Penso eu, poderei até ser influenciado por de ideias pré-concebidas, posso admitir, que as revoluções, manifestações, ou qualquer outra reacção contra o poder instituído são sempre possuídas por uma carga ideológica.
Não sou tão inocente ao ponto de acreditar que aquelas inconstâncias sociais no norte de África sejam fruto unicamente da vontade popular e que apareceram por geração espontânea. É cedo, muito cedo mesmo, para se perceber o que está por detrás daquela coisa toda, quem lidera aquilo. Relevo, evidentemente, a questão da Líbia, uma questão muito à parte.
Na questão da Tunísia e do Egipto chegou-se a considerar, a imprensa que temos, “ventos de mudança”. Sabe-se, ou por outro lado, apesar de não se saber bem o que lá se passa, é que no Egipto a classe que dominava continua a dominar, “malgré” o homem dos americanos ter ido embora. Na Tunísia, idem.
Se essas “revoluções”, de jasmim, ou isso, foram aparentemente promovidas por geração instantânea, via feiçe buque ou coisa parecida, quase que sou tentado a pensar que as manifes da “geração à rasca” foram uma caricatura destas.
Primeiro, porque ainda há pouco mais de um mês tivemos um acto eleitoral (que no norte de África não tiveram) e o resultado foi que as forças do poder instituído foram as grandes vencedoras. Parece-me estranho que um mês depois haja um descontentamento assim tão grande.
Segundo, acreditando nesses manifestantes todos, acreditaria que estão reunidas as condições para se encontrar um novo rumo e uma nova política para o país, pois no próximo dia 19, ou seja, no próximo sábado, a manifestação da central sindical será uma avalanche medonha, tipo tsunami, comparada com as manifestações que levaram às mudanças na Tunísia ou no Egipto.
Vamos a isso?
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