Augusto Alberto
A 2 de Abril de 1982 a ditadura militar argentina inicia uma
intervenção militar contra a Coroa britânica, com vista a recuperar a soberania
sobre as Ilhas Malvinas e em caso de sucesso, aspirar a recuperar algum fôlego
e retocar os afectos. Ao cabo de 75 dias, a Argentina trincou a derrota
militar, perante o exército de sua majestade, auxiliado pelos Estados Unidos e
pela ditadura de Pinochet. Aliás, de quem Margareth Thatcher se torna
confidente e amiga.
Entretanto, nesse tempo de grande angústia, a selecção nacional
de futebol da União Soviética fez no estádio Monumental de Buenos Aires, uma
partida amigável com a selecção nacional argentina, com o fito de tirar nabos
da púcara. Um nada, que somado a outros pequenos e grandes nadas, acabou por
derrotar o campo socialista, com custos imensos para a humanidade, como
comprovam as políticas liberais em curso, de que Thatcher e Reagan foram os grandes
percursores.
A Inglaterra rejubilou, porque desde os tempos áureos do império,
não saboreava uma retumbante vitória militar. Desse modo, apesar de Thatcher
aplicar os mais impiedosos ataques ao mundo do trabalho, indignos de uma mãe e
avó, (desemprego e dilacerantes golpes sociais, que o digam as comunidades
mineiras do Yorkshire e Gales do Sul, que viram chegar de modo larvar, o
suicídio e o álcool, e outros golpes nas estruturas sindicais, que se repetem,
agora, nos Estados Unidos, porque a cartilha maternal do capitalismo continua
viçosa), reganhou alguma áurea.
Mas Thatcher acabou e um conjunto de actuais camafeus
faz-lhe o panegírico. Desde logo, Durão Barroso e Toni Blair, que aceitaram
participar na destruição do Iraque, terra em que a hora da morte para o comum
do cidadão, pode ser súbita, tal a desgraça. Inclusive, Blair continua a untar
a conta, dando lustro às milongas. Laudatórios foram também Cavaco e Passos,
que na esteira criminosa das políticas liberais de Thatcher, continuam a
mortificar o povo. E Barack Obama, a quem a atribuição do prémio Nobel da paz
não chega para refazer a imagem de bastardo, porque ao arrepio do que prometeu,
estendeu o patriot act, do cristão Bush, (que falou durante a noite com o
divino, que lhe apontou como inevitável o caminho da guerra), mantendo no
degredo de Guantánamo, terra cubana, dezenas de cidadãos exaustos e humilhados,
que procuram atrelar a morte física, a severas e prolongadas greves de fome.
Apesar de belo, o Mundo tem horas terríveis, porque andam
por ai um conjunto de salafrários, muito bem pagos, com a tarefa de fazer de
camafeus reputados estadistas.
Nota final: A
senhora foi tão abjecta, que até o futebol Inglês se recusa lembrá-la.
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