terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Todo o trânsfuga gosta de whisky on the rocks

Augusto Alberto

Vem ai foda ou canelada. João Proença, lídimo representante do “sindicalismo democrático, em liberdade ou de rosto humano”, abriu as hostilidades. Usando da prerrogativa que só é dada a traidores, utilizou uma dessas folhas que funcionam como veículo da informação oficial e do charco e logo informou, na esteira de um reles informador da PIDE da minha aldeia, que o próximo dirigente da C.G.T.P., será a cara dos interesses do Partido Comunista. Melhor será esclarecer que esse Proença vem na esteira de outro reles “sindicalista democrático”, que fez história por se pôr sempre de gatas e à trela, Torres Couto. Ontem foi Couto, hoje é Proença, alto quadro do Partido Socialista e por isso será bom que se devolva ao Partido Socialista o que é seu. Proença, o seu elo de ligação dentro da U.G.T., fervilhante de cedências e traições que ajudaram a que chegássemos aqui. Aliás, só por deferência de uma certa unidade na acção, a U.G.T. de volta e meia dá algum corpinho à luta, porque com virtudes próprias, só damos pela sua natureza, ao serviço da elite trambiqueira que tudo abocanha.

Ser sindicalista de mão cheia é prerrogativa única dos que lutam uma vida inteira. Queira, então, quem acha que a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses está mal entregue, fazer o favor de se posicionar para o trabalho, não de uma semana, um mês, mas de anos, uma vida quase. Cresçam e apareçam e provem que são capazes de tomar em mãos a defesa do valor do trabalho. Evidentemente que uma vida inteira de luta é cansativo e pouco lucrativo sendo assim mais fácil estar de mão esticada, que é o feitio do “sindicalismo democrático”, na esperança de que chegue a migalha.
Proença vai passar ao abrigo das maiores borrascas, com aquele sorriso que lhe dá ares de “rosto humano”, mas que faz de si, não mais do que um bufo e traidor.
Bem sei que o ideal seria não haver gente que escolhe uma vida de combate. Mas desistam. Por mais difíceis que as coisas sejam, existe sempre alguém que não se rende. Com efeito, foi contra  a rendição que a CGTP foi fundada no ano da brasa de 1970. Tempo em que estar no sofá era bem mais cómodo. Aliás, o modo como foi fundada, já em liberdade, a União Geral dos Trabalhadores. À volta de umas águas de castelo e de uns uísques com pedra de gelo.

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