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domingo, 20 de abril de 2014

Relembrar Abril


fotos: alex campos

Nos tempos que correm não fará muito sentido comemorar Abril. Sabe-se que está atravessado nos partidos que costumamos eleger, e nas classes que eles representam e que detêm o poder. Quer o PPD, quer o PS que, paradoxalmente ou não, foi aquele que maior contributo deu para o seu esvaziamento e para a reposição da ordem vigente antes da data em causa. Patrocinados, como todos se lembram, e não é necessário perceber de História, pelo assassino de Lumumba e Allende. A situação do país fala por si.
Mas continua a ser importante relembrar Abril. Fazê-lo é ter esperança, é continuar a luta por uma sociedade mais justa.


quinta-feira, 25 de abril de 2013

E, então, Abril chegou... e

Quer dizer... pronto... não é bem assim... mas só depende de nós cumprir Abril

terça-feira, 23 de abril de 2013

De Abril a Maio

Amanhã, dia 24, uma vigília junto à Câmara Municipal, numa iniciativa da União de Sindicatos da Figueira da Foz.

terça-feira, 24 de abril de 2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Abril é uma trincheira (III)


O facto da Associação 25 de Abril demarcar-se das comemorações oficiais do 25 de Abril é forte motivo de reflexão. Transporta-nos para a evidência de que o 25 de Abril não foi cumprido. 
Houve, é certo, e não se pode negar, uma mudança no poder económico, mas de curta duração diga-se, uma vez que uma década passada esse mesmo poder económico regressou às mãos dos mesmos. 
Vistas bem as coisas, Portugal passou de um país atrasado e colonizador, para um país atrasado e colonizado, ou seja, ocupado. Em que as classes dirigentes, as ociosas, detentoras do poder, ganham com a situação. 
O apelo da A25A ao patriotismo para salvar o país, a liberdade e a democracia significa que batemos no fundo. Significa que se não nos batermos pelos ideias de Abril, o colaboracionismo, a capitulação poderá custar-nos muito caro, talvez o preço da dignidade.
Quanto às comemorações oficiais, se as houver e acredito que sim, serão o expoente máximo da hipocrisia e  uma afronta aos trabalhadores portugueses e ao regime democrático que, afinal, todos desejamos.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Abril é uma trincheira (II)


"Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
é meu amigo também"
(...)

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Abril é uma trincheira (I)

Numa época em que todos os valores vindos com Abril parece que perdem o sentido, defender Abril é lutar por eles.
Referimo-nos a valores e direitos que foram conquistados, a pulso, com muitas lutas, com muitos sacrifícios.
Porque o poder está cada vez mais nas mãos do inimigo, sem aspas, inimigo mesmo, refiro-me, claro está, ao inimigo de classe.
O “aldeia olímpica” tem sempre, todos os anos em Abril, comemorado a data libertadora. Estamos numa altura em que comemorar não faz muito sentido, tantos os valores, direitos, liberdades que se estão a perder. Muitos deles e delas seriam inalienáveis, se vivêssemos num estado de direito. Faz, portanto, mais sentido lutar. Para que Abril não perca o sentido.
Em 2008 recordamos Abril com textos de José Martins. Que o António Agostinho lembra,hoje, e muito bem, no seu blogue.
O Zé foi, é, indubitavelmente, uma figura incontornável da Figueira da Foz. Nome maior do jornalismo local, sem dúvida esquecido por via das suas opções políticas.
Por muito difícil que fosse, não direi que é porque já não existe essa coisa de jornalismo amador, militar no jornalismo local por amor á camisola, por muitos sacrifícios que se tivessem que fazer, e foram feitos, foi um prazer trabalhar com o Zé, um orgulho que não escamoteamos. Antes, reivindicamos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

sábado, 23 de abril de 2011

Abril sempre! (IV)


E o réu levantou-se com o aprumo e a dignidade das consciências tranquilas.
Jovem, tinha no olhar a limpidez dos íntegros e a altivez dos lutadores.
 - Nome, idade, filiação?
- Chamo-me Abril, nascido em 25 de 1974, filho da opressão e da miséria.
- Sabe do que é acusado?
- Confirmo, meritíssimos juízes que sei e me orgulho da sublime culpa.
Devolvi à flor a cor e o sentido, espalhei por todas o aroma inolvidável, iluminei-as com o sol da vida e da esperança, quebrei-lhes as algemas e as grades dos cárceres da tristeza, e as pétalas abriram-se libertas e as crianças sorriram. Ao vento dei a direcção e o pólen que fecundou a dignidade de néctar já esquecido
Fez uma pequena pausa e num tom calmo mas firme continuou:
Não sou herói nem mártir, mas a vida que em mutações constantes repele a cobardia e ao esgotar-se em sofrimento renasce impetuosa e firme, sugerindo de novo caminhos que só a bússola do sonho é capaz de encontrar.”
Os juízes entreolham-se; na assistência, uma jovem de beleza etérea, frágil embora, como tudo o que é puro, segue, letra a letra, o discurso vigoroso. É a Liberdade, sua irmã. Filha também de todas as quimeras, sem as quais a existência não tem sentido, sabendo-se que a nossa vida está orientada para o futuro que Lhe pertence.
A Liberdade, irreprimível, intemporal, questionou:
Porquê e em nome de quem nos julgam? Tempo perdido é o vosso. Sou parte dos subjugados pela ignorância quando dela consciência tomam e se libertam. Corporizo os seus anseios colectivos no Maio 1º, e posso renascer, e renasço sem dia ou mês anunciados.
Não se julga o sol e o luar e o bom-senso não questiona as estrelas, a brisa das manhãs ou o crepúsculo.
Em que instância se encontram a cobiça e a arrogância, irmãs daninhas, subvertendo indecisos, fracos e frustrados, arregimentando-os em legiões de corruptos?
Dado que libertas se encontram, decerto deixaram como caução a gula esfomeada que já vos subornou!
Abril retomou a palavra:
Um mês é sempre precedido de outro mês e de outros tantos como a eternidade, da opressão nasceu sempre a revolta tão natural como a água nas fontes. Julgando-me arrastam na vossa acusação, Maio meu irmão, e nossa irmã Liberdade que me abraçaram nesse reencontro que a memória retêm.
Senhores jurados, meritíssimos juízes duma causa também vossa; lembrem-se das lágrimas de alegria, da festa, da fraternidade que a todos envolvi quando cheguei, da solidariedade reencontrada, das canções, da alvorada de esperança que, perdendo-se, vos perde!
E justiça foi feita:
Abril, Maio e a Liberdade foram condenados a jamais se separarem, a lutarem eternamente, a nunca se curvarem e a serem amados para todo o sempre pelos que exigem dignidade e pão.
E assim será!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Abril sempre! (III)

Em tempos de austeridade comemora-se, ou antes, relembra-se, o 25 de Abril, dando as "boas vindas" aos "Famigerados Mentecaptos Imbecilóides" (FMI).
Tudo ao melhor estilo Tubo de Ensaio.
Deve de ser um espectáculo a não perder. Excepto para aqueles que...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Abril sempre! (II)


A autora da foto captou Abril. No seu quintal. Ela não sabe que o outro Abril foi capturado em Novembro. Nem tem de saber. A minha sobrinha só tem 14 anos. E esse outro Abril não vem nos seus manuais de História.

A Islândia tem um Abril desses. Que nos poderá roer de inveja. Ou, então, de incómodo pela nossa própria impotência.

O pai da Carolina opta pela ironia. Diz que gostava que ela fosse islandesa quando for grande.

Mas vale a pena comemorar Abril. E a melhor das maneiras será reivindicá-lo no próximo dia 5 de Junho.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Abril sempre! (I)

Apesar de tudo, das esperanças que Abril pariu não se terem cumprido, dos vampiros do "antes" se terem novamente acomodado no poder, do FMI cá chegar hoje, de isto estar como está, faz todo o sentido comemorar Abril.
E comemorá-lo é querê-lo, novamente, de volta. É exigir que ele torne.
No dia 5 de Junho há uma oportunidade para isso. Para festejar e não para nos queixarmos depois.


sábado, 24 de abril de 2010

De tudo o que Abril abriu (V)

Zeca é uma figura maior da música e da cultura portuguesas. É, delas, um valor absoluto. Também da luta contra a ditadura fascista, cujo derrube se comemora com o 25 de Abril. Qualquer evocação desta data sem uma referência a este grande poeta e professor de História, bem como a muitos outros como, por exemplo, Adriano, Samuel, Freire, Fanhais, Zé Mário, seria uma gafe imperdoável.
Aqui fica, no âmbito da evocação da data libertadora, um humilde tributo ao grande poeta.
Com um desenho do artista
Fernando Campos e com um link para uma entrevista ao poeta e professor, em 1970, onde se pode ouvir a voz do próprio artista.
Aqui.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

De tudo o que Abril abriu (IV)

Um dos prelos onde, durante anos e anos, os comunistas, na clandestinidade, imprimiram não só o jornal “Avante!”, como muitas outras publicações.
Não se saberá quantos prelos o Partido teve em funcionamento em simultâneo.
Um velho camarada, que com eles trabalhou anos a fio, também não me soube responder. Mas, mesmo assim, explicou: “Não faço ideia, mas olha camarada, houve situações em que a PIDE apreendeu-nos 4 ou 5, e o “Avante!”, mesmo assim, chegou sempre ao leitor”.
O primeiro número do “Avante!” foi publicado a 15 de Fevereiro de 1931 e, nos finais da década atinge, semanalmente, dez mil exemplares.
A partir de Agosto de 1941 não mais interrompeu a sua publicação regular, até ao dia 24 de Abril de 1974. É o jornal que durante mais tempo, a nível mundial, resistiu com êxito à clandestinidade.
Na foto de baixo, na exposição comemorativa do 25 de Abril no CAE, Lucinda Saboga, filha do dirigente comunista Agostinho Saboga, recorda a infância, uma vez que viveu com os pais na clandestinidade até aos 11 anos de idade.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

De tudo o que Abril abriu (III)

foto: alex campos, 08/04/2010
Máquina de escrever com silenciador. Não sei se foi uma invenção dos comunistas portugueses ou se copiaram o modelo de alguma outra experiência de clandestinidade. De qualquer maneira não registaram a patente. O que é verdade é que a necessidade aguça o engenho. E era assim que nas casas do Partido, ou em casas particulares de militantes comunistas eram escritos quer os textos para o “Avante!” quer quaisquer outros documentos. Sem barulho que denunciasse a actividade.
Nesta da foto, que vai estar exposta no CAE a partir de amanhã, nunca saberemos que documentos importantes foram batidos, dos quais alguns têm e terão sempre uma importância histórica.

terça-feira, 13 de abril de 2010

De tudo o que Abril abriu (II)

foto: alex campos, 08/04/2010


Maria Júlia está no Museu do PCP, na Quinta da Atalaia, a compor uma página do "Avante!".
Essa página irá ser impressa numa exposição, uma das muitas que são solicitadas, num dos prelos usados por ela e pelos seus camaradas na clandestinidade.
.Não perguntei à Maria Júlia se, por vezes, ainda sente aqueles arrepios, aqueles sobressaltos que, demasiadas vezes, sentiu. Porque seria uma pergunta desnecessária. Sabe-se que as experiências, as sensações profundas, como o medo, por exemplo, perduram para sempre na memória.
Mas o largo sorriso e os fraternais beijos com que me recebeu responderam. E disseram que, se fosse necessário, poderíamos contar com ela novamente. E que, novamente, o medo seria vencido.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

De tudo o que Abril abriu (I)*



Comemorar, ou evocar, Abril não é só manifestar alegria pela queda do regime fascista que durou 48 anos. É também desejar o resgate da esperança que essa primavera de 1974 trazia no ventre. E que ainda não foi parida.
É também recordar grande parte da História portuguesa do século XX. Que se confunde com a acção dos comunistas, com a sua luta, desigual, travada pela liberdade.
O PCP foi o único partido que resistiu e lutou. Muitos dos seus militantes foram perseguidos, presos, torturados, assassinados. Muitos.
Evocaremos a data libertadora com apontamentos dessa luta.




*o título foi pedido emprestado ao poema de Ary dos Santos