sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Memória olímpica (IV)

Cassius Clay (Boxe – Estados Unidos da América)

Aos 18 anos conquistou a glória ganhando a Medalha de Ouro no torneio olímpico de Roma, em 1960. Aos 22, derrotou Sonny Liston e tornou-se pela primeira vez campeão do mundo.
Iniciava assim uma carreira brilhante que o levou a ser considerado por muitos especialistas como o melhor peso pesado de sempre. Durante a qual, em 61 combates, sofreu apenas 5 derrotas, com a particularidade de 37 vitórias terem sido obtidas por K.O.. Em 1999, a revista americana “Sport Illustrated” elegeu-o como o desportista do século.
Elegante e com um estilo muito próprio, a tenacidade era um dos seus muitos atributos: durante um combate, em 1973, contra Ken Norton, aguentou 12 assaltos com o maxilar partido e não foi ao tapete.
Em 1967, por motivos políticos, foi-lhe retirado o título mundial. Negou-se a combater no Vietname, numa guerra que não era dele, nem do seu povo, nem do seu país. Condenado a 5 anos de prisão, foi lá que se converteu ao Islamismo e adoptou o nome de Muahmmad Ali.
Já os vimos, por muito menos, serem galardoados com o Nobel da Paz, mas ele nunca chegou sequer, tanto quanto sei, a ser referenciado para tal. Seria merecido e justificado, não tenho dúvidas, uma vez que também deu a cara na luta contra o racismo.
Pronto, está bem… a medalha de ouro foi parar às águas do rio Ohio. Depois dele e de um seu amigo terem sido impedidos de comerem num restaurante exclusivo para brancos. Depois de, à saída do restaurante, terem sido atacados por um gang de motoqueiros brancos que lhe exigiam a medalha que ele orgulhosamente exibia. Os motoqueiros ficaram maltratados e o amigo colocou a medalha ao peito. Clay, pela primeira vez, via a medalha tal como ela era: “um simples objecto”, contaria ele mais tarde.
Em 1996 acendeu a chama olímpica para o início dos jogos de Atlanta.

Sem comentários: