Augusto Alberto
“Em arquivos da ditadura”,
ficamos a saber, que John Kennedy, perguntou ao embaixador americano no Brasil,
se…acha aconselhável uma intervenção militar? Dias depois, John é assassinado
em Dallas e Lyndon Johnson, que o substitui, a 3 de Março de 1964, envia seis
destroyers, com 110 toneladas de munições, um porta-aviões, um porta
helicópteros, um posto de comando aerotransportado e quatro petroleiros, para
encostar o Brasil às cordas. E muitos anos após, no dia 25 de Abril de 2014,
depois de prestar depoimento à Comissão Nacional da Verdade e admitir que
agentes do Centro de Informação do Exército (CIE), durante a ditadura militar,
mutilavam os corpos de vítimas…arrancando arcadas dentárias e pontas dos dedos
para impedir a sua identificação, o coronel reformado do Exército Paulo
Malhães, com 76 anos, foi encontrado morto dentro da sua residência. A
investigação ao crime, indica que a morte do coronel, indicia uma “queima de arquivo”.
Acontece que todo o aparato
descrito, em primeira-mão, destinou-se a salvaguardar os interesses da
oligarquia brasileira e da grande elite imperialista americana, as duas pontas
da mesma tenaz, responsáveis pelos morros favelados a perder de vista, sem água
e saneamento, alta taxa de mortalidade infantil e manhosa taxa de
analfabetismo, social e académico. E em segunda-mão, parece que o assassínio do
coronel deseja esconder esse facto.
Isso, dir-me-ão, foi obra de uma
ditadura. Pois sim! E o como se faz numa “demo” (diabo)cracia? Diz a
imprensa, que a Bolsa está a
engordar as grandes fortunas em Portugal. Sete dos maiores accionistas das
empresas cotadas, ganharam já 336 milhões de euros, apenas à conta da
valorização dos seus investimentos. E por contraponto, como escreveu o diário
“Jornal de Noticias”, faz com que…milhares de pessoas, crianças incluídas,
dependam actualmente da ajuda de instituições…nas grandes cidades, há muitos
casos em que as refeições oferecidas são as únicas do dia.
E o que une, estas, aparentemente
díspares, notícias? Que para manter a brutal disparidade na distribuição da
riqueza, no quintal, abaixo dos E.U., a política da canhoneira foi e continua a
ser uma evidência e depois, para manter os espíritos sossegados, dá-se-lhes com
o cacete. E na “demo”? Que para
manter essa mesma brutal disparidade na distribuição da riqueza, o “diabo”, vive montado na manipulação dos
factos e da informação, porque vozes dissonantes, por ali, não chegam aos
destinatários. E para se aleivosar, criou uma nova elite, bem preparada e
organizada, que se senta nos grandes escritórios de advogados, de Lisboa e
Porto, (de onde são oriundos Rangel e Assis), que nos fazem crer, que no país
das cautelas, das raspadinhas, do totobola, do euromilhões, do sorteio dos
automóveis e ainda, de muito outros totonegócios, que todos os modos de
ditadura são um bom modo de emborcar democracia.
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