sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Até se revoltarem os escravos

Até se revoltarem os escravos.
Até se revoltarem as comportas.
Até sismos divinos, roncos cavos
Da terra inquieta sob as pedras mortas
Sacudirem a nossa quietação.
Até que luas doidas sobre o mar
Sejam sinal da Alucinação.
Até se extinguir a gentileza
Que mais que nos liberta, nos corrompe.
Até sermos capazes de amar,
Até sermos capazes de morrer.


Mário António (poeta angolano)

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