sábado, 11 de fevereiro de 2012

Epifanias

Augusto Alberto


A militância ensinou-me que o oportunismo não se livra dos demónios, nem evita que lhe conduzam o carro, de tal modo que vai ser impossível evitar, ainda a meio da curva, o embate de frente no primeiro pinheiro que aparecer.
É desta forma que os oportunistas desaparecem de cena, mas com trabalho de sapa feito, sim senhor. Aliás, se quisermos elencar, não falta quem bajulou e se deu à tarefa de trair e após o trabalho feito, vegete por ai, meio escondido, a passar por entre os pingos da vergonha. Aguentar uma vida inteira de resistência e luta, é de facto uma verdadeira estucha, só alcance dos melhores.
Ora, João Proença carrega o fardo de traidor e está a começar a provar do fel, ainda que se faça passar por sonso, ou, utilizando uma figura de estilo, a fazer o papel de corno. Que para o caso, é como diz:  “desconheço que haja delegados e outros activistas sindicais da UGT, de passagem para a CGTP”. Acredito que sim, que ainda não saiba, mas vai saber. Aliás, mais importante do que Proença saber, devem os portugueses perceber a urgência de estar onde estão os que combatem por causas.
Em boa verdade, os sindicatos filiados na UGT, cresceram com o diabo no ventre. E eu carreguei durante mais de uma dúzia de anos o trabalho sindical no Hospital Distrital da Figueira da Foz. Foi um gosto, que na parte final me levou à infelicidade porque a quase totalidade dos meus colegas, alertados, convenceu-se de que o mundo estava consolidado. Enganaram-se! O facto é que durante esses anos a actividade sindical foi exaustiva. Até que um dia fui alertado para o facto de a UGT ter chegado ao HDFF. Quis saber como e qual a importância. Nenhuma! Um (1) único trabalhador, cidadão sem causas, mas dado a outras epifanias, bom garfo e copo, de quem gostava muito e infelizmente já cá não está, entretinha-se de volta e meia a espalhar papéis. Ou seja, assim deve continuar a ser a UGT.
Nota de rodapé: João Proença usou de novo a litania anticomunista e acusou a CGTP de estar a preparar "uma pseudo greve geral", com o objectivo de dividir a UGT. Pois é, barrigudo. Nunca se sabe se depois de consumada a traição, não tenhas de caminhar a uma praça de jorna. Logo saberás como a fome dói. Coirão!

Sem comentários: