domingo, 27 de abril de 2014

O “barão” de Cascais

Augusto Alberto


 39 Anos. E 50 euros a menos do que 3.300$00. Este é o axioma. E por isso, impoluto camarada meu, criado na escola dos ofícios, e quase com 40 anos do ferro, disse: “andou o Povo a acreditar em homens de bem e afinal, só lhe saíram “coirões”. E a esse propósito, Joaquim Pires Jorge, homem íntegro e de uma amabilidade extrema, nascido e formado nos anos de chumbo, cedo me alertou para não me deixar embalar pelo canto meigo de raras aves canoras.
E seguindo o princípio, contumaz, rejeitei o conselho dado pelo “Barão de Cascais”, numa das rádios do regime, (e da igreja), de que no 25 de Maio, o povo deverá votar em branco. O “barão”, é homem delicado e de verbo fino, com certeza. Mas acontece, que o “Barão”, sempre que pôde colocar a mão na nora, fê-la andar para trás. Foi deputado pelo PSD/PPD. Foi secretário-geral adjunto no seu partido. Foi coordenador do grupo parlamentar europeu do seu partido. Foi ministro da qualidade de vida. Foi ministro dos assuntos parlamentares. Foi, inclusive, fundador do seu partido. E foi Conselheiro do Estado. Bem sei que o “Barão” se agastou com os seus, porque pediu mais guita para voar mais alto, como os papagaios lançados ao vento, “Tenho perfil para o lugar de Presidente da República”, mas mais guita foi-lhe negada e por isso, amofinou-se, barafustou e acabou defenestrado.
Todavia, o “barão”, como toda a elite, tem um carácter adjacente. Toma o povo por desajeitado, enquanto tem a torpeza de reclamar boas virtudes de classe. E desse modo, o “barão”, porque tem medo dos sustos, desenha a hipérbole, de que povo do ordenado mínimo e do pouco pão, deve manter-se quietinho. Difícil de perceber?
António Capucho, que é o nosso serôdio “barão”, tome atenção, não é tolo e tem muita arte. Na verdade, só com bastante arte, é que tipos como o “barão”, conseguiram colocar, hoje, o ordenado mínimo nacional, abaixo 50 euros, dos 3.300$00, atribuídos no ano de 1975, pela “desequilibrada abrilada”, do camarada Vasco Gonçalves.

Mas saiba o “barão”, que neste tempo medonho, não se admitem pesporrências e passa-culpas. Por isso, diga lá, quantos votos foram precisos para o eleger e para concomitantemente, se construir um pobre?

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Não há perigo de coice

Augusto Alberto



A ascensão do terrorismo é a outra face do declínio americano, disse, na esteira de John dos Passos, Dom Delilo, um dos mais prestigiados escritores americanos vivos. Tal como o golpe contra-revolucionário de 25 de Novembro de 1975, poucos meses após a Revolução do 25 de Abril de 1974, marcou o contemporâneo declínio da Nação, com o regresso da velha camarilha ao poder, renovada com novos súcias, e também da remanescente nomenclatura financeira, suportada por velhos e novos padrinhos e velhas e novas famílias.
E para comprovar o axioma, destro, o ex ministro da Agricultura do governo de Sócrates, António Serrano, disse que a contabilidade da Fundação de Alter, que produz o cavalo lusitano, era um caso de polícia. Contudo, à semelhança do que sempre se fez, observou, desinteressado e enfatuado, velhos actos de gestão danosa sobre a coisa pública. E nada fez. E a actual Ministra Cristas, do C.D.S., tão pouco. Pelo contrário, manteve a cobertura aos crimes sobre o património, dando baixa da Fundação e colocando a sua contabilidade sobre gestão privada com fins públicos. Elegendo como boa, a velha maquinação de aperrear o que é público, para, de seguida, privatizar. No caso, em breve.

Acontece que o cavalo lusitano é hoje um dos cavalos mais apreciados e requisitados no mundo equestre. Ao ponto do cavalo de “dressage”, montado pela amazona brasileira, Giovana Paes, estar em adiantado estado de preparação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no futuro ano de 2016, tornando-se, desse modo, o primeiro cavalo da raça lusitana, olímpico. Titulo que muito actual e futuro bípede lusitano não tem, nem nunca terá. Porque, lamentavelmente, no dia do voto, como em anteriores actos, resolve ir passear, inter ou fora de muros, enquanto a base social da camarilha, essa, com o papo cheio, não falta. Por isso, no próximo dia 25 de Maio, sem receio, folgará mais uma vez a camarilha, porque não há, como nunca houve, perigo de coice.

domingo, 20 de abril de 2014

Relembrar Abril


fotos: alex campos

Nos tempos que correm não fará muito sentido comemorar Abril. Sabe-se que está atravessado nos partidos que costumamos eleger, e nas classes que eles representam e que detêm o poder. Quer o PPD, quer o PS que, paradoxalmente ou não, foi aquele que maior contributo deu para o seu esvaziamento e para a reposição da ordem vigente antes da data em causa. Patrocinados, como todos se lembram, e não é necessário perceber de História, pelo assassino de Lumumba e Allende. A situação do país fala por si.
Mas continua a ser importante relembrar Abril. Fazê-lo é ter esperança, é continuar a luta por uma sociedade mais justa.


terça-feira, 15 de abril de 2014

Nem com benzina, a branca e a breca

Augusto Alberto


Tinham que chegar as promessas. Mas cheiram a falso. E por isso, convêm perguntar, o que cola António José Seguro ao Conde de Abranhos, personagem melosa, que só chega ao poder, porque, “embora o Rei não o conheça, é informado que tem uma senhora muito galante”. Mas, como disse Eça: …é um patife, um pedante, um burro, porque enquanto ministro da Marinha, afirmou …que só ao fim de 18 meses de Ministério, é que descobriu onde ficava Timor. Do mesmo modo que António José descobriu, que o país está enxameado de pobreza e por esse facto, resolve garantir que acaba em 4 anos com os sem-abrigo, após António Guterres, seu camarada e 1º ministro, os ter aumentado, desmentindo a tarefa prioritária, de acabar, eternum, com os que vivem na rua. E onde irá o futuro 1º ministro, António José, meter tanta gente? Não diz, e por isso, Abranhos, leva-lhe vantagem.
Na câmara anuncia, isole-se o pobre, definindo como necessário a construção de grandes espaços físicos, telhados e, dentro, uma enxerga, um cobertor e ao rebentar da lua, um prato de sopa quente. Mas para manter a sobriedade, exigiu aos indigentes, que fossem abstémicos. No sexo, (nem foda nem pívia), e parcos no praguejar, que, por sinal, cola com a miséria da sopa e do pão. De todo o modo, convêm insistir. Onde vai António José, recolher tanta gente? No Centro Cultural de Belém? De todo, não vá a classe alta, tropeçar num pedinte encardido, ao entrar para os dias da música e cagar o tacão do sapatinho de vela. Ou na magnifica sala do Teatro Nacional D. Maria II? Tão pouco. Ainda que pelas noites, debaixo das suas arcadas, recolhidas da geada e da chuva, já muitos andrajosos estendem o cartão, para passar pelas brasas. Contudo, já imagino, António José, convidado para a abertura da época de ópera, e já estou a ver, muito antes de chegar, aparecer um polícia dos costumes, a indicar: - arreda, arreda mendigo, que está a chegar António José, o primeiro-ministro de Portugal. A ordem, nesta noite, é para recolher para lá da “uma”, não vá, o 1º Ministro, pisar o cartão, escorregar e romper o tendão. E lá se vão as promessas. Que são um vício, que nem com benzina se lavam.

De todo o modo, prometa o que prometer António José, a verdade é que Portugal é hoje uma colossal “mitra”, e por esse facto, deverá também, António José, penitenciar-se. Dá-se o caso de António José  ter sido ministro-adjunto do piedoso primeiro-ministro António Guterres, pelo que, hoje, por má consciência, António José, está tomado, simultaneamente, por uma branca e por uma breca. 

domingo, 13 de abril de 2014

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ao Eliseu, as vaginas, mais os bostinhas

Augusto Alberto


 No Eliseu, o poder, a alcova e a vagina, são coisa trivial e singela. Contudo, Maria Antonieta, a austríaca que foi rainha de França, apesar de ter poder e vagina, acabou com o pescoço na guilhotina, (com o Povo a berrar, mata a cadela, mata…), porque parece que também o rei era mais ao menos atrapalhado em matéria de coito, ao ponto de o imperador,  José II da Áustria, ter viajado até Paris, para saber das razões que impediam o casamento entre sua irmã e Luís XVI. Chegou à conclusão, de que, afinal, Luís XVI, tinha erecções satisfatórias, mas que sua irmã, não tinha apetite para o sexo nem tampouco, desenvoltura. Segundo ele, o rei e sua irmã, eram "dois perfeitos confusos”. Confusa, a França? Oh, lá, lá….Sendo assim, sem mudar de cenário e sem interromper o raciocínio, falemos do cepo autárquico, onde o Partido Socialista Francês, depositou, também, a sua cabeça, ao ponto, de Hollande, (outra cabotina e perfeita confusão), trocar um governo de bosta, por um governo de bostinhas.
Hollande, afinal, é só mais um pindérico, como anteriores Presidentes da República Francesa, muito envolvidos em escândalos, políticos, financeiros e de vagina. Pouco serve, pelos vistos, os interesses da aristocracia Francesa, e nenhum préstimo, tem, sobretudo para o mundo do trabalho, mas é um tipo muito bom, nos alardes de alcova. Só pode haver consenso, quanto a estas duas matérias. 
Para 1º ministro, escolheu um tipo muito celebrado pela direita. Porque essa coisa de se ser socialista, sem vir ao marxismo, é de cabo de esquadra. E saliva, porque, honra seja feita ao 1º ministro indicado, o Catalão, “Manel Valls”, escolheu e muito bem, para ministra do ambiente, uma tremendíssima vagina, em tempos, por Hollande, muito bem visitada. Será que Hollande, apavoado, mais uma vez, ainda pensa “segolanizar, Segolande? Ou será, que desgraçado, outra vez, ainda vai, em definitivo, para gozo da grande aristocracia, ser pateado e corneado pela França? Mistério! De todo o modo, estes socialistas franceses, são uma boa pandilha. Do ponto de vista da alcova, capacíssimos, (ao contrário dos “nossos”, simplórios nessa nobre arte de acomodar os mais brilhantes desejos furtivos. Mas do ponto de vista politico, um desastre, à semelhança, pim, pam, pum, dos socialistas de “cá”. Ora agora engano eu, ora agora enganas tu, tum).

terça-feira, 8 de abril de 2014

Subliminarmente...


Embora nunca tivesse sido jornalista, nem qualquer coisa que se pareça, pratiquei-o. Amador, nos tempos do "Barca Nova". Também, nos tempos de "A linha do Oeste". Jornalismo local, era uma aventura arrebatadora.  Pagávamos para fazer o que gostávamos. Acho que não é preciso talento para se fazer o que quer que seja, embora deva ajudar um bom bocado. No meu caso, colmatava essa falta com trabalho, dedicação, prazer. Muito.
Lembrei-me disto agora mesmo. Acabo de ver uma reportagem numa estação de televisão sobre a canção. "A canção é uma arma" assim se intitulava.
E lembrei-me também que invejo o talento. Eu nunca conseguiria fazer uma reportagem dessas sem falar com José Mário Branco, José Freire, Samuel ou Francisco Fanhais. "Et bien d'autres", diria Michelle Senlis. Pela importância que têm. social, cultural, política, artística.
Mas a dita estação conseguiu-o. É obra.
Convém lembrar que os quatro senhores que referi interpretaram, e interpretam, para além de textos próprios, , Natália Correia, Sophia de Melo Breyner Andresen, Ary dos Santos ou António Gedeão.
E que um deles é autor de uma canção que se intitula mesmo "A canção é uma arma". E que a utilizaram com mestria, com arte, com grande qualidade. E quando era difícil. 
Mas os tempos são outros.
Como cantaria Graeme Allwright:
"Les temps sont durs
Et j'suis pas sûr
de me payer un coup à boire."



quarta-feira, 2 de abril de 2014

Perfeito principio

Augusto Alberto

Não há bem que nos calhe, porque, amiúde, aparece sempre algum canalha a deixar-nos aterrorizados. É o caso da senhora economista, Teodora Cardoso, formatada numa das madraças (faculdades de economia) do capitalismo fundamentalista, onde se aprende o melhor modo de tirar a pele a quem trabalha, e que foi conselheira de António Guterres, ex-primeiro ministro de Portugal, simultaneamente dado à beatice e a Toni Blair, um sacripanta de luxo, que agora perora sobre a democracia pelo mundo inteiro, para aperfeiçoar a biltrice e ainda, com “blarisses” e bolos, enganar os tolos, em troca de grande somas em dinheiro, e que já há muito deveria estar preso, pelo papel de brutamontes contra a humanidade, e que liderou, ainda, um grupo de bacanos, a que se associou, precisamente, António Guterres, numa “terceira ideológica”, a que deram, precisamente, o nome genérico, de terceira via.
Coisa de cachaço em baixo, para assegurar o servilismo à “hidra” liberal, de milhentas cabeças. Que para além de triturar o trabalho, tratou de fazer baixar muita da chamada classe média à condição de trapo. Esse mesmo António Guterres, que por cá, ao não resistir ao pântano, acabou por fugir, para mais tarde ser recompensado, com uma tarefa à escala global. Provedor dos “desgraçadinhos”. E essa Teodora, outra ideóloga ao serviço da “bicha”, que descobriu, nova via para sacar o dinheiro de um modo mais fácil, aos que vivem do trabalho e do salário, através de um artifício legal, suportado, pois claro, pela tremendíssima banca, estabelecida em Portugal. E também, ainda, o conselheiro económico do principal, (que principal?), líder da oposição, (que oposição?), António José Seguro, que afinal, veio revelar, aquilo que Seguro nos tem andado a esconder. Seja no futuro, o Partido Socialista governo, o modelo actual de emagrecimento do Povo, é para manter.
E o mais vil, dizem as sondagens, ainda virá. Que os pobretanas revelam uma obsessão doidivanas pelo masoquismo, ao dar seguimento à abstenção ou entregar o voto à “hidra”.

Ao contrário da base social de apoio da “dita”, que não se esquece da sábia missão de votar, porque não precisa de um país diferente. Deste modo, um Povo que está sucessivamente a ajustar a cabeça no cepo, não merece perdão. Porque, não percebe, que a “bicha”, Dele, só necessita que continue a abster-se ou a votar PS, PPD/PSD e CDS, (Barroso), no sentido de manter a grande aliança, em ordem a que nada mude, (Lampeduza), segundo o perfeito principio, de que o Povo é um bom burro de carga e ainda por cima, tolo.