quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Elástico!

Augusto Alberto

Quando os crânios de uma nação pedem emprestado 78 mil milhões de euros e após algum tempo pagam por esse empréstimo acima de 110 mil milhões de euros, isso é ajuda democrática. Explicando melhor: a democracia é o modo bruto como o povo, o português no caso, é obrigado a alimentar certo clero e certa nobreza.
Como exemplo, desconstruído o estado social utilizando argutos argumentos ideológicos que servem para justificar o embaratecimento das pessoas, mas, contudo, quando se trata de salvar os interesses desse clero e dessa nobreza, não há limites ao bom “estado social”.

É o que sucede, agora, com o centro de exposições e negócios da Associação Industrial do norte. Uma ideia levantada pelos grandes homens de negócios do norte, debaixo do guarda-chuva público, para que os riscos fiquem a cargo do bom “estado social”. Na verdade, existe um estado social que deverá ser minguado para o povo, e um estado social bom e avantajado, quando se trate do clero e da nobreza. Para melhor clarificar direi que o clero e a nobreza estão bem suportados por um conjunto de alquimistas da opinião, que se alimentam como abutres dos farrapos, depois da caça grossa ter sido previamente devorada por um amontoado de chulos e traficantes de consciências e dinheiro.
Os povos tem toda a razão em duvidar, ainda que o grau de consciência e maturidade às vezes não vá além do chinelo e de alguma paródia. Aliás, o clero e a nobreza dão-se bem com essa dessintonia porque lhes permitir reinventar a democracia, basculando o cacete e musculando quem é preparado para bater sem questionar.
Na terra de todas as oportunidades, os Estados Unidos, e também por cá, com a superior colaboração da Drª Leite, desengonçadamente, deu-se um passo adiante na batalha ideológica à volta do comprimento do elástico. Pode afinal a democracia ser como um elástico que o clero e a nobreza mandam reduzir quando as coisas começam a tomar ares de que se vai escapar por entre os dedos? Pode, sim senhor. Encolha-se, antes que chegue a primavera, sempre celebrada quando ocorre em quintais distantes, mas nunca no quintal americano, regado, agora, a botas, bastão e a gás lacrimogéneo.

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