quarta-feira, 3 de abril de 2013

O mistério


Augusto Alberto


Ao falar na homilia da celebração do Paixão do Senhor, na Sé de Braga, o arcebispo Jorge Ortiga manifestou-se preocupado com os suicídios, depressões e frigoríficos vazios resultantes da crise e criticou a incompetência da classe política, o monopólio dos bancos, a corrupção judicial e as mentiras dos astrólogos. Lamento discordar da censura do padre Ortiga, no que à incompetência dos políticos diz respeito. Os políticos dominantes, são competentíssimos e raramente se enganam. Bem sei que a igreja de Roma, onde cabem o rico e pobre, espertos e parolos, fica-se entre o bem e o mal e por isso convém acertar os factos e desmontar o obliterado criticismo metafísico do padre Ortiga.

O político Cavaco Silva, que esteve em Roma, no beija-mão ao padre Chico, é o mesmo político Cavaco Silva que saiu do B.P.N., antes do colapso, com o dobro do dinheiro com que lá entrou. E a pergunta que se coloca é se este católico é falso ou verdadeiro, e se se enganou ou é incompetente?
Tomemos o exmplo do político Miguel Relvas, que faz a sinopse do tipo que foge ao estereótipo do marrão, não se engana e não é incompetente, porque tomou canudo em ciências politicas num ano, o que um estudante normal toma em vários.
E indo adiante, deparamo-nos com uma apreciação cabal do jornal I, que refresca a competência e inteligência, de quem politica e economicamente manda. Núcleo duro dos mídia portugueses é controlado por militantes e simpatizantes do PSD e do PS. Reflicta o padre Ortiga nestas verdades, e logo verá que as elites de incompetentes e parvas nada têm.
Incompetente é o povo que nelas vota. Mas, de tão afirmativas, aceito as restantes acusações. Ainda que em relação à astrologia, a minha dúvida, está em se não será melhor colocar a “astrolar” (apesar da carne ser já um pouco puída e dura, mas ainda comestível) a astróloga e taróloga Maya, para que o gorgolejar dos astros, das cartas, do beligerante filósofo da triste figura e aldrabão, melhor se acomodem à necessidade de manter na quietude e no jejum, os lorpas.
Esta coisa de aceitar como iguais e incompetentes todos os políticos, não é antipatia. Serve que nem uma luva a Igreja e a corja. E a nós vai-nos pondo, (aqui o padre acertou, porque a metafísica se ajeitou), os frigoríficos vazios.
Lampeduza, n’ “O Leopardo”, escreveu sobre o mistério

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