Augusto Alberto
O meu amigo Alexandre, publicou, neste “aldeia olímpica”, uma formidável fotografia tirada na Festa do Avante, que despacha, simultaneamente, uma também notável e fraterna mensagem de amor, mas também de dor: "Esta noite milhões de crianças dormirão nas ruas do mundo. Nenhuma delas é Cubana". Nem o mais empedernido pode ficar indiferente, porque pelo mundo, sem dúvida, muitos milhões, e muitos, especialmente em países democráticos, dormem e sofrem na rua. Lembro aqui os meninos que fazem do pátio da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, o seu único lugar, sem aconchego, e são acossados, duramente, pela calada da noite, por polícias organizados em esquadrões da morte. Ou os meninos de rua da Cidade de Assunção, no Paraguai, que, sem eira certa, limpam os ocupantes de um autocarro público, num abrir e fechar de olhos, como nos disse, nas suas memórias, Pablo Neruda. Ou os meninos de uma qualquer cidade da Índia, que têm por tecto os ramos de uma arvore, as estrelas e o céu. E para acabar, os meninos do bairro negro de Brooklin, em Nova Yorque, que são vazados no frio, depois da recusa do acto médico, porque não tem o seguro de saúde.
Mas para que se saiba que a vida e a família são de facto um bem precioso, deixo aqui, sem retórica e com medidas sérias no reforço da notável mensagem trazida por essa fotografia, a última das medidas do estado cubano:
Mulheres cubanas, diariamente, recebem em sua casa a visita dos técnicos da sua área de saúde, no sentido do despiste de complicações, neste período de aperto da gripe A. Estão de momento, nesta situação, mais de 81.000 grávidas e mães recentes.
Há aqui, desde já, um verdadeiro acto de amor, que tem de ficar para lembrança futura. Não são as senhoras que se deslocam ao centro de saúde, mas os técnicos do centro de saúde que se deslocam a casa dessas mulheres, que constituem um grupo alvo, sem que lhes seja pedido o “segurinho”.
Evidentemente que a Unicef ao mesmo tempo que reconhece os notáveis progressos em termos de saúde pública na Ilha, não nos foi capaz de dizer quantos cidadãos maiores de 18 anos tem direito ao voto universal. Esta, cuidai, é de facto uma enorme tragédia democrática. Contudo, sempre vos digo que em Cuba qualquer cidadão com mais de 18 anos pode votar em plena consciência. A questão é que lá se vota de modo diferente e por isso não é possível eleger deputados como, por cá, se elegeu o deputado do PPD/PSD, António Preto, que compra votos a 25 euros, como quem compra nas lojas da especialidade da rua do Arsenal, bacalhau a pataco, ou aquele deputado socialista, amante de futebol e do Boavista, que ficou conhecido, deliciosamente, pelo Zé Léguas. Ou ainda, no país que vota de livre consciência, umas dezenas de bons cidadãos, estiveram, há cerca de 5 dias, mais de 12 horas numa fila para poderem ter acesso a um simples acto médico, no hospital da formidável cidade de Cascais, sem outra explicação, para lá daquela que os mandou fazer o papel de bons pretos e ainda por cima, com cara alegre.
Aqui chegados, e para terminar, não restam dúvidas de que esta democracia necessita de uns tantos palermas, que com um pedaço de papel que remetem para uma caixa, que por si só não chega, julgam estar a decidir o seu destino.
O meu amigo Alexandre, publicou, neste “aldeia olímpica”, uma formidável fotografia tirada na Festa do Avante, que despacha, simultaneamente, uma também notável e fraterna mensagem de amor, mas também de dor: "Esta noite milhões de crianças dormirão nas ruas do mundo. Nenhuma delas é Cubana". Nem o mais empedernido pode ficar indiferente, porque pelo mundo, sem dúvida, muitos milhões, e muitos, especialmente em países democráticos, dormem e sofrem na rua. Lembro aqui os meninos que fazem do pátio da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, o seu único lugar, sem aconchego, e são acossados, duramente, pela calada da noite, por polícias organizados em esquadrões da morte. Ou os meninos de rua da Cidade de Assunção, no Paraguai, que, sem eira certa, limpam os ocupantes de um autocarro público, num abrir e fechar de olhos, como nos disse, nas suas memórias, Pablo Neruda. Ou os meninos de uma qualquer cidade da Índia, que têm por tecto os ramos de uma arvore, as estrelas e o céu. E para acabar, os meninos do bairro negro de Brooklin, em Nova Yorque, que são vazados no frio, depois da recusa do acto médico, porque não tem o seguro de saúde.
Mas para que se saiba que a vida e a família são de facto um bem precioso, deixo aqui, sem retórica e com medidas sérias no reforço da notável mensagem trazida por essa fotografia, a última das medidas do estado cubano:
Mulheres cubanas, diariamente, recebem em sua casa a visita dos técnicos da sua área de saúde, no sentido do despiste de complicações, neste período de aperto da gripe A. Estão de momento, nesta situação, mais de 81.000 grávidas e mães recentes.
Há aqui, desde já, um verdadeiro acto de amor, que tem de ficar para lembrança futura. Não são as senhoras que se deslocam ao centro de saúde, mas os técnicos do centro de saúde que se deslocam a casa dessas mulheres, que constituem um grupo alvo, sem que lhes seja pedido o “segurinho”.
Evidentemente que a Unicef ao mesmo tempo que reconhece os notáveis progressos em termos de saúde pública na Ilha, não nos foi capaz de dizer quantos cidadãos maiores de 18 anos tem direito ao voto universal. Esta, cuidai, é de facto uma enorme tragédia democrática. Contudo, sempre vos digo que em Cuba qualquer cidadão com mais de 18 anos pode votar em plena consciência. A questão é que lá se vota de modo diferente e por isso não é possível eleger deputados como, por cá, se elegeu o deputado do PPD/PSD, António Preto, que compra votos a 25 euros, como quem compra nas lojas da especialidade da rua do Arsenal, bacalhau a pataco, ou aquele deputado socialista, amante de futebol e do Boavista, que ficou conhecido, deliciosamente, pelo Zé Léguas. Ou ainda, no país que vota de livre consciência, umas dezenas de bons cidadãos, estiveram, há cerca de 5 dias, mais de 12 horas numa fila para poderem ter acesso a um simples acto médico, no hospital da formidável cidade de Cascais, sem outra explicação, para lá daquela que os mandou fazer o papel de bons pretos e ainda por cima, com cara alegre.
Aqui chegados, e para terminar, não restam dúvidas de que esta democracia necessita de uns tantos palermas, que com um pedaço de papel que remetem para uma caixa, que por si só não chega, julgam estar a decidir o seu destino.
Ou, como com tretas, papas e um papel, se enganam os tolos.
12 comentários:
É sempre útil pôr os pontos nos is...
Um abraço.
Alguns homens que eram ricos tornaram-se Santos.Deram todos os bens aos pobres,isto foi à muito tempo...(foram só alguns) Hoje se todos os ricos prescindissem de uma fatia do que têm,os remediados de um bocadinho também,e quem pouco tivesse um pouco daría.Junto daria algo que depois seria encaminhado no sentido de minorar a pobresa que é uma triste realidade.Teria de ser sempre,e em todo o globo:mas não falam com certa pompa em aldeia global?Em darem as mãos?
Pois que os ricos dêm as mãos aos pobres(mesmo que a seguir as vão logo desinfectar...) mas não dêm só as mãos,os euros são necessários!
Pela primeira vez visito o seu blogue,e comentei;mas escapou-me o dedo e bisei o que disse.
As minhas desculpas.
Dília Maria
Apesar de não ser nada em politica,não julguem que sou um derrotista do sistema cubano,de certo que tem coisas sociais e execelentes,Por exemplo...Quando desenbarcamos em Havana,fiquei impressionado pelos cuidados com a gripe da moda.tivemos que preencher requisitos de vária ordem,uma trabalheira!coisa que não reparei em Lisboa e Madrid,por isso a saude em Cuba é cuidada e os médicos de fama.Penso que isto e o ensino ,são conquistas que muito aprecio em qualquer sociedade,mas desculpe,nota-se uma estagnação que imcomoda.Havana,que Hemingway consagrou com muita paixão,lá está a Bodiguita com as suas fotos,tambem o café que o nosso Eça frequentou,onde sentimos a nossa Pátria,cantando é uma casa PORTUGUESA COM CERTEZA,mas Havana,a bela Havana,chocou-nos pelo seu aspecto completamente degradado e em ruinas.O guia,cubano licenciado que ganha uns euros pela porta de cavalo ,da Agencia Abreu,dizia que havia agora uma certa abertura ao privado para trabalhos de recuperação e mostou-nos em belo edificio já recuperado.Sabem?Sei que sou ingenuo,mas os americanos são uns sacanas,pois deixam ali um povo a dois passos ,vejetar e isso é uma enorme injustiça.Não ,meus amigos ,ninguem pode ser feliz com a infelicidade dos outros e os americanos estão cheios de sangue nas mãos.Não vim feliz e sei que o êrro é meu,não devia sensibilizar-me assim,porque era um turista em passagem.Um dia fomos em grupo numa estrada á procura de recordações de Havana,talvês uns 15 parceiros.Um cubano que vim a saber que adorava rum,cá é o tinto,estendeu-nos uma muito murcha flõr do campo.È pessoal,gritei eu...vamos comprar a flôr ao nosso amigo e todos se reuniram á nossa volta.Como se chama? Sou Inague.Bom..não sabia o que dizer,mas saiu esta que ainda hoje falamos.
Olhe eu sou Olimpio e barbeiro na Cova gala,e somos de Portugal.E naquele momento de respeto pelo bom cubano que acabou por ficar com uns pesos,eu gritei alto e bom som...Viva Salazar,viva Fidel de Castro.viva Nossa Senhora de Fátima,para abençoar estes filhos da puta.Até parece que no meio de tudo isto ,eu é que sou o bom!!!Nada disso meus companheiros,o que sou é assim.
in http://criseecomunicacao.blogspot.com/2009/01/os-mistrios-de-cuba-e-sua-rica-pobreza.html
E a realidade do cubano não é fácil. Com um salário médio de 15 pesos convertidos cubanos (algo como 18 dólares), eles dependem do turismo como nunca para complementar suas rendas - o que explica, inclusive, a total segurança para visitantes nas ruas. Um quilo de carne custa 11 pesos, portanto, é possível imaginar o quanto eles admiram dinheiro vindo de fora. A imensa maioria dos residentes em Cuba não pode sair do país. Não podem comprar ou vender carros, não têm direito a itens de luxo como microondas ou DVD. Apenas médicos, artistas ou esportistas, além de pessoas ligadas ao governo (claro) podem viajar para fora de Cuba.
O socialismo determina que todos sejam iguais. Dessa forma, não há miseráveis em Havana. Há, sim, uma constante, linear e sutil pobreza. Prédios e carros vivem na sombra do que um dia foram. Até 1959, a capital Cubana respirava os ares norte-americanos e recebia os endinheirados turistas vindos da Flórida, distante apenas 200 km do litoral cubano. La Revolución, que em janeiro próximo completa 50 anos, parou tudo isso. Nas ruas de Havana percebe-se uma cidade que um dia foi luxuosa e requintada. Hoje, são essas mesmas casas e carros, sem conservação, que encantam e deixam perplexos os turistas. Cuba é um país parado no tempo.
Uma adoração fi(d)el | Apesar de tantas barreiras, a adoração ao "nuestro comandante" Fidel Castro é latente. Seja por meio de cartazes e placas ou ao conversar com a população mesmo. Um cubano diz, até com um certo orgulho, que ninguém sabe onde está Fidel. "Ele vive escondido por questões de segurança", explica. Segundo suas razões, Fidel já foi vítima de exatas 637 tentativas de homicídio por parte da CIA, órgão de segurança do governo dos Estados Unidos. E estariam todas documentadas.
Caro Sr .Luis Joly.O seu documento é o que eu não consegui escrever,mas tamem senti satisfação pelo belo Pais,mas de todo frustrado pelo comunismo decadente,que evoluido e justo,teria na minha cidadania a melhor aceitação.Disse no meu blogue que o luxo em Varadero é estupido,face a contactos que muito me chocaram.O grupo passou junto da casa de Fidel,mas é andar que se faz tarde,mas estou longe de sentir alegria com aquele estado social,ou entrar em discussões politicas que não levam a nada.Temos um País a caminho do caos e algumas teorias marxistas,poderiam resolver muitos problemas.
O Olimpio anda doido...
São efeitos dos ares da Vila de São Pedro! e dos amigos que por lá arranjou.Eheheheh
Fartei-me de rir só nesta tranquila madrugada.De facto quem lida comigo ,diz-me que tenho um grande pancadão e eu acho graça e o amigo ajudou agora a esta boa disposição.É verdade que ando doido por ver tanta injustiça e ódios,da qual e dos quais,não me identifico,mas creia e sem cinismo que lhe pagava um cafézinho na Gala,por reconhecer que sua opinião está certa e me causou boa disposição.Que seja feliz ,tanto quanto eu sou com a minha maluqueira e aceite a minha estima.
Belo! Assim é que é falar...e sentir! Para que servem as desavenças? Não se fartaram de dar abraços de Boas Festas? Então o blá,blá,no Natal,é só trêta...porque lá no intimo a raivinha é crónica.Olimpio,um abraço para ti.
Nem outra coisa seria de esperar de um ser humano como o Olimpio, com quem tive o gosto de trabalhar e de amalucar.
Ès grande, só é pena que se aproveitem de ti, tu não mereces.
Abraço e um café a qualquer esquina
Caro Sr.Anónimo.Em boa verdade sou grande em altura .1.8o,agora em largura,não lhe digo...Se trabalhou comigo,então foi bonito com as minhas maluqueiras.Um dia uma colaboradora minha á entrada do palco no casino,não queria entrar para o espectáculo de moda,com aqueles complexos do medo.levou tal palmada no rabo que ainda está vermelho.Não foi facil,não: ainda hoje com os meus 7o anos,reconheço que devia ter mais juizo,mas agora é tarde e vou continuar assim apaixonado pela luta da vida.
Caro Sr.Alex.Não se esqueça que o seu amigo Agostinho faz hoje anos ,fui o primeiro a enviar-lhe o abraço,julgo eu,tendo em conta a madrugada ,em que o sono se foi!Curvo-me em memória dos presos em Peniche,que já visitei duas vezes e foi um crime do ditador Salazar,aquele repugnante espaço de tortura.
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