sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Os homens da picareta

Augusto Alberto


"Tem de haver fecho de hospitais e concentrações de serviços hospitalares, nomeadamente nos grandes centros urbanos", disse dona Isabel Vaz, presidente do Grupo Espírito Santo. E depois, ainda virá um fariseu dos seguros sugerir que todos os portugueses deverão subscrever um plano privado de saúde, escrito fundamentalmente em letras muito miudinhas, para que se não descubra que se compra gato por lebre. Aqui está o cerne da questão. Reagan e Thatcher ganharam anos aos novos tartufos neo-liberais, que nos querem convencer de que as teses que vendem são bestiais. É o bolor e o liberalismo em todo o seu esplendor.
Andaram muitos a saudar a queda do muro, e agora pumba! Chegaram os homens da picareta com pressa de escavacar tudo o que foi incorporado pelo capitalismo a partir do modelo socialista.
Se Barroso e Sócrates, cada um com sua picareta, incomodaram muita gente, agora o Passos, o Gaspar, o Portas, o Cavaco, e os restantes inúteis, cada qual com a sua, incomodam muito mais. Pois agora figueirenses, tendes uma boa oportunidade de participar na defesa do que deu a alguns muito trabalho a erguer. Chamai cá o deputado que elegestes, para que vos diga, da varanda do edifício da casta Câmara Municipal, que convosco estará nesta luta que vai ser dura e prolongada. Mas perguntai-lhe primeiro, porque fez, o seu partido (xuxa), do HDFF, uma empresa pública com gestão privada, sabendo que não existiam os meios para o “sucesso” financeiro?
Se responder porque se quis, à data, levar a dianteira e fazer do HDFF o que se tenta agora, (um hospício para velhos e indigentes), é honesto sim senhor! Mas eu digo-vos, só não foi feito, porque não estiveram reunidas condições objectivas. De todo o modo, a montante há a democracia, que de cruz, se move segundo linhas bem estruturadas. Que elege gente que se está cagando para os que votam e que tem bem estruturada uma máquina ideológica, que de tão oleada prepara os espíritos para as inevitabilidades.
E, assim, veio o dia em que as figueirenses começaram a parir na auto-estrada ou em Coimbra. E virá o dia, em que o tempo entre a ajuda e a intervenção médica, fará a diferença entre a vida e morte. Em boa verdade, já estamos segundo o modelo do PPD/PSD. Quem quer saúde paga-a! Estais esquecidos? Pois tomai cerejas figueirenses. É hora de acordar, chamai os que elegestes, mas não fiqueis de cadeira, colaborando por omissão, que é coisa tão feia como estar de acordo. Porque quem colabora com o xerife de Nottingham, só merece castigo. Sabei, pois, bandidos de Nottingham, que a inevitabilidade é uma puta. Que vos pariu! Sou eu que vos digo, que fiz do HDFF a minha aventura de 31 anos.

4 comentários:

gina henrique disse...

Essa é a receita a aplicar não só aos figueirenses mas a todos os Portugueses que deveriam chamar a si os eleitos (os tais super iluminados, mas só para o que lhes convem), e responsabiliza-los pelo atoleiro em que metem os seus eleitores.

Anónimo disse...

Há muitos anos que não voto.

Anónimo disse...

Onde é que está a CMFF a defender a cidade?! Em lado nenhum. Vergonhoso!

Anónimo disse...

Tenho vindo por força das circunstâncias, a debruçar-me sobre aquilo que os politicos recorrem para justificar os seus actos, ou seja a legitimidade democrática que lhes assiste por terem vencido as eleições. De facto em democracia quem ganha as eleições ganha a legitimidade democrática de formar governo e de aplicar as suas politicas. Mas pensando bem é só isso que ganham ao vencerem as eleições. A legitimidade democrática para se manterem em funções só é ganha no dia a dia, ao aplicarem as politicas com as quais foram a votos. Tudo o resto são desvios daquilo a que se chama responsabilidade democrática.Quem ao abrigo da dita legitimidade, teima em se desviar do seu programa está a trair a própria democracia e a por em causa a sua legitimidade democrática em se manter no poder. Por isso é que não pode valer tudo durante as campanhas eleitorais e por isso é que devem existir mecanismos de democracia directa para os prevaricadores. Indo por este caminho todos têm o direito de reinvidicar o seu voto, pelo método mais á mão (e isto é textual).