Esta. Eu também já assinei. E recomendo-a. Quanto mais não seja, já que não é por aí que o estafermo se vai embora, a assinatura será sempre um libelo a favor da decência. E, como diz um artista, desopila o fígado.
Fui o 2688º cidadão, há minutos. Já vai em 2702.
Força aí.
1 comentário:
Posso ter acordado hoje com pouco sentido de humor, mas a verdade é que não consigo rir com a Petição online, dirigida «aos cidadãos portugueses», em que os signatários (1.568 no momento em que escrevo) «pedem a sua imediata demissão [de Cavaco Silva] do cargo de Presidente da República Portuguesa». E digo que não consigo rir porque só entendo a iniciativa como mais uma brincadeira, a juntar a caricaturas, montagens fotográficas, etc., etc., que, nos últimos dias, inundaram a net.
Mas parece-me que há quem a leve a sério e talvez valha a pena fazer alguns comentários:
1- Nem «os cidadãos portugueses», nem quaisquer outros, podem demitir o presidente da República: só o próprio pode renunciar ao mandato (Artº 131 da Constituição) ou ser destituído do cargo por crimes exercidos no cumprimento da sua função, após condenação pelo Supremo Tribunal de Justiça (Artº 132).
2- As Petições são bons instrumentos de protesto e de expressão cidadã e julgo que é pena usá-las mal.
3- Não sei se não está subentendida a convicção de que Cavaco Silva está diminuído mentalmente – hipótese que corre nas redes sociais e que me parece totalmente descabida –, mas, se assim é, dirija-se um apelo à Ordem dos Médicos ou a um grupo de psiquiatras e neurologistas para que se pronuncie, com os dados histriónicos disponíveis…
Finalmente: se os portugueses conhecem Cavaco no poder há décadas, se o tiveram como PR durante os cinco anos de um primeiro mandato, e o elegeram para um segundo à primeira volta, sem perceberem que a sua principal característica é a mesquinhez, seguida pela mesquinhez e a terminar na mesquinhez, agora, em princípio, vão ter de o aguentar mais uns anos, a não ser que contratem uns jagunços que se infiltrem em Belém para o liquidarem. Aprendam! E recebam-no com muitas vaias, como em Guimarães, o que é muito mais interessante do que assinar uma petição!
Mesquinhez, sim. Para mim, o «retrato» está feito desde há muito. Recorde-se, a título de exemplo, aquilo que, há pouco mais de um ano, fez correr tanta tinta: em 1967, ao ter de preencher, na PIDE, uma ficha que lhe daria acesso a determinados documentos reservados que pretendia consultar, Cavaco acrescentou, por sua exclusiva iniciativa e sem que ninguém lhe perguntasse, que «O sogro casou em segundas núpcias com Maria Mendes Vieira com quem reside e com quem o declarante não priva.»
Aos 28 anos, era já este Cavaco, moralista e mesquinho. Esperava-se que fosse exactamente o quê, com 72?
Sacado daqui:
http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.com/2012/01/cavaco-e-mesquinho-ponto.html
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