sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Para criminosos é quanto basta

Augusto Allberto


O mundo ocidental de uma penada tem estado a abrir sucessivas brechas, que desdenham da sua superioridade moral e democrática. O terramoto do Haiti foi amplamente cruel, porque deu a imagem afinal de um povo miserável para resistir ao mais leve safanão. São as várias noticiais que nos chegam da sodomia dos padres em vários locais, muitos, sobretudo na Europa e que menorizam a cultura cristã e nem o pedido de desculpas a deus, servirá para aliviar dores. Aliás, seria preferível pedir ao diabo clemência, porque poderão ter que se colocar em posição de quatro, quando chegarem ao inferno, único lugar de expiação, se o diabo for tolo ou bruto.
E agora chega-nos a notícia de como umas centenas de militares, muitos deles sem noção, foram expostos a radiações nucleares, no Saara argelino, no sentido de serem as cobaias do plano nuclear francês. Esta não é matéria nova. Também os americanos nos idos anos 50, usaram os seus desertos para semelhantes processos. Aliás, as práticas de abusos, ainda agora, nesta matéria, são conhecidas. Refiro aqui o modo como os americanos tratam as coisas na pequena ilha de Viesques a sudoeste de Porto Rico, local de todo o tipo de experiências com o mais variado tipo de bombas, incluindo nucleares. Evidentemente que a população, por muitas e diversas vezes pediu o fim da saga, e que os americanos os deixem em paz, mas os seus desejos não chegam para derrubar os interesses do império, como é bom de ver. E quanto aos franceses, é conhecida a resistência de movimentos pacifistas e ecologistas às suasexperiências nucleares no Atole de Mororoa, no departamento (ultramarino) da Guiana, com enormes custos na biodiversidade e na qualidade de vida dos nativos.
Aqui chegados poderemos concluir que estas experiências dirão respeito sobretudo ao estado francês e ao seu povo e inclusive, admitir que os próprios franceses as acharam e acharão por bem, porque contribuiram para a sua própria segurança e da democracia em que vivem. Sem dúvida! Mas a questão, vistas as coisas por outro prisma, não será essa. O importante é saber que moral tem esta gente para exigir aos outros, aos do eixo do mal, a moral que eles próprios não tem.
Em boa verdade, o mundo há muito que está a ser dirigido por fascínoras que usam a mentira e a desinformação para conseguir levar a água ao seu moinho. Por isso, esta coisa vai acabar, como sempre, com um pedido de desculpas. Porque, para criminosos, é quanto basta.

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