sábado, 29 de setembro de 2012

A luta continua, o povo está na rua

A resposta aos néscios indigentes que vão desgovernando o país não se faz esperar. Foi assim em Lisboa,  no terreiro do povo, esta tarde, e assim há-de continuar.

foto: alex campos

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Augusto Alberto: A competição no desporto adaptado já não é para meninos"


Entrevista
Texto: Alex Campos
Fotos: Augusto Alberto e Alex Campos

Depois da sua terceira missão olímpica, (Jogos Paraolimpicos de Pequim/2008, Jogos Olímpicos da Juventude/Singapura 2010 e Jogos Paraolimpicos /Londres 2012), Augusto Alberto, depois de nos contar algumas histórias acontecidas na capital britânica, acedeu a falar-nos na primeira pessoa. Sobre si, os jogos, a sua atleta e a situação do desporto adaptado e o outro, no nosso país. Situação pouco recomendável, pelo que se depreende. É uma conversa desassombrada.
Aí vai:


- O que dizes dos jogos? Foram um sucesso?
A. A. - Os Jogos foram, sem dúvida, uma enorme manifestação desportiva e social. Desse ponto de vista, os ingleses estão de parabéns. Aliás, creio que nenhum londrino deixou de passar nesses dias pelo parque olímpico. Na última semana, a Londres foi oferecido um tempo de Verão magnífico e, ainda por cima, para os padrões da Ilha, muito longo, e, como é usual, os londrinos e em geral os britânicos, não desperdiçam um tempo assim.

Diariamente, o parque olímpico era visitado por milhares de pessoas. Famílias inteiras, aparelhadas com o almoço volante, estendidas nas magníficas e longas áreas de relva. Nesses locais era possível ver em ecrã gigante tal ou tal competição e, simultaneamente, desfrutar de múltipla animação. Os vários recintos de competição estiveram sempre completamente lotados. O muito funcional estádio olímpico, a belíssima obra de arquitectura e engenharia da piscina olímpica e demais recintos, como na caso do ténis em cadeira de rodas, o pavilhão da esgrima, uma verdadeira parafernália de tecnologia que muito me comoveu, passando pelo goal-ball, uma verdadeira surpresa, o pavilhão do basquete em cadeira de rodas, uma das modalidades mais requisitadas, tal como o voleibol no solo, uma autêntica delicia.
Evidentemente que não estive em todas as modalidades. Sobretudo, faltou-me uma, o ciclismo. Do meu remo, não esperaria outra coisa, a não ser uma enorme fila de londrinos amantes dos barcos. Não me enganarei se disser que o remo teve nos 3 dias, em média, 5.000 pessoas a assistir ao melhor do remo paraolímpico.
Foi voz corrente pelo espaço olímpico, haver mais gente nos Jogos Paraolímpicos do que nos Jogos Olímpicos. Provavelmente não será alheio o apelo feito pelas autoridades, para que Londres fizesse dos Jogos Paraolímpicos um momento único e porque também, com toda a certeza, o preço dos ingressos foi mais acessível.

- O Parque Olímpico e a Aldeia…
 A. A. - O parque olímpico foi uma boa combinação entre a arquitectura paisagística e ambiental e a funcionalidade, o que permitiu o convite ao prazer de fruir os espaços, como já referi. A piscina olímpica, do ponto de vista da arquitectura, leva vantagem sobre todas as outras estruturas. Muitas delas amovíveis e que desaparecerão, para dar lugar a descampados que serão ocupados no futuro de outro modo. Aliás, esta foi uma solução muito bem conseguida e que permitiu baixar muito os custos de construção. O também belíssimo pavilhão de basquetebol irá por inteiro ser deslocado para os Jogos do Rio de Janeiro, em linha com essa óptima solução de redução de custos. 

A Aldeia, que foi o lugar de residência para cerca de 12.000 pessoas durante o período áureo dos Jogos, e que será dentro em breve uma enorme zona residencial, foi muito cómoda e funcional. Construída a pensar numa população da classe média baixa e habitação social, foi construída um pouco à semelhança das soluções do socialismo soviético, então muito gozada e glosada, mas que parece afinal ser uma solução adequada para resolver, a custos sociais razoáveis, as necessidades de habitação de enormes massas de população que procuram a grande urbe para realizar os sonhos de uma vida mínima. Quem diria!
Por outro lado, os cuidados em oferecer tranquilidade e a qualidade adequada a uma vida na Aldeia, a milhares de pessoas, obrigou a cuidados extremos, tanto do ponto de vista médico como alimentar. Apesar de se servirem no restaurante, mais de 30.000 refeições diárias, não houve nota da mínima complicação.
Os voluntários, cerca de 4.000, foram de uma amabilidade e eficácia, como é natural numa manifestação com esta dimensão. Muitos, tal como em Pequim, sofrerão no primeiro tempo, o sintoma de orfandade, porque ninguém se despede de dias assim, sem uma lágrima e uma longa saudade. E a segurança, amável também e muito visível, para que não restassem dúvidas. Aliás, todos os que utilizaram a Aldeia, sabem bem como funcionou o rigor e a disciplina.

Diferente de Pequim, esta aldeia.
A.A. - Pelo que já expliquei, Pequim, tanto do ponto de vista do espaço olímpico como do espaço da Aldeia, leva clara vantagem. Sobretudo, a Aldeia de Pequim, foi uma espécie de jardim do Éden. Mas o modo como Londres funcionou e a forma como os londrinos receberam estes Jogos, não é de modo nenhum para esquecer.
   
Das cerimónias de abertura e encerramento, o que dizes?
 A. A. - As duas cerimónias estiveram à altura dos acontecimentos e foram momentos únicos. Mas quero referir que a cerimónia de encerramento, do meu ponto de vista, foi simplesmente admirável. Ao combinar o fantástico, com o som, a luz e o fogo, provocou em quem esteve dentro do estádio, momentos únicos.
   
A qualidade da competição foi a esperada?
 A. A. - Confirma-se o que se tinha como verdadeiro e é voz corrente. Pequim deu um enorme empurrão ao melhor do desporto adaptado e Londres prolongou a visão do alto rendimento em homens e mulheres com alguma deficiência. Não podes ficar alheio ao alto nível de desempenho de um sujeito sem braços, que nada tão rápido, que nos surpreende. Ou de uma anã, que é uma autêntica máquina de nadar. Ou atletas que atingem velocidades de ponta, altíssimas, com pernas em lâmina. Ou homens que, em cadeiras de rodas, jogam rugby de um modo tão dinâmico, que nos deixa espantados. E sobretudo, o que mais me impressionou, a precisão de judocas completamente cegos, capazes de golpes e sequências que nos deixam de boca aberta. A competição no desporto adaptado já não é para meninos.
    
Então, como vês o futuro do desporto adaptado português, nesse contexto?
A. A. - A este nível a competição não é para meninos e por isso, no actual quadro da sociedade portuguesa, receio que futuras participações se tornem residuais. Já no Rio de Janeiro. Ou seja: se não se perceber que ali vai estar alto rendimento, os nossos meninos, utilizando uma linguagem muito popular, irão para a degola. E não ver subir, no mínimo, algumas vezes a bandeira, faz muito, mesmo muito mal.
Por outras palavras: se não se perceber que os resultados de vanguarda, a este nível, potenciam o ingresso na actividade física, nem que seja ao nível da competição mais leve e nacional, a mais cidadãos portadores de deficiência, melhorando por essa via a sua qualidade de vida, é colocar este segmento de portugueses, ainda mais na penumbra. Nem todos chegarão ao alto rendimento, como é normal, mas os que lá chegarem, mobilizarão com certeza mais gente para uma melhor qualidade de vida e darão, desse modo, a força necessária aos que se dedicam à área do desporto adaptado, forças para continuar. De todo o modo, as coisas caminham para a desconfiança.

Repare-se que a média de idade dos atletas que compuseram esta missão a Londres é já muito alta. Alguns fizeram a sua quarta missão. Por isso, urge procurar outros cidadãos, com idades mais baixas para o processo. Dou dois exemplos: Ellie Simmonds, o ícone britânico da natação adaptada, que arrebata paixões pela Ilha, fez multiplicar o número de praticantes na área da deficiência, nas piscinas; e a equipa russa de futebol de sete só consegue apresentar um perfil de excepção porque todos os atletas estão institucionalizados. Isto permite, treinar de manhã, ao meio dia, à tarde, à noite e no caminho, colocando-os no nível de excelência e ao mesmo tempo, aumentar o número de cidadãos nesta área do futebol.
As coisas estão identificadas. A questão é saber que meios vão existir. Não creio que num país em que muitos cidadãos já hoje vivem com salários pouco acima de 300 euros, com uma taxa de desemprego nunca vista, em que se multiplicam os bancos para tudo, para matar a fome ou mesmo para aquisição de livros escolares... num país que se tornou em pouco mais de 30 anos, numa colossal misericórdia, que debita a caridadezinha, como ocorrência normal, se tenha soluções adequadas para os cidadãos com deficiência. Ou se nasce rico, ou então, vai-se andando.
Aliás, quero, desassombradamente, dizer que não me enganarei se disser que o próximo ciclo olímpico e paraolímpico, que deverá ter inicio já em Novembro ou Dezembro, vai começar em Janeiro de 2015, à pressa e titubeante. E depois, lá voltaremos ao velho fado.
   
Este ciclo acabou, também, para ti?
A. A. - Eu cá estou, evidentemente, muito confortável e de consciência muito tranquila. Com o sentimento de estar bem com a modalidade que escolhi nos últimos 35 anos da minha vida. Ando por onde andam todos os reformados da Figueira. Pela avenida. Pela praia e nas voltas à serra. Simplesmente! Nada de dramas.
    
Mas então, as coisas terminam assim?
A. A. - Pelos vistos. Aliás, aproveito para dizer que ainda estava em Londres, já tinha em casa a minha carta de despedimento. Ao cabo de mais de 15 dias, após o regresso, nem um contacto. Que importa que tenha dado 22 dias úteis por mês, durante 4 anos, e os tenha retirado à família, para poder levar o remo adaptado a Londres? Que importa que tenha investido muito do meu dinheiro, na ajuda à preparação da minha atleta, sem que tenha ainda sido ressarcido? Pelos vistos, tratar comigo, que levei o remo a uma missão olímpica, pode ser o mesmo que tratar com alguém que foi em excursão a um santuário mariano.

Mas pensas continuar ligado à modalidade, na Figueira?
A. A. – Não! Para além de haver lodo no cais, anda por ai muita gente também equivocada. Exactamente por isso declinei voltar ao remo da Figueira, onde tudo começou, e onde teria todo o gosto em acabar. Há gente nos clubes a quem o poder cega e julga poder usar de todos os truques para atingir os seus fins. Muitas das vezes, na cabecinha, putativos ajustes de contas. E pior ainda. Esquecem que há pessoas que deram ao clube esforço e glória. Tenham, inclusive, andado por terras tão longínquas e nunca tenham esquecido o clube, onde durante anos, qualificaram e tornaram adulta a modalidade que escolheram e por essa via, a instituição por onde passaram. E que apesar disso, são esquecidos em momentos únicos, como se fosse possível descartar, e depois ainda terem a pretensão de condicionar as suas opções pessoais. O que eu quis dizer quando declinei o convite, foi o seguinte: que na vida não vale tudo para atingir os fins e que quem não se sente, não é filho de boa gente. E por fim, que não me deixo aprisionar.
    
E a Filomena vai continuar?
A. A. - A minha modalidade, o Remo, e a atleta, Filomena Franco, foram a razão da minha presença em Londres, evidentemente. A Filomena portou-se lindamente. Disciplinada, estóica e com muito bom desempenho físico e táctico.

O resultado final, o 10º lugar entre 12 atletas, é o lugar certo no contexto da sua competição. Sem a sua parede abdominal e sem os seus músculos lombares, como bem explicou numa entrevista no final da sua competição, a Filomena é sempre muito penalizada. Até porque o grau de lesão da maior parte das suas colegas de competição, não se coloca ao nível da lesão verto-medular. Devo dizer que em referência aos Jogos paraolímpicos, que existem maneiras diferenciadas de os abordar. Ou se admite as regras do jogo, sabendo que o grau de lesão de cada atleta decide muito do resultado final, e se entra naquele enorme movimento universal, de onde se sai sempre com enorme saudade e mais rico, ou então, se se tem a pretensão também do resultado como elemento mobilizador, parte-se para o recrutamento orientado, na procura de atletas com o grau de lesão mais baixo, que partem com vantagem no contexto em que se compete, que é o contrário do recrutamento casuístico, que é em norma o que por cá se faz, em todos os segmentos da nossa vida colectiva, e que nos foi ensinado por esta cáfila das elites, deixando-nos sempre na miragem de que chegue um D. Sebastião ou que um camelo tenha a arte de passar pelo buraco da agulha.
Quem muito dorme pouco aprende, conclui-se. Deste ponto de vista, pessoalmente, acho que em tal ou tal momento, de facto, os Jogos Paraolímpicos são uma pequena parlapatice quanto a gradação do resultado. A oportunidade de viver o ambiente por dentro e, sobretudo, aprender ainda muito mais sobre a vida e as pessoas, não nos deverá deixar ficar pela omissão. E desse ponto de vista, a Filomena, esteve perfeita. Acrescento, ainda, que a Federação Portuguesa de Remo, não deverá deixar a Filomena acabar sem uma palavra. Ela prestou um enorme serviço ao remo e o remo deverá obrigatoriamente ter uma atenção especial com a atleta.
Ainda sobre o nível da competição. A atleta que foi medalha de bronze no barco da Filomena, foi em Sidney-2000, medalha de prata nos 5.000 metros. Um estúpido acidente atirou-a para uma cadeira de rodas, que domina como nunca vi ninguém dominar. Em 2008, nos Jogos Paraolímpicos de Pequim, foi medalha de bronze, o mesmo resultado que obteve agora em Londres. E no intervalo, ainda foi medalha de bronze e ouro nos últimos Jogos Paraolímpicos de inverno, no esqui de fundo. É obra e diz bem da qualidade da competição.


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Min-nundências, ó "palhaço"?




Que os “psd’s” sejam tudo aquilo que eu deles penso e sempre pensei não é nada de transcendente, até porque a História me vai, dramaticamente, dando razão. Que estejam habituados a atropelar a Constituíção, e qualquer outra lei que os atrapalhe, e que o respeito pelos outros não seja um dos seus hábitos, são coisas que não admira, deve fazer parte do seu ADN.
Agora que atropelem dicionários, gramáticas, que citem Camões, devo também dizer que me indigna.
Mas “prontos”. Ao menos que façam como o Relvas, vão estudar, carago! 

A vagina de Monroe


Augusto Alberto

 Ai estão os puristas. Os que dizem que as manifestações espontâneas são a essência da democracia, abominando os movimentos organizados. Os puristas que não têm, também, pejo em usar de meios fraudulentos e até mesmo atomizar a sua democracia, sempre que a curva aperta um pouco mais. Leiamos alguns exemplos.
Os irmãos Kennedy, Bob, o procurador da União e John, o Presidente democrata, ambos cristãos e tementes, não se coibiram de utilizar o padrinho mafioso de Chicago, Sam Giancana, que os apoiou na eleição a Presidente dos Estados Unidos, os três unidos por uma vagina comum, a de Marilyn Monroe, para que se fosse à Baia dos Porcos e se acabasse com Fidel de Castro.

Isto foi há muitos anos, e como sabido, sem resultado. E ainda. A fazer fé no Conselheiro de Estado, e simultaneamente Presidente da Região Autónoma da Madeira, João Jardim, e no Director Geral da Biblioteca Nacional, Pedro Dias, e também fundador, com Sá Carneiro, do PPD, partido da qual já se desvinculou, por escrúpulos democráticos, evidentemente, o país é dirigido por gente “democrata”, que se recolhe numa organização que habita caves e luzes pálidas, que dá pelo nome de maçonaria. O que denunciam, talvez por estarem, agora, em contra pé, é que a democracia não necessita de militar em sítios esconsos e pálidos, no sentido de gizar a governação.
De qualquer modo, se estas torpezas democráticas não resultam, ainda se pode usar outras soluções:  ou sucumbir, como fez a elite de 1580, que cedeu a soberania da pátria ao jugo filipino, que na primeira fase lhes deu vantagens sociais e económicas. E só reagindo em desespero de causa, quando a ocupação atrelou a Lusitânia aos seus devaneios militares e colocou a elite na maior das indigências. Ou fugir, como fez a elite em 1808, na iminência da pátria ser ocupada, deixando o povo ser duramente castigado e vilipendiado, às mãos das hordas napoleónicas.
Hoje estamos perante o decalque de nova ocupação e perda de soberania, a favor de sinistros mercados e banqueiros, que têm nos badamecos locais gente que se comporta como o grande Junot de Napoleão.
Os agiotas lambuzam-se, sabemo-lo bem. Contudo, precisam constantemente de lançar os seus spin doctors, que sistematicamente nos dizem que para sermos indigentes amanhã, temo-lo de ser, por hora, pobres também. Mas se entretanto as pessoas reagem, logo entram no frémito de fazer baixar a guarda. E se a guarda não baixar, podeis ter a certeza que novas milongas e histórias anticomunistas se esparramarão pelas tv’s e pelos manhosos jornais.
Como seria bom, que elite e todos os governados estivessem comuns nesta nossa nova desonra, como em comum estiveram, os Kennedys, o gangster Giancana e a vagina de Monroe.
 Mas tenham paciência, percebam que ainda há gente que gosta de escolher o par com que se deita.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Estou com a minoria


A edição on-line do Jornal de Notícias publica sempre uma sondagem, sobre vários temas, desde desporto à política. A maior parte delas é puro divertimento, não tem grande interesse em clicar no sim ou no não, as respostas possíveis.
Mas na actual cliquei no não. E, qual espanto, ao ver os resultados verifiquei pertencer a uma imensa minoria, eu que estava longe de pensar isso.
Diz a pergunta:  Acha que o governo precisa de uma remodelação? 87% dos votantes, imaginem,  acha que sim. Eu acho que não. O governo precisa mesmo é de ir para um certo sítio que, por pudor e boa educação, não direi. 

É muita cara de pau!

Um dos néscios que faz de ministro, o que citou a fábula da cigarra e da formiga, veio agora dizer que coisa e tal, e tal e coisa, para disfarçar que não criticou quem realmente produz. 
Porque não acredito que quando ele afirmou tal coisa se estivesse a referir a ele próprio, uma vez que, como é público e notório, ele nunca produziu na vida a ponta de um corno.
E fala também em "homenagem ao trabalho e fazer reformas que ajudem o país a criar bases sustentáveis de crescimento e enriquecimento".
É preciso muita cara de pau para se emendar tamanha gafe desta maneira, quando estão a conseguir o seu supremo objectivo de desvalorizar o trabalho e destruir o país a troco de, é evidente, beneficios próprios.
Só pode, né?

sábado, 22 de setembro de 2012

O problema do Sporting é linguístico



Que a língua portuguesa é muito traiçoeira acho que é pacífico. Por exemplo, no norte gostam muito de trocar os “b’s” pelos “v’s”. Uma das “vítimas” foi um povo, os Vhiés, do centro de Angola, que se passou a designar por Biés, como aqui expliquei. Mas esta é uma problemática que tem a ver com pronúncia, um pouco diferente da do Sporting, de cariz, digamos, mais de origem alfabética.
Penso ter havido uma troca entre as letras “A” e “B”. Pelo menos a julgar pelas performances de uma e outra equipa… 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Porque é hora de dizer NÃO!



Porque é hora de unir esforços e vontades contra uma política que destrói a economia e o emprego e empurra o país para o abismo.
Porque é hora de dizer NÃO a uma violenta destruição da coesão social que afecta a vida das famílias.
Porque esta é uma política com consequências trágicas para o país e dramáticas para a vida dos portugueses.
Porque é hora de dizer NÃO a uma política de desemprego brutal, de uma profunda e destruidora recessão económica, de empobrecimento generalizado, de aumento de injustiças e desigualdades, de alastramento das situações de exclusão social, de maior dependência do país face ao estrangeiro.

Porque é mais do que hora de deixarmos-nos de ser governados por néscios indigentes.

Inscrições para transporte (na Figueira da Foz, 09h00, frente à Escola João de Barros): 239 851 560, 233 424 677 ou usff.cgtp@gmail.com

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Histórias paraolímpicas (V)


 Augusto Alberto

Khumalo

Vinha calma e a esquadrinhar. Tudo era quase novo. Falo de Sandra Khumalo, uma mulher negra sul-africana, que um acidente de automóvel atirou para uma cadeira de rodas na condição de paraplégica e que descobriu no desporto e no remo, o engenho para viver. Descoberta para o remo adaptado por um colega italiano, na última oportunidade, em Belgrado, conseguiu a qualificação para os Jogos Paraolímpicos. Sandra é uma bonita mulher negra, alta e espadaúda, com uma envergadura acima de um metro e noventa centímetros, que lhe dará oportunidade de obter, no futuro, reconfortantes alegrias.

Contudo, o que pretendo aqui revelar não foi o seu êxito paraolímpico, mas o facto de Khumalo ser uma mulher de 30 anos, mãe de 2 filhos, o mais novo quase a chegar aos dois anos e ter tido a coragem de se libertar de conceitos e modelos conservadores, e fazer a procura do melhor da sua vida no desporto. Ainda por cima, escolhendo o alto rendimento. Alguém me disse a propósito desta minha observação, que por ventura, estaremos perante uma família sul-africana de boas posses. Acredito que sim, mas também é verdade que mulheres com boas posses, há-as em muitos locais do mundo, sem contudo, conseguirem a sua carta de alforria. Desde logo, neste mundo ocidental católico e temente a Deus e sobretudo, em muitos países muçulmanos, ricos em petróleo e dólares. É o caso da ditadura, tão ao gosto ocidental, da Arábia Saudita, em que a mulher, mesmo a mais rica, tem severas restrições sociais e culturais. Desde logo, impedida de andar destapada na via pública. De tal modo, se decide e são muito poucas, ter a sua actividade desportiva, fá-lo sempre tapada e em desconforto. Impedida de conduzir. E impedida de se ausentar sem a companhia do marido.
Khumalo vive numa sociedade ainda muito manietada por conceitos da menoridade da mulher e tribais, de muito perigoso infantilismo politico, (o caso recente das minas), e onde de certo ser mulher por completo, ainda deverá ser uma estucha. Khumalo libertou-se. É mãe de dois meninos que a visitaram na companhia do marido. E Khumalo teve ainda um grupo numeroso de apoiantes, muitos, com a bandeira da sua pátria, bem aberta, ou simplesmente enrolada no corpo. Khumalo ouviu gritos de Sud-África, apesar de ser uma mulher negra, de homens e mulheres brancas. Mistério? Não me parece, porque de facto, muito se andou na África do Sul.
Khumalo é uma bonita negra, a quem felicitei, na minha hora de despedida dos jogos, mesmo sabendo que ela me ganhou, porque chegou à frente da minha atleta. Mas isso é o que menos conta. O que conta, é que Sandra Khumalo vai ter o prazer de continuar a fazer o que gosta, ser mãe e remadora olímpica e para uma negra, é obra. Khumalo, as suas e seus apoiantes, ensinam-nos, a nós, ocidentais quase tolhidos, que só se anda, andando.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Lá vai sondagem


A mais recente sondagem, segundo o JN feita em 15, 16 e 17 deste mês, não aquenta nem arrefenta o capitalismo selvagem em curso. Pese embora descerem dos 78,42% obtidos nas legislativas de 2011 para uns ainda robustos 62%.
A novidade é que a esquerda consegue o excelente resultado de ultrapassar os 20%. Atinge uns inimagináveis 24%.
Mas nada que incomode. A luta continua e há-de continuar.

Dos cabrais aos cabrões

Vale a pena uma "petite promenade" ao universo camiliano. E a um dos seus fabulosos romances, o "Eusébio Macário", que já não terá mais oportunidade de ser visto na montra da mítica livraria figueirense, inaugurada, imagine-se, há 127 anos, seis anos após a publicação daquela obra.

No "Tubo"


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Morreu Luís Goes. A canção de Coimbra está de luto


Histórias paraolímpicas (IV)


Augusto Alberto

O comboio da nossa dependência

Desejo experimentar a linha Jubillee, de comboio e metro de superfície, que serve o aeroporto de Stratford e o funcional complexo Olímpico de Londres, ambos erigidos no círculo do mesmo nome, leste de Londres. Dirijo-me ao centro de exposições Excel, que recebeu as competições paraolimpicas do Boccia, Voleibol e Esgrima, num comboio muito cómodo e eficiente, logo achei. E muito curioso, a composição não precisa de maquinista, porque tudo é automático. Logo disse, aqui o sindicato dos maquinistas, (que em Portugal é instituição não afecta à Intersindical, se não sabia, fica agora a saber), não poderá evidentemente decretar greve. Com muita atenção, fui descobrindo o roteiro das estações, não fosse haver engano. E nessa preocupação descobri uma chapinha a identificar o construtor das carruagens, que  perturbou: “Bombardier”!
A empresa a quem foi permitida a entrada neste país, com uma única finalidade, acabar com a “Sorefame”, a nossa muita experiente empresa de construção de material circulante ferroviário, atirando-nos, também nesta área, para a dependência. Queiremos nós construir, agora ou no futuro, uma carruagem para os nossos caminhos-de-ferro ou metropolitano, saberemos que já não pode ser construída em território nacional, mas poderá ser servilmente encomendada à canadiana “Bombardier”. Falar da nossa crise, é antes de mais falar destas sinistras opções. E elas têm rostos. Desde logo, os governos de há 35 anos, liderados pelo Partido Socialista e o Dr. Mário Soares. Depois, com Cavaco. Sócrates e agora os embonecados, fascistas, baronesas e barões do CDS e PPD. Ocorre-me ainda, que no tempo do fascismo, os homens mais ricos de Portugal, eram da indústria, muito repressivos, evidentemente, mas hoje, os homens mais ricos, são cangaceiros e merceeiros. E por isso, de momento, a nossa dependência económica e política é brutal.
Mas não finja, meu caro, que nada é consigo, porque foi exactamente o senhor, que apesar de ser chamado à razão, permitiu que “democratas” fizessem de Portugal uma pátria sem as necessárias alavancas produtivas, remetendo-nos para o actual estado de pobreza. É sempre possível colocar o deficit a zero, empobrecendo, como determina o pulsar fascista e liberal, que por ai vai. Mas também é verdade que nunca é tarde para procurar novo rumo.
Tal como eu, que não me enganei nas estações da linha de Stratford e cheguei a salvo às competições do Boccia, a tempo de ver Portugal ganhar a medalha de prata por equipas, que muito me honrou, na área da deficiência mais profunda, e as competições de Esgrima, que infelizmente não temos na área do desporto adaptado, e depois regressar em paz à cómoda Aldeia Olímpica, após um dia bem servido de emoções. Fique bem. Fique pois com a Bombardier, que lhe foi servida e o vai comer, até os ossos.

A evolução do Homo portucalensis


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Histórias paraolímpicas (III)


Augusto Alberto

Crónica de Jogos Cambantes


Estava uma manhã de uma poalha dourada em Londres e eu aproveitei para ir ver, num momento único, um Inglaterra-Argentina, calma, em futebol de sete, para atletas com paralisia cerebral, no contexto dos Jogos Paraolímpicos 2012. Acabou a 1ª parte com a Grã-Bertanha a ganhar por 2 a 1.Contudo, recomeçado o jogo, a Argentina empata e logo se coloca a ganhar. O Lionel, o Vivot, com um pé esquerdo, espécie de colher, marcou de rajada 3 golos e coloca a Argentina na frente. Aos 82’, o Patrick ainda reduz para 3-4 e os britânicos como é hábito, subiram o tom no apoio. Gritos de G.B…G.B…G.B. Contudo, o guarda-redes argentino, que eu não sei o nome, ainda mais cambado, após soberba porrada do central, negrão e grande, da Grã-Bretanha, esteve soberbo e de sonho, impedindo o empate. Mas ainda nos instantes finais, na grande área Argentina, pediu-se penalti, que deu em pequeno sururu, muito ao gosto sul-americano. O árbitro recua no pedido e o público mostra o seu descontentamento, gritando u…u…u, como mandam os sons do futebol na Ilha. O árbitro apita para o final e a Argentina ganha e o povo que enchia o estádio, talvez 10.000 mil, para ver o futebol cambado, (que jeito dava em muitos jogos da liga Nacional), louvou o jogo com palmas e ala que há mais para ver e seguir, ali ao lado.
Fui almoçar e voltei para ver o Brasil-Rússia, na primeira meia-final do torneio paraolímpico. Mas este foi um jogo diferente. Muito açucarado e por isso, majestático. Não vos digo o resultado, porque para aqui não interessa. O que interessa é dizer que as emoções da doçura não se explicam, degustam-se. Por isso, eu que sou um impenitente crítico do futebol como meio de comando das emoções e dos desvios mais canalhas, (foi na ditadura e continua a ser nesta democracia, em que há uns tipos que mandam muitos pagar, sem que se lhes pergunte se estão dispostos, a favor de um punhado de agiotas), estou muito grato a este diferente futebol cambante, que me encheu de emoções, que nunca mais esquecerei.

      Glossário dos sons do futebol na Ilha:
      - Yes – golo
      - Uuu…uuu… – desacordo com a decisão do árbitro.
      - Ooh…ooh… – grande defesa do keeper ou bola na trave.
      - G.B…G.B… – Grã-Bretanha, Grã-Bretanha.
      - E palmas no fim para quem jogou.
    
      Glossário da luta de classes
     – A quem, por cá, arbitra, rouba, esmaga desalmadamente o mundo do trabalho e leva vantagem no jogo da luta de classes, o que chamar? Ímpios! Ladrões! Chulos!
E o que chamar a quem consente e cala há tantos anos? Asno, que nem forças tem tido para espantar, com as orelhas, as moscas que o picam.
E por fim, renovo a gratidão ao futebol cambante, pela possibilidade que me dá de escrever esta crónica, que me permite gritar bem alto, no âmbito da luta de classes: Filhos da puta!

domingo, 16 de setembro de 2012

Lá vamos...

Um cantor francês disse, há já uns anos, que isto só muda quando os estúpidos votarem à esquerda. Acho que continua a ser muito difícil convencê-los. Olhem, é o que vamos tendo:

sábado, 15 de setembro de 2012

Esta tarde, na Figueira da Foz

 As palavras de ordem ouvidas por algumas centenas de manifestantes demonstram bem o descontentamento das pessoas com a elite de néscios indigentes que nos desgovernam:
"Troika vai para a rua, esta terra não é tua" 
"Trabalho sim, desemprego não"
"Passos escuta, o povo está em luta"
"Assim não pode ser, trabalhar sem receber".
E em muitas outras cidades do país o povo manifestou-se contra os ocupantes e os ocupacionistas.
Na Figueira da Foz deve-se realçar, com toda a justiça, o civismo com que os elementos da PSP actuaram. Infelizmente, em Lisboa muito por acção de apoiantes governamentais de extrema-direita já não se manifestou o civismo que deve ser a tónica destas manifestações, pois, como se sabe, aparecem sempre agitadores profissionais e pagos.


Que ninguém fique em casa

Cartaz daqui

Histórias paraolímpicas (II)


Augusto Alberto

Ícones  II

 Pistorius com as suas pernas em mola, passeou pela pista como um ícone. Tinha estado nos Jogos Olímpicos após uma longa batalha jurídica, ganha como convêm a um ícone. E chegou ao Olimpo do desporto adaptado, como incontestado. Ainda abanou, mas não caiu. Nas duas primeiras batalhas individuais, perdeu. Desbancado, primeiro nos 200 metros, por um soberbo brasileiro, também com as suas duas pernas em mola. Depois, no 100 metros, por um britânico e mais dois. Pistorius nem sequer ao pódio subiu. Mas o ícone Pistorius não desistiu. Esperou pelo seu momento. Nos 400 metros individuais, ganhou sem mácula e a mínima dúvida. O estádio fez o que faz sempre a um ícone. Aplaude e rejubila. Pistorius, após a sua majestática vitória, deu uma volta pelo estádio e porque conhece bem a sinopse dos afectos, deu-se às palmas, às tapinhas nas mãos, aos beijos, muitos beijos e adeus que aqui me vou como uma estátua.
Tom Aggar foi, sublinho, um ícone do remo adaptado britânico e mundial. Gerou paixões. Tantas que após ser campeão paraolimpico em Pequim/ 2008, desde então, nunca perdera uma competição. Anunciava-se Tom Aggar e logo o grito. G.B…G.B…Mas na última, Tom Aggar não resistiu à pressão e aos adversários e no local dos locais e na regata das regatas, Tom ficou fora das medalhas. Com espanto, 5.000 Britânicos, clamaram em perda, OOH…ooh…Tom Aggar acabou com braços de barro, pois foi com eles com que remou.
Pode a glória ser efémera? Pode um ícone mudar para pés, pernas ou braços de barro? Pode sim senhor, e tornar-se um cidadão normal como o comum dos mortais.
E você, caro cidadão, já se interrogou de que barro também é feito? Ainda não? Pois então é boa altura para se interrogar, porque me quer parecer que o barro de que é feito, se está a escavacar. Se admite que o melhor será não pensar na condição do seu barro, engana-se. Nunca diga, pois, que ninguém o avisou. Por isso, será bom que reaja antes que o barro de que é feito dê em cacos. Mas atenção, se continua a acreditar que uns tipos ladinos possuem uma cola mágica que pode, em caso de queda, colar os cacos em que se tornou, e dar-lhe, mais uma vez, alguma forma, vai mais uma vez ao engano. Não acredite! Diga antes, vá de retro a quem por ai se apresentar. Seguro ou Marcelo, tanto faz. Acredite antes neste seu amigo, que viu ao vivo, um ícone acabar em cacos.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A cassete invertida



 Acho que um dos “males” dos comunistas é terem razão antes de tempo. O que equivale a dizer que as análises feitas acerca da evolução da sociedade são muito bem estudadas, criteriosamente estudadas, não ao sabor de interesses mesquinhos e privados mas fruto de deduções lógicas. O seu azar, ou, melhor dizendo, o nosso, é que é a História que lhes dá razão.
Em 1997, antes do famigerado euro, 5 anos antes de, o secretário-geral do PCP era Carlos Carvalhas. Disse ele:
“A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento de salários, à liquidação de direitos, ao desmembramento da segurança social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do Estado”.
Em 2012, em plena ditadura do euro, o secretário-geral do PCP é Jerónimo de Sousa.
Diz ele:
“O PCP é necessário, indispensável, sempre, ainda mais nos dias que correm. Não há luta organizada, consequente, eficaz sem o PCP, não há solução para os problemas nacionais sem o PCP (…)
Nestes tempos difíceis, aderir ao PCP é a opção que se coloca a todos aqueles que queiram agir consequentemente”.
Estamos perante o fenómeno da cassete invertida. É que com estas políticas é certo que será sempre, e sempre, e sempre, e sempre, e sempre, e sempre, mais do mesmo.
Putaquepariu a cassete, né?

Histórias paraolímpicas (I)


Augusto Alberto
    
 Ícones I

Calou-se o estádio. Estalaram os flashes e o tiro soltou-se. Teresinha empurrou os blocos e correu com a bruma e como nunca. Aos 100 metros, impelida pelo seu guia, o seu peito cortou a linha. Teresinha, enleada no escuro, esperou. Ganhaste! Teresinha, ainda com a venda, beijou o homem que a conduziu. Teresinha Guilhermina tornou-se, naquele exacto momento, num ícone. Teresinha tem uma pele levemente de chocolate. Teresinha tem corpo de safira e de esteta. Teresinha é guiada porque a cegueira é total. Teresinha é pernambucana. Teresinha, não importa como és. És um ícone. E um ícone, mesmo na bruma, chora, mesmo que não veja, porque lhe disseram que o hino e a bandeira são as coisas mais amadas da terra onde se nasce. Em Pernambuco e no Brasil. Uma pepita escorreu-lhe então pela face, enquanto a bandeira sobe e o hino fez levantar o Estádio Olímpico. E entretanto, a multidão saúda Teresinha, que apesar de ser brasileira, é a mulher cega mais rápida do mundo. É quanto basta para o estádio fazer de Teresinha um ícone.
Ellie Simmonds saiu da câmara de chamada e logo a multidão grita: - G.B…GB… Ellie saúda os 15.000, (Que digo? 15.000 para ver nadar anãs e homens sem pernas ou braços!), que enchem o complexo de piscinas. Solta o roupão e sobe ao bloco. Retesa o metro e quarenta. Escuta e reage. Mergulha e faz o percurso subaquático. Primeiro controla. Depois aproxima-se. De seguida passa e comanda. GB…GB…É o delírio. Nada como ninguém. É uma máquina apurada. Chega e bate na parede para parar o cronómetro. Recorde do mundo. A piscina chora. A piscina grita. Tanto, que temos de tapar os ouvidos. GB…GB…A anã Simons, confirma-se como um ícone do desporto britânico. E um ícone, nunca poderá ser esquecido. E por isso, na festa final, quando passou, fugaz pelos ecrãs gigantes do estádio olímpico, a multidão gritou oh…oh…, que é modo como os britânicos saúdam os que amam.
Nada, aparentemente, temos a ver com estes ícones, evidentemente. Contudo, saibamos que ícones como estes fazem muito bem à saúde dos povos, porque os torna mais sérios e exigentes. E é exactamente, por aqui, que começam as nossas penas. Porque, em regra, o nosso grau de exigência, como nação, é muito baixo. Bem sei que por hora, ainda não é de exigência que se fala, mas da raiva ao Gaspar. Contudo, convêm referir, que apesar de Teresinha e Simmonds, competirem no mundo da deficiência, disseram-nos que ali, também, com trabalho, exigência e rigor, se pode chegar à condição de ícone. Em menos tempo, aliás, do que o tempo que levamos na nossa condição de camelos. Porque bem vistas as coisas, perguntemos então, quem votou, afinal em Gaspar? Não foram nem Simons nem Teresinha, mas os eternos camelos, que o são há muito mais tempo do que o tempo que levam Teresinha e Simons de exigência e treino. E por isso, nunca um camelo chegará, tal como Teresinha e Simons, à condição de gente.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Ena, pá!!!

Sempre desconfiamos que cá a "aldeia" era muito bem frequentada. Tivemos agora a certeza. E não, não foi a visita de Massamá a responsável. Seria difícil, pois se essa visita fosse de uma certa besta que nós cá sabemos não ficaríamos tão encantados como a visita do Paraíso, que assinalámos em baixo.



Londres/2012: histórias paraolímpicas




Augusto Alberto, colaborador deste blogue e treinador de remo que já passou pela selecção nacional A e sub-23, e esteve em Pequim/2008 e Londres/2012, nos jogos Paraolímpicos, conta-nos algumas histórias que viveu e assistiu recentemente na capital britânica.
Vale a pena conhecermos um pouco da experiência deste histórico do remo figueirense, também ex-treinador do Ginásio e da Naval 1º de Maio.
 A primeira crónica já a seguir.

Contra a ocupação, pela dignidade



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Um "déjà vu"



 Se a primeira repetição em História é uma tragédia, já tenho dúvidas se a segunda é uma farsa. Pode também ser uma tragédia.
Se ouvirmos isto: “Nós temos que reduzir o salário dos trabalhadores e retirar-lhes o direito à greve”, ficamos com a sensação de já termos ouvido. E é verdade, é uma afirmação de Adolf Hitler, em 1933.
Pronto, está bem que actualmente se vive mais uma repetição, e já houve muitas. Mas não me parece, de modo algum, que alguma delas seja uma farsa.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Da luta de classes




Estamos a viver um momento muito crítico, de quase ruptura, se confiar no que ouço, da luta de classes. Sabe-se, não há nada mais elementar que isso, que a barricada só tem dois lados. O nosso e o do inimigo. Chegou o momento em que somos obrigados a ter o discernimento necessário para não confundir quem está do nosso lado de quem usa estratagemas para nos dividir.
Sabe-se que este filho da puta até pediu a bênção ao patrão para ir chefiar a auto denominada central e que o patrão ficou muito, digamos assim, para não darmos muito azo a indignações exacerbadas, descansado. Descansadíssimo, não terei medo de apostar.
Já não me lembro quem disse que são mais dignos de respeito os inimigos declarados que os falsos amigos.
Mas esta é uma guerra em que não pode haver respeito algum pelo inimigo, mesmo o declarado. Muito menos, claro, por aqueles que, não chamarei de traidores porque não estão nem nunca estiveram do nosso lado, mas se escondem atrás de uma cobardia indecorosa, embora, e o perigo maior será esse, seja estratégica.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Festa do Avante! 2012


Quem se deu ao trabalho de ler a imprensa, mesmo aquela dita de referência, ficou, talvez, com a ideia de que não houve festa. Mas puro engano. Houve mesmo. Bonita como sempre, alegre como sempre, solidária como sempre.
Aqui deixo uma fotográfica prova de que houve mesmo festa.
Devo, talvez, pedir desculpa pela fraca qualidade das fotografias, mas não há mesmo festa como esta. É que aquilo não é só debates, política, cultura, desporto, música, gastronomia. Também tem mojitos, kisângua, caipirinhas, que foram, no fundo, os grandes responsáveis pela tal fraca qualidade a que me referi. Pelo menos desta vez não culpo a pequena ciber-shot.







E como quis testar as minhas qualidades para primeiro-ministro, imitei o que o anormal do Passos Coelho anda a fazer aos portugueses. Isto é, como podem ver aí em baixo, “apanhei” o meu camarada Carlos Certo por detrás.