segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

E chegados ao rabaião....

Tristezas não pagam dívidas, e embora o país e o Sporting continuem a seguir em frente, determinadissimos rumo ao abismo,  não deve haver razões para não haver rabaião.
Assim, seguem desejos de um bom ano a todos. Pronto, um ano o melhor possível. 
E o tradicional aquecimento para o dito cujo rabaião.

Havana continua calma...


Augusto Alberto (texto e foto)

Por cá um inócuo e pequeno vigarista disse umas verdades que deixaram os correntes e verdadeiros vigaristas incomodados e em pânico. (Ex-amigos de Cavaco, diz o “El Mercúrio”, não pagam dívidas ao BPN. Arlindo de Carvalho não reconhece que deve 60 milhões de euros. Duarte Lima entrou em incumprimento total em Março).
E o Partido Socialista vai correntemente sendo conhecido “pelo único partido que não assinou os acordos com a troika” e do “assim não”. E ainda consegue a maravilha de ter uma deputada, filha de um fascista, tido por grande pensador e homem de elevada craveira cívica, mais à esquerda do que a velha esquerda antifascista do Partido, (ganda nóia).

Enquanto, no mesmo quadro de tempo, em Havana, a policia montou um esquema para recepcionar o enorme fluxo de armas que corre na cidade, dá treino de tiro a professores, e desenvolve uma credível indústria e o comércio de mochilas anti-bala, para estudantes, para evitar mais sangue nas escolas. Como a mais bela “flag” pode ser esburacada por um tipo aos tiros à toa, a decisão da troca de armas por senhas por alimentos foi tomada após o sangrento massacre na pequena cidade de Newton, a pouco mais de uma centena de quilómetros de Nova Iorque. O assassino, por ventura zangado com a “union” e obcecado pelos velhos filmes de cavalos e cowboys de Hollywood, colocou o massacre acima das piores probabilidades das perdas em combate no Afeganistão, num só ataque. Contudo, a National Rifle Association, lembra que a constituição americana permite o uso de arma e por isso o que vem escrito é para ser levado a sério.
Ainda assim, depois do massacre de Newton, passados mais dois dias, mais 4 cidadãos morreram na sequência de uma batalha entre um condutor extraviado e a polícia e ainda, após mais dois dias, 2 bombeiros, chamados a um fogo numa habitação, que se propagou às habitações contíguas, perderam a vida, após serem alvejados a tiro, por um sujeito também zangado. Esta é uma sociedade desavinda. Por isso, vai havendo a compreensão de ser muito difícil acreditar que o capitalismo seja o fim da história. Nesta nossa grande democracia representativa, é pois consensual que muitos dos que acreditam, são suas vítimas. Cuide-se!
Entretanto, em Havana, a vida continua calma. Os católicos foram, sem contratempos, na noite de 24 para 25 à missa do galo à belíssima catedral de Havana e os restantes, foram curtir a noite ao Malecon. Ver as estrelas, sentir o pequeno marulhar das ondas e ouvir uns sopros de trompete, fagote ou clarinete. Cidade pacífica, onde as armas têm por único objectivo defender a Revolução e, por essa via, o bem-estar das crianças.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Nem tudo é mau

Já que o Ministério da Saúde, salvo seja, pede às pessoas para não adoecerem e recorrerem menos ao SNS, o que me parece uma imbecilidade de todo o tamanho pois o SNS não existe para outra coisa, aqui vai uma ajudinha pelo menos aos meus correligionários sportinguistas. 
Assim, levantando o moral, pelo menos das doenças nervosas ou de índole idêntica livram-se e os tótós do dito ministério sempre aliviam um pouco.


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Rua!


Augusto Alberto


Há uma fronteira, que se transposta para baixo, sublinha o nojo. Digo isto, a propósito do folhetim TAP. E quanto ao caso, é útil dizer, não dou importância às rábulas que sustentaram o folhetim e mais as torcedelas do Seguro. A TAP não pode ser privatizada e ponto final. E se dúvida houver, aconselho a olhar para o paquete Funchal, jóia da marinha mercante portuguesa. O Funchal saia, rodeava o Bugio, mas voltava sem nunca cansar. No Funchal serviam-se pataniscas, bolos de bacalhau, iscas de fígado à portuguesa e reservas do Dão e da Bairrada.

Mas um dia, vagabundos garantiram que, vendendo-o, a novos mares chegaria. E precisamente, há poucos dias, justificando o absurdo, saíram escada de portaló abaixo, (viver sempre também cansa…), os três últimos trabalhadores, que durante meses, aguentaram, vencidos, sem salário, sem comida, sem água e sem combustível. Vai no cais apodrecer e de seguida, caminhará, às peças, rumo a uma metalurgia no centro da Europa. A venda foi uma dor, enquanto os loucos continuam com a saga. E na aviação comercial, não creio que haja outra companhia que tenha pintado no dorso do avião, um logótipo tão soberbo. Na TAP, bebe-se vinho do Dão ou de Lafões. Na TAP, fala-se a língua de Camões. O Funchal foi, mas nunca deveria ter deixado de ser, e a TAP é marca de água da Pátria.
É estratégia absoluta tratar mal o que é público, para criar o caldo que leva à privatização. Vitima de inúmeras campanhas difamatórias, de juros leoninos, contraídos com a banca privada e de um mau negócio no Brasil, de parceria com a Varig, que careceria de boa explicação por parte do senhor Pinto, são exemplos de como se desconstrói o património nacional.    
A loucura sofreu um primeiro revés, mas os loucos não descansam e já falam em voltar em 2014. Tenhamos esperança de que estes loucos não passem o umbral do manicómio, para não dar asas a mais insanidade. Que estourem politicamente em breve, para nos vermos livres. Rua! (…sempre os mesmos, discursos de Mussolini…). Porque um estado que não sabe guardar as suas memórias e as do seu Povo, é um estado de merda. Que é o estado a que isto chegou.
    


 Post script: Andam viajantes pela rede, que querem ver mas não querem ser vistos. De um modo geral, nem sequer querem discutir sobre as causas que aqui nos trouxeram. Pode-se dar o caso, de não querem, por estarem bem. Quando a escrita os incomoda, concubinando-se com a mentira, dando sentido contrário ao que se escreve. Fazem-me lembrar um selecto e exclusivo grupo de homens, que trajavam por igual, dos tempos de Salazar e Caetano. Fato preto, camisa escura, sapato e meia preta e para rematar, chapéu de pelica escura a condizer, e que também tinham por profissão torcer a verdade e os homens.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Afinal o mundo não acabou


Mas embora não tenha acabado, as notícias não são, mesmo assim, tão boas quanto isso. Calculem que Godinho Lopes continua, airosamente pelo que se pode supôr, à frente dos destinos do Sporting CP e que, por outro lado, Passos Coelho, capitaneando o PSD, continua à frente dos interesses supremos do capitalismo internacional, o que entra em rota de colisão com os interesses dos portugueses, e de todos os que trabalham em Portugal, e deste pequeno país enquanto nação, enquanto pátria. O mundo não acabou, mas Portugal continua a ser governado pelos mesmos bandalhos.
Mas no resto do planeta a coisa não está menos preta. Os "américas" continuam-se a matar uns aos outros, os sionistas continuam a ser o que sempre foram, enfim, o mundo continua a girar de modos que da mesma maneira.
Dirão alguns de vós: mais valia o mundo ter acabado!!!!!
Bem, nem tanto.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Piratas e cafres


Augusto Alberto

É fã de Robin Crusué e de Sexta-Feira. Mas sobretudo gosta de piratas de barba rija, com perna de pau, olho de vidro e cara de mau. E resfolga se o pirata comandante esgalhar umas cenas com uma donzela militante, que só o realizador sabe como ali foi parar. E quando no cesto da gávea, o gajeiro imberbe, grita para o convés:  “comandante, ali àvante, vai um pavilhão do rei de Espanha”, logo pressente a refrega. Bordo com bordo, os piratas dizimam o galeão e depois, encharcam-se com rum. O destemido Francis Drake, ao serviço de sua alteza real britânica, Elisabete I, tinha orgulho em ripar as naus de Portugal da carreira do Brasil. Isso foi antigamente, ensina-nos o cinema.

Mas agora vou apresentar um pirata de novo tipo. Carregado de sinecuras, com a bênção do estado moderno e democrático. Esse mesmo, o presidente executivo do Google, Eric Schimdt, o motor que busca as notícias e outras felicidades. Ao contrário dos piratas dos oceanos, veste Gucci, com um breve aroma a accua de Gio. Orgulhoso por ter criado um esquema que permitiu poupar milhares de milhões de euros em impostos através de paraísos fiscais…que passou pela colocação de cerca de 7,7 mil milhões de euros das receitas de 2011 nas Bermudas…Há muitos benefícios em ser-se britânico, rematou. “Nós somos orgulhosamente capitalistas”. Ditas as coisas assim, para estes piratas e cafres a coroa britânica de Isabel II continua um maná. Em breve, será sir.
Mas o drama contemporâneo é que piratas como este há-os em todo o lado. E seus gajeiros também. Sejam Cavaco, Cameron, Rajoy, Passos, Portas ou Gaspar, que do alto da gávea, trovejam: “Temos que refundar o estado social, aumentar os impostos e verificar como racionalizar os serviços do estado”. E porquê? Porque os piratas e cafres, fogem aos impostos, abalroam bancos, que o dinheiro público recapitaliza e assinam maravilhosas parcerias, em proveito próprio. E como só o dinheiro de quem trabalha, entra nos cofres do fisco, tudo fica, evidentemente, mais difícil.
E agora leia-se o que propõe o novo piratinha, escarranchado na gávea. Novo líder da JSD quer revisão da constituição, para acabar com saúde e educação gratuita para todos.
Por estes feitos, alerto para o facto da Maria, que se suicidou em Málaga, atirando-se do quarto piso, após receber uma ordem de despejo por não ter pago a hipoteca, ter sido a última vitima dos piratas e cafres. Cuide-se! Evite ser o próximo.
Os piratas de antanho, foram tipos cruéis, alguns, porventura românticos, mas os de agora, são cafres e autênticos filhos da puta. Com a agravante, de nos fazerem crer, que a sua pirataria e esta democracia, são do mesmo passo, coisas boas. 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

De prendas de natal: a modos que sugestões




Como é sabido isto está mau para prendinhas. Ainda por cima a DECO aconselha a utilizarmos o subsídio de natal para uma emergência. Não se lembrou a DECO que já houve essa dita emergência e que o “governo” já esturricou, nem sei onde nem em que emergência, o meu dito subsídio.
Mas, pronto, uma boa prenda de natal aqui para a equipa da “aldeia” seria o Godinho Lopes e o Passos Coelho irem pregar para outra freguesia, ou, sei lá, darem uma volta ao bilhar grande. Isto sim, era a sopa no mel. Ou ouro sobre azul, ou uma coisa qualquer dessas.
Mas se não fordes sportinguistas e sejais simpatizantes da orda que nos vai desgovernando tendes outras sugestões. Já antigas, porque isto não está mesmo para modas. Mas que não devem estar esgotadas, e digo-vos, dei-me bem com elas.
Vêde aqui, aqui e aqui.
Deixo, aos visitantes deste blogue, os votos do melhor natal possível.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Uma favela não é um carnaval


Augusto Alberto

Imaginemos os comunistas portugueses com a mão no governo da nação, após honrada vitória eleitoral. E logo, sem derrogações, decidirem que os portugueses passam a vestir calça e casaco de zuarte e botas e boné, de um padrão só. O que sucederia? Sucederia que o ilustre escritor de viagem luso, José Luís Peixoto, não teria tempo, sequer, para escrever, nem que fosse uma singela página, acerca da viagem dos comunistas portugueses pelo poder. O derribamento seria breve e inevitável e a cassação e cessação da actividade politica e militante, terminaria com estrondo.

José Luís Peixoto escreveu um livro que transmite as impressões do périplo pela Coreia do Norte. É de tirar o chapéu. Mas esta é crónica que cai, no tempo actual, como sopa no mel, porque a seita, incapaz de assumir, politica e ideologicamente, a desonra e miséria de Portugal, de sua responsabilidade e do mesmo passo omitindo as sérias propostas, em razão do garimpo anticomunista, por maravilhosa oportunidade, aproveita para colar um futuro com os comunistas portugueses, ao estilo de vida da hermética sociedade da Coreia do Norte. É o papão elevado à centelha máxima.
Mas eu que também quero provocar, sinto-me no direito de pagar na mesma moeda, trazendo arrepio e sobressalto dialéctico. E assim, recomendo que não se esqueça o Haiti. País capitalista, decrépito, imundo, perigoso e sem futuro. Protectorado americano anos a fio. Guardado pela sanguinária família Duvalier, suportada por uma matilha de criminosos, conhecidos por “Tonton Macoute”. Lá, além de crimes de sangue e morais, outros foram contra a biodiversidade e o ambiente, por razões de sobrevivência física. E novo exemplo. A grande lixeira de Nairobi, também vos dou a saber, onde milhares diariamente catam a bucha, não é um monte de terra criado pelo criador, mas um enorme monte de merda. Nada disto vos comove, democratas e socialistas de rosto humano, bem sei. De todo o modo, eu insisto. Não vos incomoda a possibilidade de chegarmos ao estado de vilania, semelhante à destes países capitalistas, se não formos capazes de por fim à deriva e à desonra?
É certo que há gente limpa e arejada que não desiste. Bem gostaria a quadrilha de filar nem que fosse um, para exibir como troféu. Não se lhes dá tamanho gozo. Mas ao contrário, os arrivistas que passam pelo Partido Socialista, pelo Partido Social-Democrata, mais os que passam pelo Partido Popular, esses sim. Enquanto uma mão branca e gorda é metida no orçamento e no estado, a outra garroteia o Povo. Dir-me-ão que apesar de tudo, é o Povo quem mais ordena. Então que continue assim.
Saibam, contudo, burguesinhos, que uma favela não é um carnaval. É uma merda.
Nota de roda pé: É um monumento à hipocrisia, um abissínio não ter uma ideia para fazer da sua terra de origem, a Etiópia, um país decente, mas ter o desplante de vir dar palpites sobre a minha terra.
Esta elite é de sarjeta, está dito.


Nota: Para ilustrar este texto do Augusto Alberto procurei, na Internet, claro, uma fotografia do seilassié ou se não é. Pode parecer incrível, mas não encontrei. O único retrato do filho da puta deste preto que me foi dado ver foi a caricatura de Fernando Campos, para a qual vos endereço.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Pérolas a porcos!


Augusto Alberto


Quero aqui dar nota da ordem dada pela empresa Mota-Engil, aos amigos.
A maioria politica PPD/CDS, avançou com uma proposta de lei para regularizar o trabalho portuário. É sabido, o trabalho portuário anda agitado. Há, inclusive, quem se divirta cascando na estiva. Não sei se na estiva existe abuso, como se escreve e diz. Contudo, o que visa a lei cinzelada pela maioria? Eliminar a carteira profissional dos trabalhadores portuários. Eliminar a livre contratação colectiva. Permitir a contratação de trabalhadores à peça, à hora e à jorna. Uma espécie de praça da jorna, rebuscada dos tempos de Salazar e Caetano, sem que haja ajuntamentos no portão do cais, porque as novas tecnologias resolvem o caso. Correio electrónico: Amanhã, tenho aqui umas horitas para fazer. Entras às 13 e sais às 20. Mas para o outro dia, não garanto. E quanto ao preço, é o do costume. É a selvajaria!
Esta lei foi aprovada pela maioria e com a anuência de quem? Ora de quem, do Partido Socialista, claro está. Que em matéria estruturante está sempre do lado direito dos abegões e dos coirões.
Abro um parênteses, para lembrar que foi também o P.S. que produziu alterações à lei do trabalho, mais à direita do que o projecto anterior, de Bagão Félix, lampião, cristão e simpatizante do CDS/PP. Aprovada a lei, trabalho adiantado e em caso de restolho, o Partido Socialista tentará caminhar entre os pingos, para evitar a molha. Quem sabe, um dia, seja levado pelo dilúvio.
Porque anda pelo mundo gente crédula, aproveito para esclarecer, sobre a quem serve esta lei. Lembram-se da tentativa de um ecrã na doca do Espanhol? É exactamente essa, a Mota-Engil, quem dirige a carga e descarga no porto de Lisboa, Liscont, que tem como seu presidente executivo, quem? Jorge Coelho, esse mesmo, o ex-poderoso ministro socialista. Cá está, para que serve o périplo empresas privadas, Assembleia da República, empresas privadas.
Para acabar, quero aqui dizer, que os porcos, sejam os que dirigem a carga e descarga no porto de Lisboa, ou os porcos do estado de Michigan, são os mesmos, e só esses podem ser alimentados a pérolas. Pérolas a porcos!
Nota final: a imprensa escrita portuguesa está a bloquear informação sobre o xeque-mate ao movimento sindical no estado do Michigan, (como já antes na casa da democracia em Portugal). Ontem, no senado do Estado, andaram portas a bater, gritos, chanfalhos e cadeiras pelo ar.
E os porcos a grunhirem, a aplaudirem e a dançarem. Um nunca visto.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Nos 25 anos do melhor dos "vintages"


Faz hoje 25 anos que o FC Porto se tornou campeão intercontinental, ao vencer, em Tokio  o Peñarol de Montevideu, por 2-1, após prolongamento.
O Jornal de Noticias recorda aqui, com as palavras de Madjer, a célebre madrugada.
Registe-se que o FC Porto é o clube, na Europa, com mais troféus no século XXI. E o único clube português que venceu troféus internacionais nos últimos 48 anos (????).


Mais competitividade, ainda

Cartoon de F. Campos

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Porto da Figueira atinge novo record, em 2012

foto: alex campos

Apesar da greve prolongada dos estivadores, embora parcial mas que já dura há largas semanas, o porto da Figueira da Foz vai bater o record de movimento de mercadorias pelo terceiro ano consecutivo.
Assim, irá ultrapassar, em 2012, o milhão e setecentas e uma mil toneladas registadas em 2011, em pouco mais de 40 mil toneladas.
A exportação de pasta para papel,  madeiras e argilas e a importação de vidro partido para as vidreiras e de rolos de eucalipto para as celuloses continuam a ser as cargas mais movimentadas.
O movimento anual desde que se ultrapassou o milhão de toneladas:
2006: 1.107,222
2007: 1.199,750
2008: 1.159,242
2009: 1.177,218
2010: 1.615,891
2011: 1.701,760
Quanto à possibilidade de se atingir os 2 milhões de toneladas de mercadorias caso o impasse imposto pelo governo não se tivesse manifestado, um funcionário da Administração do Porto da Figueira da Foz é de opinião que tal objectivo seria muito difícil, mas que se ultrapassaria, seguramente, o milhão e novecentas mil.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Catroga, Duchamp e sei lá mais o quê

Assim à primeira vista a retrete retratada em cima poderia ser a que Eduardo Catroga penhorou no Estádio das Antas. Vá lá, ou parecida. Mas não... não, não é.
Até porque Catroga é uma chinesice neo-liberal made in PSD - que por sua vez foi parido nos escombros da União Nacional - .
E a da imagem é uma obra de arte. E, como se sabe, a arte é uma coisa séria, o que afasta, logo à partida, qualquer mal-entendido.
 

domingo, 9 de dezembro de 2012

Não nos equivoquemos


Augusto Alberto


De Portugal e dos portugueses disseram os “Sephardim”, os abastados judeus fugidos da vizinha Espanha e das fogueiras do grande inquisidor, o dominicano Torquemada: “terra boa e habitantes parvos”. Alexandre Herculano, na sua história da origem e estabelecimento da inquisição em Portugal. Livro II. Avaliação conspícua?
De qualquer modo, é certo que os portugueses pouco valor dão ao seu próprio trabalho e essa é causa de se darem pouco ao respeito. Extenuados com a monarquia e com a 1ª República, que para os manter em pé, praticou a caridade institucionalizada, aproaram à ditadura, que acabou a 25 de Abril. Por um breve momento foi-lhes concedida dignidade, logo assombrada pela recuperação, fulminante, da elite que sobrou do fascismo amolado. Na democracia viu-se por três vezes grego, com três vezes o FMI. E por hora se alguém quiser enxergar verá que muitos portugueses gostam de se repetir. 

Gostam da “caridosa” Isabel, porque recolhe e distribui alimentos por organizações que lhes mitiga a fome. E das Misericórdias e da Cáritas, porque em todas, existe fixo na parede, uma imagem de um Cristo escanzelado, à sua semelhança, se as Misericórdias e a Cáritas não lhes dessem as sopas, o banho e o bálsamo para as chagas do corpo. E ainda, do seu pároco que lhes diz em quem votar e quando ir a Fátima, para fazer a catarse do espírito e filar o milagre do emprego, já que o do leite e do bife, por hora, não se faz.
E antes, gostaram de Sidónio Pais, que em 1918 se tornou um presidente generoso, porque estimulou a sopa dos pobres ou a sopa do Sidónio, como meio de mitigar a fome. E por tão perto, por desgraçada ironia, quem sabe, gostem do católico Mota Soares, que quer as actuais sopas, como o orgasmo do bom cristão.
E também, Salazar e Cerejeira, não se descuidaram e fizeram pedagogia. Indicaram que em casa onde não houvesse fartura, dividir uma sardinha por dois ou por três, e dividir a broa de 5, 6 dias, carregada de bolor, era um singelo acto de boa administração.
Gostam da canção que trauteia: …a alegria da pobreza, está nesta grande riqueza de dar, e ficar contente…
Gostam, em suma, que lhes estimulem o sossego, (à rua, só no sossego do largo de Fátima, indicou o cardeal Policarpo), e de gente caridosa. Alinharam por Sidónio, por Cerejeira e D. António e ainda suportaram Salazar e agora, outros javardos e usurários.
Não nos equivoquemos, pois. Os portugueses gostam muito de se repetir.
Enfim, gostam!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

So long, seu Oscar

Morreu Oscar Niemeyer, o arquitecto para quem a linha curva é a distância mais bela entre dois pontos.

O arquitecto visto por F. Campos

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O orgasmo do burguês



Augusto Alberto


Ainda que me repita, quero contar a história de uma cidadã sexagenária que teve um acalorado bate boca na entrada do supermercado, porque recusou, sem mais delongas, contribuir para o banco alimentar contra a fome. Tomar essa opção, em contra ciclo, é obstinadamente um acto desviante e ao mesmo tempo, de coragem. Esse singelo bate boca, ensinou, para quem ouviu, muito mais do que ensinam os monólogos televisivos, sobretudo se quem monologa é pessoa que nos bate.

Perguntou a outra cidadã: “Então porque não contribui para matar a fome a quem a tem?” - “Porque tenho de contribuir? Nunca lhe pareceu que para muitos, a fome é da sua responsabilidade?”- “ Como assim? Como assim?”- “Pergunte a essa gente em quem votou. Logo verá, sem nenhuma novidade, que votaram em quem os colocou no desemprego. Em quem não lhes paga o salário ao fim de um mês. Alguns, inclusive, na hora do voto, deram em abstencionistas, porque escolheram o sol da praia. Vá, pergunte! E diga-me. Por onde andou a senhora também?” – “Não seja assim!”“Sou assim e nada me fará mudar, nem a sua súplica. E já agora, ouça. Virá o dia em que não se virá aqui só pedir massa ou arroz para a sopa. Não se lamente, se a obrigarem, também, a pagar propinas para que o seu menino possa concluir a escolaridade obrigatória, sob pena de não ir além da 3ª classe, como no tempo do Salazar. Ainda não sabe? Pois é bom que saiba. E alguma vez ouviu falar das sopas do Sidónio? Também não! Olhe que não foi assim há tantos anos. Foi num tempo em que o português andou esfarrapado e mirrado. E de momento, lá voltamos, outra vez, ao caldeiro da sopa dos pobres e em breve, de nós, sobrará pouco mais do que o esqueleto. Reconheço-lhe singeleza menina, mas é altura de amadurecer e de perceber que vive numa pátria em que têm sobrado figurões, que com arte e papas e bolos, vão enganando os tolos. Acorde! Precisamos de ser mais do que um povo de burros de carga”.  E concluiu:  “Contribuirei, sim, mas de outro modo”.
Tem razão a sexagenária cidadã. É com a caridadezinha que o burguês clama pelo seu “orgasmo” cultural.

sábado, 1 de dezembro de 2012

A crisálida


Augusto Alberto

Há quem manifeste que o sindicalismo está moribundo, porque, diz, 80% dos portugueses nunca fizeram greve. Como delegado sindical, confirmo, sim senhor, que muitos trabalhadores nunca fizeram greve, sem embargo de nunca recusarem, por proverbial oportunismo burguês, o que de bom se adquiriu. Contudo, Henrique, o director do hebdomanário “El mercúrio”, escamoteia o resto, que diz que 80% dos portugueses nunca fizeram greve, em referência aos últimos 5 anos. Henrique, é um dos que vai levando a água ao seu moinho, após roubado o cântaro cheio dos pobres.
Sabendo quanto difícil é centrar a discussão, aproveito, sem embargo, para a elevar. Se esses portugueses que nunca assumiram o mais recatado acto de cidadania, se se tivessem preocupado em tomar por inteiro o seu lugar, evitariam a sua derrota e que o “jota”, deputado Popular, João Almeida, se desse à sonsice, de dar por menos bom, aquilo que acha ser muito mau: “este orçamento… constitui uma opção errada e um problema acrescido”. E também teriam percebido que José Seguro é um ninfeta e um zero à esquerda. Solicitado a contribuir para a fiscalização do orçamento, disse: toda a gente sabe que me oponho a este orçamento, mas quanto ao propósito..”. Ou seja, a beldade espera driblar a crisálida. Que o orçamento saia do casulo (parlamento), e passe a infame lei da República, sem ter de borrar as mãos.
E se porventura, cidadão, flainando e bocejando, teve o cuidado de votar nesta corja, ou se se deu simplesmente ao abstencionismo, como meio de aceder às burguesas férias e à aquisição de bens de fazer cair o queixo e sem dar por isso, caiu na barca da miséria, sendo obrigado a trocar as proteínas do bife da vazia pelos hidratos de carbono das papinhas de nestum, não esqueça, que por mérito próprio, vai ter de voltar para o bolo-rei, ao “chitole” da tia Isabelinha. Mas não se entristeça. Outros burguesinhos se juntarão, que na barca há sempre espaço, por ainda acreditarem nos trejeitos ilusionistas da corja.
E no futuro, se não tiver como pagar as propinas do ensino secundário, “universal”, do seu amado filho ou neto, lembre sempre da velha “boutade”. Quem é analfabeto e bruto vai para pedreiro. Por isso, alguma coisinha se arranjará para o seu menino.