quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Malandros!

Augusto Alberto


Por estes dias ficamos a saber que o grande capital não pode ser corrigido, e que nem sequer tem grandes preocupações éticas ou morais. Sabe-se que as grandes instituições bancárias americanas, salvas com dinheiros públicos, voltam ao crime e distribuem milhões em bónus. Nem vale a pena referir as elevadas somas, porque elas constituem um completo e desaustinado absurdo, quando há americanos a viver debaixo da ponte ou com tenda montada nos parques e jardins. E no Dubai foi feita uma experiência nunca vista. Absurda e sem vergonha. A do enriquecimento sem esforço. Por isso, só poderá ser ilícita. De tão ilícita, e com pés de barro, a coisa começou a tremer e a gente já sabe quem vai pagar.
Por cá, por esta zelosa pátria, dá a ideia de que a coisa também não difere muito, porque apesar do nosso ministro das finanças, dos Santos, nos vir dizer que Portugal vive um momento difícil, sabemos que as principais empresas cotadas em bolsa, sobretudo a banca, a EDP, a Galp, continuam na engorda. Mas o povo caminha para o miserabilismo. Não tarda, com um desemprego bem perto do milhão de desempregados. Eu nem quero imaginar o que isso vai dar. Que o défice público vai para lá dos 8%. Uma divida pública imprudente. E o nosso ufano e nutrido governador do banco de Portugal, mais a menina, escolhida por Sócrates, de quem se diz ter sido dirigente sindical no inicio daquelas rábulas revisteiras, que a gente bem conhece, ainda por cima do tempo do fascismo, quem diria, e que diz assim: “oh Zé, aperta o cinto, oh Zé aperta-o bem”. E o Zé convencido da bondade e como é doce e, por norma, palerma, aperta mesmo, como se não houvesse alternativa.
E também já sabemos quem são os culpados, que não restem dúvidas. E os culpados são os comunistas, senhores de tantos e vários males. Tentaram um período revolucionário. Uma reforma agrária, escangalhada com propósito. Nacionalizaram coisas que outros desnacionalizaram, com proveito. E se calhar, por hora, na rábula oculta, não venha algum idiota delirante e que se ponha para ai berrar:- não foram o Vara e o Penedos, foram os comunistas.
Ainda que sejam outros a comer os figos, é obrigatório que seja aos comunistas a quem rebenta a boca. Se parece que não há volta a dar, só me resta exclamar:
"Porra meus meninos, não querem ir bardamerda?"

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