segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A bem da Nação

Augusto Alberto

A bem da Nação era o modo como se dava andamento aos documentos oficiais do estado novo, após respectiva assinatura fascista por cima do carimbo ou selo.

A bem da Nação fez-se, em 1974, Abril. Mas a bem da Nação, logo se elegeu, rotativamente, o partido socialista, o partido social-democrata e o centro democrático social.

E a bem da nação, para melhor confundir, ainda apareceram figurinhas como Otelo, Pintassilgo, Alegre e Nobre. A bem da Nação os partidos da rotação privatizaram e deram o golpe misericordioso em toda a indústria de transformação. A bem da Nação abateu-se a indústria da pesca, e a bem da Nação o mar serve hoje para a pesca lúdica e uns banhos de mar em tempo de férias. A bem da Nação a lavoura foi reduzida à sua mais baixa cotação e, hoje, a bem da Nação a nação produz muito pouco do que consome.

E a bem da Nação, aqui chegados, Mota Soares, ministro dos assuntos sociais, neto do estado novo, da agremiação do Paulo Portas, o já citado portas do PP, o Passos Coelho do PSD, o Seguro do PS, mais o Cavaco, o Cardeal Patriarca e os bispos de sotaina, decretam que 3 milhões depPortugueses, 1/3 de nós, fiquem reféns do pes, esquema assistencialista e caridoso, filosofia do estado novo, sem o qual morrerão à fome. Confortáveis, os herdeiros do estado velho, mais a santa madre igreja, a bem da Nação, perderam a vergonha e estão como peixe na água, a fazer nado sem barbatanas, tal a confiança e segurança.

A bem da Nação, de modo persistente, vêm a terreiro uns tartufos garantir que esta é a única solução, e ainda, a bem da Nação, escondem que há outras maneiras de resolver o assunto. Por isso, eu recomendo que a bem da Nação, se leia, estude e se ponha em prática as múltiplas propostas económicas e sociais saídas das conferências económicas, de 1997 e 2007, organizadas pelo Partido Comunista Português, onde às tantas, num domingo, 26 Agosto de 2007, se diz:: Portugal precisa de um forte investimento público e não de sucessivos cortes em cega obediência ao Pacto de Estabilidade e Crescimento, de apostar no aparelho produtivo e no desenvolvimento da produção nacional e não na financeirização da economia e das actividades especulativas… aplicando o princípio de que a um posto de trabalho permanente corresponde um contrato efectivo de trabalho.

E se não acreditarem, então que se continue a privatizar. Os elementos, a terra e a água, o fogo e o ar, montes e vales, o Gerês, porque o Alentejo voltou ao que sempre foi, o Rio da minha Aldeia, que para mim é maior do que a soma de todos os rios do mundo, o canal público de televisão, e se não vos sossegar, que se privatize e decrete o fim da inteligência e consciência, para que se não importune o sossêgo de poltrões e usurpadores.

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