A este rapaz, caro anónimo, falta-lhe chá, frequência dos mentideros, conversa de chacha e da treta, enfim, aquilo de que se fazem os que se fazem a tais lugares e exactamente por tudo isto, ninguém poderá levar a sério um candidato assim. Como é bom de ver, não vou ser candidato pela CDU em lugar de topo, a não ser num lugar lá para o meio de uma necessitada lista.

Por outro lado, as coisas no meu Partido funcionam de modo diferente, com muita calma, democracia interna, suficiente, para se chegar aos nomes. Surpreendidos? Não se surpreendam, porque eu sei do que falo. Quem decide nestas coisas são os da casa, para o bem ou para o mal. Figurinhas ou figurões, por ali, não tratam do futuro.
Contudo, parece-me que a hora começa a ser de agitações. Agitam-se os que agora são, mas que lhes vai parecendo que em breve deixarão de ser, e os que agora não sendo, lhes parece ser hora para virem a ser. Ainda está a sair o cortejo e já muita gente vai suando para chegar à frente. Vai ser um papelinho, eu bem sei.
A este propósito, li há dias uma posição num jornal regional de um cidadão que se coloca à esquerda, sim senhor, que assegura que a bancada socialista na oposição, “estudou os dossiers e que hoje conhece bem a Câmara e o Concelho”, e sabe também quem deverá ser o candidato socialista, mas não diz o nome. Deixa-nos numa espécie de desejo. Mas também nos fala de um crescimento massivo e desordenado do betão e de processos pouco transparentes no urbanismo. Ora cá está! Para socialistas que conhecem bem o Concelho, saberão com certeza quem mais cimento imbricou na cidade. O Partido Socialista… Branquear é pecado que poderá dar perda da graça e... como quem diz, perder eleições.
Do lado do actual poder, vamos sentindo gente também a tomar posição, e como convêm, é vê-los atrás ou ao lado da chefe quando as TVs lançam o óculo. O Engenheiro está na corda bamba, só poderia ser, após aquela cena cruel da perda dos pelouros. Como diz o ditado, dos fracos não reza a história, ainda que me parece que há uma certa ingratidão, porque a bem da verdade, é neste reinado que obras estruturantes se puseram em marcha. Recordo a variante do galo d´ouro, a ponte da Gala e o portinho, a recuperação da principal, e as obras do prolongamento do molhe norte, para o melhor ou pior, só o tempo o dirá, embora alguma asneira também se tenha feito. Se calhar, alguma à conta dos arquitectos cá da praça, provavelmente com pouco jeito para a coisa. Lembro a obra grotesca da Rua da República e o desgraçado projecto que alterou e desfeiteou o jardim municipal, mas sobretudo aquele novo hotel, uma arruaça paisagística, a deixar razões para questionar a moral das decisões. Mas a questão é que o engenheiro não passa nas revistas cor-de-rosa e claro está, a laranja começa a parece pálida e quem sabe, a rosa ganhe agora cor depois de um tempo de anemia. Melhor dizendo, pode vir aí a rotatividade, ou seja, mais do mesmo.
Caro anónimo, como vê, não me abespinho, tudo o que quero é poder continuar a usar roupas leves e frescas, sentado em cima de um mocho, que é um banco de pé alto, e lá de cima, olhar as agitações que por aí vão e o que mais se verá. É tudo de fácil entendimento.


2 comentários:

filipe disse...

Saudações fraternas, camarada, e parabéns pelo teu estemunho, agora "que a hora começa a ser de agitações", como dizes.
E obrigado por me recordares a "nossa" Figueira, por onde passei, quando me enviaram para o RAP 3, estão agora a cumprir-se quarenta anos...
um abraço!

Anónimo disse...

A CDU existe na Figueira da Foz ? Que propostas fizeram no âmbito da discussão do Plano de Urbanização ? Que propostas, moções e documentos sérios apresentaram na Assembleia Municipal ? Que alternativas ?