segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Sórdido e democrata

Augusto Alberto

Sandra Felgueiras, estrela em ascensão na RTP, filha de outra Felgueiras, boa na arte do toureio, capaz de tirar da capa e da espada, em pleno tribunal, chicuelinas e passos doubles, apresentou, pela primeira vez, o seu programa de jornalismo de investigação. Com propósito e porque a moda também manda, abordou o caso Rosalina Ribeiro. Às polícias e aos tribunais o que lhes é próprio, evidentemente, mas não impede que aqui registe o que registou, para percebermos que passos dá a infâmia. A citação de três (3) figuras do topo da militância do PPD/PSD. Desde logo, o sujeito Duarte Lima. Depois, Rui Gomes da Silva antigo deputado e governante. E o tipo que consegue a omnipresença. Ter sido bombista e ser hoje fascista/democrata, comentador residente da democracia e, sobretudo, advogado muito avençado, José Miguel Júdice. Figuras importantes e arquitectos, porque foram quem ao longo destes 38 anos traçaram a democracia, que os embriagou e nos trouxe basicamente à pobreza.
Nesse mesmo dia, a última sondagem realizada na pátria, ainda que possamos repetir a redundância de que as sondagens valem o que valem, mas a verdade é que nos dizem mais uma vez que o regime não muda, aponta para que os três partidos do poder, PPD/PSD, PS E CDS, somem 76% dos votos dos que votam, porque depois há os que vão para a praia e não votam, e por isso, são tão ou mais responsáveis, por esta coisa genérica, de nome república.
Confesso que nem por brincadeira admito que uma sondagem, nos tempos que correm, possa dar um resultado assim. E porquê? Porque a sondagem e o trabalho da Sandrinha, conseguem provar que o bom povo, ao não mudar o sentido do voto, continua a depositar o poder nas mãos de gente de moral duvidosa e que continuamente o expõe ao miserabilismo. Aliás, outro barão do PPD/PSD, Morais Sarmento, no mesmo dia, consegue dizer, em sussurro, o que há muito é evidente. Já em 2004 se tinha a certeza de que a desindustrialização, ia dar nisto.
Difícil, pelos vistos, não é fazer o pleno, ser sórdido e democrata, mas ser Povo atinado e de pleno direito. 

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