quinta-feira, 12 de maio de 2011

Assim falou Zaratustra, perdão, a Troika

Aqui têm a nossa ajuda !
E passou o cheque de 78 mil milhões de dólares.
Tanta massa!

Mas atenção - advertiu a troika - desta quantia entreguem já, e em primeiro lugar, 12 mil milhões à Banca na modalidade de «apoios directos» -
e tomem medidas para reservar 35 mil milhões para garantias à mesma Banca, que, coitada, é a grande vítima da crise, a grande sacrificada e, portanto, deve ter prioridade no apoio.

Para que a nossa ajuda seja eficaz - decretou a troika - roubem nos salários dos trabalhadores, roubem nas pensões e reformas, aumentem os impostos, acabem com os serviços públicos, criem mais desemprego, generalizem a precariedade e, especialmente, acabem com essa história dos direitos laborais, essa coisa velha, ultrapassada e arcaica que a modernidade dos nossos tempos não pode tolerar...

À despedida, a troika FMI/BCE/UE, de semblante severo e dedo em riste, avisou: e não se esqueçam que, entretanto, por esta ajuda têm que nos pagar de juros, no total, uns 30 e tal mil milhões de euros.

E enquanto a troika assim falava, os três da troika PS/PSD/CDS-PP diziam que sim, acenavam as cabecinhas até quase desprendê-las dos corpos e, às escondidas, trocavam bilhetinhos: já temos programa eleitoral!, que grande ajuda!, que grande acordo!, que grande amiga é a troika!

Que grande cambada!

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