sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Joaquim Namorado

Fez ontem 25 anos que morreu Joaquim Namorado. Relembro o que nunca fomos capazes de esquecer: o amigo que ele fez o favor de ser, meu e do António Agostinho. 
Aqui o recordei há uns anos.

Mensagem de Ano Novo de Jerónimo de Sousa

Nem as criancinhas escapam


O ataque ao Serviço Nacional de Saúde, bem como a outros direitos inalienáveis dos cidadãos, é total. Faz lembrar, salvaguardadas as devidas diferenças, qualquer coisa como solução final. Para o quê, acho que é de fácil entendimento.
Quando estes indigentes que desgovernam, vendem, oferecem, a troco de algumas benesses, o país, dizem, como o suposto ministro da saúde que deseja um SNS forte, é lógico que querem dizer exactamente o contrário.
É como a antiga propaganda dos seus "papás", aquela que espalhava aos quatro ventos que os comunistas comem criancinhas ao pequeno-almoço. 
Isto a propósito do que se passa em vários hospitais, de crianças terem de ir aos estrangeiro para serem operadas. Há, até, a notícia de que faleceu um bebé que esperava um transplante que deixou de fazer em Portugal.
Vem tudo isto a propósito do que se passa com o HDFF e ainda com o Hospital Pediátrico do Barreiro.
E outros, por aí fora. 
É que devemos pensar seriamente que tudo isto deveria ter limites. 

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Sem comentários!

É a Venezuela a seguir?


Não sei até que ponto a mais recente medida anti-democrática tomada por Hugo Chavez enervará o capitalismo internacional e o seu braço armado. Teremos então a NATO a invadir, perdão, a proteger os civis venezuelanos.
Numa época em que, no mundo democrático, a moda, ou uma delas, é a criação de desemprego, para os fins conformes como é fácil entender, Chavez promulga um decreto que proíbe o patronato de despedir. Uma medida de risco do presidente bolivariano, temo que o "mundo democrático" veja nela um insulto.
A Venezuela, só para recordar, declarou a independência em 1811, mas só 34 anos mais tarde a conseguiu efectivar e ser reconhecida. Actualmente pratica-a na plenitude.
Caso a NATO opte por ir defender os civis venezuelanos tem uma tarefa muito mais aliciante que no Iraque, no Afeganistão, na Líbia ou na Síria: os venezuelanos são em número muito maior, perto de 29 milhões, em contraste com os líbios que não chegavam, antes da "protecção", aos 7 milhões.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Sustentável leveza

Augusto Alberto

Se fosse possível ver o mundo a partir de um jogo de espelhos, muitos paladinos da liberdade e da democracia ver-se-iam com imagem difusa e focinho de hipócrita. Já sabemos que a Coreia do Norte tem entorses muito para lá do admissível. E é consensual que o mundo”livre” não gosta de Kim Jong-il, como não gosta das multidões esfaimadas do corno de África, mas gostaria da Coreia do Norte, se... Contradição? Nenhuma! 
O mundo livre também não gostava de Kadhafi, mas fazia questão de lhe lamber a mão, porque lhe sabia a petróleo. E por isso, a democracia decretou a Coreia do Norte na rota do eixo do mal, contudo, o seu exército mantêm-se confinado aos seus limites territoriais, e nunca arriscou um ataque ao “zelador”, que estando tão longe, tem o seu exército bem perto da sua linha de fronteira. Aliás, é bem sabido que muitos dos actuais paladinos da liberdade ainda hoje procuram as armas de destruição maciça no Iraque. Creio mesmo, que o poeta Havel continua nessa demanda, cavalgando nas asas de um anjinho. E pior. Diante do mal e após lavarem as manápulas no petróleo, como nem Pilatos, deixaram, como é hábito, caminho aberto para longas e profundas vinganças, que irão ferir muitos iraquianos de morte.
Em todo o caso, o modo como os coreanos do norte querem viver e o modo como querem os seus dirigentes, só a eles diz respeito. Tal como só aos portugueses diz respeito a eleição de gentalha como Cavaco, Loureiro, Oliveira e Costa, Duarte Lima, Valentim, Vara, e demais, que nem por isso deixaram de ser, presidente, deputados, ministros e conselheiros do estado, administradores da banca e tutti quanti, e ainda por cima nos estão a obrigar a voltar à sopa dos pobres. Aliás, que diferença há entre estes senhores e Kim Jong-il? Os de cá são doutores, e o Kim um ditador. Ah, mas se o Kim fosse um amoroso ditador, como são amorosos os ditadores do Golfo (Arábia Saudita, Emiratos Árabes Unidos), e os que até há bem pouco governaram no Egipto, Argélia e Tunísia, e ainda esse exemplo do socialismo de rosto humano, na Venezuela, Carlos André Perez, e acima de todos, o sanguinário e fantoche sul vietnamita, Ngo Dinh Diem, que bom que era, porque, da Coreia do Norte até à China era um vôozinho, a fazer mesmo em aviãozinho de papel. E dele se diria, que sustentável leveza.
Falemos da Coreia, sim senhor, do mesmo modo que dizemos que dentro do actual quadro político, cá estaremos a trabalhar para alterar os acontecimentos, sem intromissões, que é aquilo que deverá ser feito por todos os coreanos.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Enquanto que...


Enquanto o governo da nação procura soluções para enviar os portugueses excedentes para a emigração, enquanto os deputados não aprovam a redução de férias do pessoal, enquanto ainda podemos andar por aqui, nesta, embora pouco festiva, quadra sempre é tempo para ouvir, novamente, uma balada de natal, proposta pelo grande Graeme. Enquanto que...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mea culpa


Convencido que os indigentes que nos governam não resolvem problema nenhum, os que herdaram e os que teimam em criar, começo a pensar na obrigatoriedade de reconsiderar.
Pelo menos para o último problema que inventaram já terão solução. Quem diria?
 Embora a solução não seja mérito seu, mas da NASA, eles exultam. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O axioma de Jerónimo

Augusto Alberto

No último debate do corrente ano de 2011, na Assembleia da República, com a presença de Passos, o deputado Jerónimo, fez grande política, quando cara a cara com o nosso “primeiro”, o confrontou com as escolhas dos cortesões. Não é a comunidade europeia que é credora de Portugal, mas Portugal credor da União Europeia, disse. Porque à custa dos passos que temos dado, liquidou-se a metalurgia pesada, pagaram para não cultivar, pagaram para abater a frota mercante e das pescas, para passar a importar e agora, depois do mal, ainda nos querem comer o tutano. O nosso primeiro, surpreendido, revirou os olhos e um pouco atónito, até conseguiu dar ar de carneiro mal morto. Reequilibrou-se a custo e eu estive quase a ver aquilo mal parado, porque houve um instante em que quase deu razão a Jerónimo. Contudo, num último fôlego, lá torceu a razão. Foi um grande momento que conflituou com o caminho que nos têm traçado. E eu agora coloco uma equação absurda. É possível que os sons que sugerem uma ocorrência, que percorrem em tempo curto uma distância, qualificarem o axioma de Jerónimo? Sim, é possível.
Na minha cidade calaram-se os sons cavos, que vinham da outra margem do rio, martelados e sincopados por malhos girados pelo músculo do homem, no embate com a chapa, para modelar o casco do navio, nos Estaleiros Navais do Mondego e na Foznave, porque, como magoadamente ex- operários disseram, a construção naval que foi âncora, pão e sustento, fechou. Quantas vezes se tiraram, criminosamente, barcos das carreiras da Figueira, para os levar para terras mais longínquas? Muitas! E também quase se foram os sons dos motores das traineiras, a fundo, que pela manhã, ronronavam e me acordavam, em corrida louca pelo melhor lugar para a venda na lota, porque a frota foi sofregamente reduzida.
Mas a grande politica que passa nos jornais e na TV é, pelo contrário, a rábula da folga orçamental, do paga ou não paga a dívida, do deputado que se quis por em bicos e logo foi obrigado a arrear os calcanhares, do sobrinho que acusa o tio Soares de camafeu, dos impostos, (absurdo), que baixarão em 2015, etc.
Relembro que a grande política está toda contida na K7, que começou a ser escrita no ano de 1977, quando os comunistas realizaram a sua 1ª conferência económica. A grande política, tem que mudar de mão, porque precisa de homens e imprensa livre, porque a pequena, está às mãos de qualquer “coelho” ou tio camafeu.

Natal. Uma sugestão para prendinha. E os tradicionais votos.



Pepetela é um dos grandes romancistas de língua portuguesa, com lugar de destaque na literatura lusófona. Foi vencedor do prémio Camões em 1997.
Numa época em que o país está ocupado, nada melhor para sugerir como prenda de Natal que o seu mais recente romance.
A acção passa-se em Angola, no século XVII, altura em que Portugal está sob a ocupação filipina. Uma situação, aliás, vivida actualmente, embora o ocupante seja outro. Aqueles pouco dados à História e que não se lembrem dos Filipes, não estranharão muito devido aos tempos actuais, perfeitamente similares.
Poder-se-ia dizer que o passado revisita o presente. É que está lá tudo, os colaboracionistas, os sobreiros, as sucatas, os bpn’s, embora os cenários e os adereços sejam outros.
É um pedaço de história que vale a pena relembrar, condimentado com o estilo irónico a que o escritor benguelense nos habituou.

Para os visitantes da “aldeia”, mesmo os colaboracionistas (fascistagem incluída), aqui ficam votos, não propriamente de um bom Natal, deixemo-nos de demagogias, mas do melhor Natal possível.
E aí vai uma prenda cá da "aldeia": os primeiros 3 parágrafos da obra em referência. Deliciem-se:

"Manuel Cerveira Pereira, o conquistador de Benguela, é um filho de puta.
O maior filho de puta que pisou esta miserável terra. Pisou no sentido figurado e no próprio, pisou, esmagou, dilacerou, conspurcou, rasgou, retalhou. O filho de puta admito ser apenas no figurado, pois da mãe dele pouco sei, até dizem ter sido prendada senhora e de bem. Embora quem tal crocodilo deixou crescer no ventre pomba não deveria ser, afirmam os entendidos. Mas mereço eu, desgraçado padre, julgar o ventre de donas bem casadas?
Ventres não se julgam, dão frutos, alguns podres."

19 de Dezembro de 1961: A morte saiu à rua

Escultura de Dias Coelho, foto: alex campos (Festa do Avante!/2006)

Faz hoje 50 anos que os esbirros da PIDE assassinaram José Dias Coelho. Homem de Cultura, foi mais um, entre muitos vilmente assassinados.
Mas não conseguiram eliminar a sua obra e o seu legado revolucionário, nem fizeram esmorecer a luta contra o fascismo, a luta por uma sociedade melhor, mais justa e mais solidária.
O escultor José Dias Coelho está bem vivo na memória daqueles que continuaram, e continuam, a lutar por esses ideais, que eram os seus.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Aritmética


1.873 + 2.000 = 3.873, ou, se preferirem por extenso é assim: mil oitocentos e setenta e três mais dois mil é igual a três mil oitocentos e setenta e três.
Devo dizer que estou admirado comigo mesmo: consegui fazer a conta sem recorrer à calculadora.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Petição DEFENDER O HOSPITAL DISTRITAL DA FIGUEIRA DA FOZ: Um alerta

Há um número considerável de assinaturas que não foram confirmadas, não contando, portanto, para o efeito.
Após a assinatura da petição on-line, os subscritores recebem um e-mail com um link onde terão de clicar para que a referida assinatura seja validada.
Alerta-se assim para quem não validou que o faça.
Como informação, a petição on-line conta, até este momento, com 1873 assinaturas. Em papel, ainda não há dados concretos, mas pelas informações de que dispomos ultrapassam as 2000.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Nada!

Augusto Alberto

O promissor deputado socialista, Pedro Nuno Santos, encantado pelo socialismo em liberdade, ou de rosto humano, e embalado pelas festas da natividade, arremeteu contra os bancos alemães e franceses e a dívida, e concluiu: “não pagamos!” Não caiu o Carmo e a Trindade, porque para todos os efeitos, aquilo foi só teatrinho, porque ele é um dos deles, para além de quem borrega assim, em frente ao presépio, está respaldado por burrinhos e camelos. Fosse um perigoso esquerdista, outras reacções cantariam. De todo o modo, dito as coisas assim, porque quem assinou a coisa com os “três do roubo airado”, sugere, já sem a mínima dúvida, o imaculado reconhecimento de que viajamos num comboio sem freio, que em breve descarrilará, fazendo muitos mortos e feridos à mistura.
Calcula-se que, de um patriota e perigoso esquerdista, é sempre de esperar que saia coisa fina e por isso, quero dar nota de uma importante decisão tomada em 2006, pelo presidente eleito do Equador, um dos mais pobres países da América Latina, Rafael Correa. Avancemos para uma auditoria oficial à dívida do estado, porque, “a minha única dívida é para com as pessoas”. Apesar de se deparar com constantes resistências, em 2008, a auditoria apurou danos incalculáveis. Empréstimos ilegais e extorsionários, que tinham sangrado os recursos do país. Até a revista The Economist, apelidou Correa de “incorruptível”. O que o Presidente Correa disse, em alto e bom som, foi: “pague-se o que é legitimo pagar, e quanto ao resto, que apontem no tecto”.
O encantado jovem deputado, deveria, se a coragem chegasse a tanto, sugerir algo semelhante em vez do teatro, que não chega para apagar os crimes dos comparsas. E eu e você, aqui estamos para ver qual vai ser a cobertura que a nossa independente imprensa, falada e escrita, dará à conferência internacional, a realizar em Lisboa, hoje, sábado, exactamente sobre a problemática da auditoria às dívidas soberanas. Como diz e muito bem um activista irlandês: - se as dívidas são “nossas”, então o mínimo que podemos querer, é saber o que estamos a pagar.
Mas como a nossa imprensa não é trôpega nem vesga, e não treme das pernas por tão pouco, dirá da conferência, o que interessará à corja do casino. Nada!

Viva a "democracia"

Estava tentado a comentar, mas achei ser desnecessário. O boneco está tão bem feito e tem legendas e tudo. Ora admirem:


Já não são mais que as mães...

Ou então é mesmo derivado da crise. Que pelos vistos até a eles lhes toca.

Connection: May be or may be not


Sabe-se que o regente da troika internacional em Portugal anda embeiçado pelas partes rectaguardais da  gorda que lidera o governo alemão.
As últimas notícias indicadoras de que Portugal está a favorecer os germânicos, podem relacioná-las com aquele estético facto. Ou não, que para o caso vai dar no mesmo. Como se tivesse importância alguma o país ocupado escolher o ocupante. 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Um “assalariado” em apuros?


Pelos visto as coisas estão a correr mal para o badameco das cortiças. Este “assalariado” depois de ter desinvestido na sua equipa de basquetebol (o Ginásio contabiliza 9 derrotas em outros tantos jogos), ainda tem o fisco à perna, embora esse seja o lado para o qual ele melhor dormirá, isto se estiverem a considerar bem a problemática.
Agora, o seu casino, o tal alfa e ómega da “personalidade colectiva” dos figueirenses, ou figueirinhas, como quiserem, a cair aos bocados é que nem lembraria ao diabo.
Não tenho provas que a agência Lusa tivesse visto algum bocado a cair, mas pelo menos contactou o administrador (ou CEO, já agora com as modernices) do dito casino, que confirmou.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Vadios

Augusto Alberto

Para chegar ao Olímpo, o homem deverá carregar no bojo, duas condições essenciais. Ter fina inteligência e astúcia na acção. Liu Xiaobo, famosíssimo dissidente chinês, que também andou de rostilhão pelo chão da praça Tianamen, esforçou-se e consegui provar essas inatas qualidades. Xiaobo defendia, em 1988, que a China necessitava de outros 300 anos de dominação colonial e de um agressivo programa de privatizações para se tornar um país decente. Estas convicções voltaram a ser expressas pelo agora Nobel da Paz, em entrevista ao South China Morning Post, num artigo datado de 2010. Xiaobo mantém, no fundamental, as suas teses para uma China democrática, que antes de tudo, passará por uma China de novo colonizada.

Também o nosso 1º ministro, Passos, regouga no Olímpo, com as mesmas virtudes. Inteligência fina quando discorre sobre a pobreza que nos invade e aceitação, astuta, do novo colonialismo, quando aceita inscrever na Constituição, a favor do capital financeiro europeu e americano, a clausula que obriga ao deficit do estado de 0.5. Evidentemente que num país que pouco produz para o seu próprio consumo, essa clausula constitucional produzirá um mais vasto descompromisso social por parte do estado, para com os mais necessitados, com o avanço concomitante de mais e maior pobreza.
Xiaobo e Passos, foram alcandorados ao Olímpo, cavalgando sobre a fineza e a astúcia. Contudo, a Xiaobo ainda falta considerar a reposição, nos parques, das placas do tempo colonial, sobre o domínio de sua majestade britânica, que dizem: “proibida a presença a cães e a chineses”. E a Passos ainda lhe falta, também, mandar pregar, por opção de classe, nas paredes que delimitam as praças das nossas vilas e cidades, as placas do reino de Salazar, que declaram: “proibida a mendicidade”.
Já há muito tempo que desconfio que para atingir o Olímpo, são precisas as virtudes que conformam os mais solenes vadios e escroques.

Viagem em torno de ti

Amo o cais e as estações
porque delas se parte.
Amo partir
e todos os dias regresso a ti
e te procuro na hora lenta
dos passos perdidos
nesse cais
em que te deixei,
sonho tatuado
a bordo de um navio encalhado
no peito de um marinheiro
que jamais partiu.


Manuel dos Santos Lima

Uma grande efeméride


Faz hoje 25 anos a maior goleada alguma fez ocorrida entre os clubes lisboetas da segunda circular. Enquanto não há "reprise" pode relembrá-la aqui. Com video e tudo.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Antes e depois do acordo ortográfico...

Açougueiros

Augusto Alberto

Muitas escolas vão continuar a manter os seus refeitórios abertos nas férias do natal, porque é na escola que muitas crianças tomam a única refeição quente do dia. A esta notícia, um amigo perguntou-me de supetão: “o que é isto?” Respondi: “é a social-democracia, ou o socialismo de rosto humano, estúpido!”
De todo o modo, para lá das sopas nas férias de natal, a mim também comeram 200 euros e a um amigo e a muito povo, perto disso. Somados, são os euros que dão a famosa folga orçamental, de que falava o nosso 1º ministro, Passos, que serão canalizados, em língua de economês, para a economia real, ou na palavra de plebeu, para as bolsas das putas do costume. Com efeito, o roubo na forma de impostos ou taxas, é assim a modos como uma espécie de catarse, que dá de tempos a tempos no poder, depois de se esporrar abundantemente sobre os súbditos, anestesiados na forma de hipnose, após tremenda copula, feita até à sangração.

Já antes, também o Dr.Soares, que sempre foi pagão e de más contas, fez o seu périplo de natal. Passou por ai, montado no trenó das finanças e, fornicando, lambuzou a cada um, a quantia necessária para comprar os brinquedos necessárias à cáfila amiga. Evidentemente, há sempre quem ache que assim está bem, confiante que certos e repetidos fornicanços são condição necessária ao bom andamento da Pátria.
Contudo, aos que confiam, aproveito para os enviar para a leitura de uma obra fundamental da língua Pátria, a "Arte de bem cavalgar a toda a cela", escrita por el rei D. Duarte, o eloquente. Obra de cabeceira dos açougueiros do poder, que tratam de a ler, quando se aproxima borrasca, ou “crise”. Ainda que não lhes esqueça, relembra, contudo, que para uma boa montada, é condição que a besta seja bem proporcionada, dócil e mansa e talvez um pouco parva, para que a correria se faça sem grandes escolhos e perigo de reacção desmedida e adversa, capaz de arrear no chão, quem monta desbragadamente.

Adriano Moreira na Literatura


Manuel dos Santos Lima foi fundador e primeiro comandante em chefe do Exército Popular de Libertação de Angola. Serviu antes, e como oficial, o Exército Português, de onde desertou para servir a causa da libertação do seu país.
Poeta e romancista, licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, este professor universitário tornou-se, ainda antes do 25 de Abril, dissidente do MPLA. Autor de notáveis romances como "Sementes de Liberdade" ou  "Os Anões e os Mendigos", assinou o primeiro grande romance sobre a guerra de libertação em Angola. Com grande conhecimento de causa, diga-se. Conheceu os dois lados.
Desse romance, autobiográfico, "As lágrimas e o vento", extraímos uma passagem em que soldados portugueses, no mato, dialogam.

(...)
- Na Argélia já andam em negociações para a independência...
- Se os angolanos também limpassem isto! Deve ser a única maneira deste governo ir ao ar, porque já não acredito na oposição. Desde 58 que a oiço prometer acção e nada. A verdade é que o fascismo mantém-se e está a renovar os seus quadros. E com a geração do Adriano Moreira entrámos mesmo no Neofascismo.
- Eu penso que de qualquer maneira a guerra em Angola é um rude golpe para os fascistas e toda a sua propaganda. Acredito mesmo que esta seja a vigésima quinta hora do salazarismo.
- Talvez...
(...)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O campo da morte lenta (6)


Via Cravo de Abril, venho a saber que a lavagem da História acaba de atingir raias desmesuradas e inadmissíveis. Todos os nacionalistas que lá morreram,  e os que conseguiram de lá sair com vida, acabam de ser insultados na sua condição de combatentes da liberdade, de seres humanos, de democratas.
O ministro de Salazar que assinou a reabertura do campo de concentração do Tarrafal em 1961, denominado de campo da morte lenta, foi agraciado, imagine-se, com o grau de doutor honoris causa pela universidade do Mindelo, em Cabo Verde.
É algo repugnante, para não dizer coisa pior.

Autárquicas já mexem





Enquanto aumenta o desemprego, agora com o encerramento da “Figueira-Pão”, a meio do mandato autárquico começam já a perfilar-se algumas estratégias. O Casino, (pelo que já se ventilou, pois nesta altura do campeonato tem de se ter em conta quer a especulação quer a contra-informação) aposta num candidato próprio, embora nas listas do PSD.
Já o pato-bravismo, outro vector “importantíssimo” da economia figueirense, continua a apostar no PS. A novidade, pelo que se ouve nos arredores da aldeia, é que vai avançar com um órgão de comunicação social. Nada de mais, o Casino já possui um, assim as coisas ficam equilibradas. 
Portanto, se os figueirenses não abrirem a pestana, está o cenário montado para tudo continuar na mesma. Quer dizer, termos mais do mesmo. Ou isso.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Hoje, no "Tubo"


A luta é poesia. E a luta sai à rua! A música de intervenção de Fausto, Zeca, José Mário Branco e Sérgio Godinho revisitada por Sofia Gameiro, Hugo Natal da Luz (Diabo a Sete), Alexandre Barros (ex-Quarto Minguante), Paulo Yoshida (GEFAC) e Filipe Balão (GEFAC).
São sons que ecoam intemporais em tempos nunca fáceis, em que todos tentam convencer que nos bastam Remendos e Côdeas.
Numa visita acústica, divertida, pelos grandes cantores portugueses e não só, estes músicos mostram que haverá sempre razões para aspirar a um mundo mais justo, com mais espaço para o amor.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Pachorrentamente

Augusto Alberto

Há anos, conheci uma mulher muito católica e muito devota de António Guterres. Também conheci outra, com vida trágica e também muito católica e devota de Adelino Amaro da Costa e por último de Paulo Portas. E também conheci, outra gente, muito católica e também devota de Sá Carneiro e dos seus sucessores, sobretudo desse salta- pocinhas, Santana Lopes e dos sobressaltados do BPN.
Contudo, de todas as devotas e devotos, a mais sincera foi a de Guterres, que por estar abençoado pelo padre Melícias, acreditou que tinha chegado o messias que faria deste mundo um lugar mais nivelado. Nunca acreditei nessa tese e várias vezes lhe disse, até nos aborrecermos em definitivo. De enganos em enganos, os afectos por esse conjunto de pessoas, que sempre baralharam, partiram e deram, nunca confirmaram melhor repartição de riqueza e menos pobreza, antes pelo contrário, como agora nos diz um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Portugal continua a ser um dos países mais desiguais do mundo desenvolvido, em que os 20% mais ricos têm rendimentos seis vezes superiores (6,1) aos dos 20% mais pobres. De acordo com comparações tendo por base as variações no coeficiente de Gini (utilizado para medir a desigualdade de rendimentos), Israel, Estados Unidos e o Chile ainda são mais desiguais do que Portugal, que está ao nível do Reino Unido nos indicadores da desigualdade. Quem diria! Vejam o que fizeram Reagan, Thatcher e Pinochet e se não nos cuidarmos, será o que farão Passos Coelho, Portas, Gaspar, Álvaro e os demais.
De todo o modo, Mário Soares foi quem mais paixão suscitou. Contudo, lamento desiludir os devotos de Soares, dizendo que continua muito activo, sim senhor, mas acho que já não o apoquenta, (nunca apoquentou), o nivelamento da coisa, mas unicamente vencer mais uma vez e em definitivo o Dr. Cunhal, porque deseja umas exéquias mais estrondosas do que a deste, que ao que se disse, chamou à sua despedida mais de 250 mil pessoas. Por menos, nem que seja por um, será a definitiva e humilhante derrota. Já sei que virá aqui, pelo menos um devoto, que dirá, olhe que não, olhe que não... Está bem, mas digam lá, se não caminhamos pachorrentamente para escravos da elite financeira, neste século XXI?

(Desenho de João Abel Manta)

A propósito dos Estaleiros Navais do Mondego


O fim dos Estaleiros Navais do Mondego não será nem mais nem menos do que a confirmação, e vitória já agora, desta política neo-liberal que faz da criação de desemprego, do aumento das desigualdades e das injustiças o seu grande desígnio. E pelas notícias que nos entram pelam casa adentro a agora tri-partida união nacional tem feito chegar a bom porto os seus intentos.
Lembremo-nos, só no concelho da Figueira da Foz, de algumas  empresas que encerraram na última década: Scottwool, Mendes e Monteiro, Alberto Gaspar, Navalfoz, EMEF.
Quais os encerramentos que se devem a gestões incompetentes e quais os que se devem a gestões dolosas nunca se chegará, com certeza, a saber.
Quanto ao desemprego, o nosso concelho contava com 2436 desempregados em Julho de 2005, número que aumentou para 3145 em Dezembro de 2010. Serão mais em 2011, só que não tenho dados sustentáveis.
Acresce que há cerca de 30 milhões de dívidas apuradas aos 2300 trabalhadores, que no distrito de Coimbra ficaram sem trabalho, créditos esses pendentes em tribunal.
Portanto, entre fugas ao fisco e dívidas aos trabalhadores os mais ricos vão ficando cada vez mais ricos e os mais pobres cada vez mais pobres, para contentamento da “troika colaboracionista”, ou, como já disse, união nacional tri-partida, se preferirem. Contentamento esse pela detenção do título de campeões da desigualdade, o que lhes dará a sensação de dever cumprido.
Porque desemprego, desigualdades, injustiças, fugas ao fisco, são coisas que ao governo" não assistem".

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

HDFF: Já assinou a petição?


A petição on-line em defesa do Hospital Distrital da Figueira da Foz já conta com mais de 1500 assinaturas. Considerando que a petição também corre em papel, pode-se dizer que as pessoas estão sensibilizadas para o facto do Hospital estar na iminência de perder as valências que estão em causa. Mas atendendo que o referido hospital distrital abrange uma população de mais de 220 mil pessoas, é urgente sensibilizar o maior número de população para o facto e, assim, faz-se um apelo para quem ainda não assinou. Se estiver de acordo, claro.
É aqui.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Maior cego, é o que não quer ver e surdo, o que não quer ouvir

Augusto Alberto

Nenhum cidadão de bem, e muito menos os comunistas, devem deixar de denunciar as mais petulantes e arriscadas decisões, em ordem a favorecer, sempre, a elite traiçoeira, trapaceira, parasita e predadora. Porque as consequências dessas decisões, para os nossos filhos e netos, são uma incógnita, é de todo merecedor que se dê nota dos mais soezes negócios, ainda que pareça que se prega, sem consequências, no deserto, há muitos e bons anos. Mas porque nunca se deve desistir, quero aqui dar nota da declaração da Comissão Politica do PCP, sobre o Fundos de Pensões da banca.

- Desde 2003 que os governos do PS e PSD, com ou sem o CDS, têm vindo a utilizar os fundos de pensões – dos CTT, da CGD, da NAV, da ANA e mais recentemente da PT, num valor global de mais de 7.800 milhões de euros, com o único objectivo de tapar buracos do Orçamento do Estado e reduzir o défice orçamental…Bem se pode dizer que uns – os banqueiros – contribuem para abrir os “buracos” no Orçamento e aumentar o défice das contas públicas e ainda são apoiados com os dinheiros públicos, outros, os trabalhadores, tapam os buracos…tudo indica que dos 5.800 milhões de euros, perto de 50% serão contabilizados como receita extraordinária do Estado e o resto servirá para pagar dívida pública aos bancos, pelo que esta verba…não entrará onde deveria entrar, ou seja, nas contas da Segurança Social…afinal, uma parte significativa do dinheiro sai dos fundos de pensões para voltar a entrar nos próprios bancos …desta forma teremos a Segurança Social a pagar as reformas a partir do próximo dia 1 de Janeiro…Em 2010, o valor destas reformas totalizou mais de 600 milhões de euros –, mas nem um só euro dos fundos a transferir entrará nas contas da Segurança Social. Esta é mais uma operação de descapitalização da Segurança Social, cujas consequências não deixarão de ser utilizadas no futuro para justificar mais medidas restritivas nos apoios sociais.
Estamos perante o previsível efeito de uma bomba relógio que pode deixar um rasto de problemas com sérias consequências na sua sustentabilidade financeira, afectando assim todos os reformados: sejam os actuais e futuros da banca, sejam todos os outros trabalhadores que já estão ou venham a integrar o regime geral.
Que nunca se fuja à verdade, ainda que saibamos que o maior cego é o que não quer ver e surdo, o que não quer ouvir.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Morreu Sócrates

Dele lembro-me da elegância que emprestava ao jogo e de ter integrado a melhor equipa de futebol que alguma vez vi jogar: o Brasil/82. E da grande frustração de, por aqueles imponderáveis que dão sal ao jogo, não ter sido campeão do mundo.
Resta-nos a consolação de que foi a única equipa derrotada  que ficou e ficará na memória. Quem não se lembra dela? E quem se lembra de quem ganhou?
Aos 57 anos Sócrates perdeu hoje o último jogo. O da vida. 
So long, "Magrão".

Pitonisas

Augusto Alberto

Depois da marcha da maioria silenciosa no dia 11 de Setembro de 1974 e do 25 Novembro de 1975, desembarcou pela pátria um contingente, sem conta, de Pitonisas. Começaram por garantir que privatizando o que de melhor havia em sectores essenciais, o país ficaria mais rico. Depois, que era urgente acabar com uma das mais extraordinárias experiências, a entrega da terra a quem a trabalha, (abrenuncio). E logo, mais uma torrente de mistificações.
E agora que chegamos à iminência de colapso e perda da nossa soberania e identidade, cito o seguinte: “Portugal já foi ocupado: 60 anos pelos espanhóis, alguns pelos franceses e ingleses. E agora fica sob a ocupação da União Europeia ou do Banco Central Europeu. Mas nem nós, nem a Grécia, nem a Irlanda conseguimos pagar os créditos. A economia não tem meios, mesmo reduzindo os povos à miséria. Nós temos necessidade de cerca de 20 mil milhões de euros todos os anos de fluxos financeiros e não conseguimos produzir internamente – um défice que nos obriga a procurar financiamento externo. Agora corremos o risco, com este pacote, de a economia colapsar. Lembro que a Europa subsidiou, em determinada altura, o fecho de fábricas – como, por exemplo, as de açúcar de beterraba, que representavam 20% do nosso consumo –, e o abate de barcos de pesca. Cereais já praticamente não produzimos e chegámos a ser quase auto-suficientes. Temos de alterar o nosso modelo económico radicalmente e eliminar a dependência face ao exterior”.
Bem sei que os comunistas andam há anos a pregar numa espécie de deserto. Contudo, a famosa K7, afinal, é a única que conta a verdade. Mas calma com as tentações, porque quem assim falou, foi o senhor Jorge Landeiro de Vaz, (não é comunista), “ta renego”, mas é Doutor Europeu em Ciências Económicas e Empresariais e Diplomado em Marketing Management pela Universidade de Harvard. Mestre em Gestão pelo ISEG, onde é Professor Associado e Director do MBA (Master in Business Administration).
E agora? Agora, tenhamos nós, piedade de nós, porque desta escória e do grande economista Cavaco, só poderemos esperar mais profecias em dó menor.

Internacional Fado

sábado, 3 de dezembro de 2011

HDFF: brincamos ou quê?

hEm 2001 o PS, por via do seu ministro Correia de Campos, tentou encerrar o seviço de urgência do Hospital Distrital da Figueira da Foz. Não o conseguiu. Retomando o poder, em 2006 lá conseguiu uma vitória: encerrou a maternidade. O ministro, transformado em ex, foi "abençoado": transformaram-no em deputado europeu.
Desta vez, e pela primeira em que o PPD ultrapassa o PS pela direita, a coisa pia mais fino. É o próprio Serviço Nacional de Saúde que, estando em causa há já bastante tempo com esta política, está mesmo perante um xeque-mate.
Daí que um militante do PS se ter empertigado pelo simples facto de eu ter estranhado o simples facto dele se assumir contra a privatização da saúde. Contradição atroz.
O pobre, sem argumentos, zangou-se. Atirou-me com o Ceaucesco à cara. Coitado, ou antes, coitados. Do pobre e do Ceaucesco. Este foi, deliciosamente, degolado, aquele lá se julga democrata.  
Também Salazar se considerava um democrata, ainda que  "orgânico"... e Pinochet um democrata, ainda que  "representativo"... e também o tio Adolfo, no seu Mein Kampf tece algumas considerações sobre democracia.
O facto, o grande facto, inegável, é que o país está no estado em que está.
E eu estou farto de tótós.
E ponto final.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Filisteus

Augusto Alberto

Portugal precisava de se fazer ouvir na UE articuladamente com os outros países do sul ou todos aqueles que , - por estas ou outras palavras, renegociação, reestruturação, alteração de prazos e de juros… - , sem isso, virá aí o charco mais pestilento e asfixiante que imaginar se possa.
…a atitude patriótica que se impunha na reunião do Conselho Europeu de 23 e 24 de Junho é a da apresentação de um pedido formal de renegociação da dívida pública portuguesa. Renegociação a pedido do Estado português e não por imposição dos países credores, …articuladamente com os outros países do sul. Uma renegociação que permita valorizar a produção, elevar os salários, defender os serviços públicos, e pagar a própria dívida, naquilo que é legítimo que seja pago pelo nosso país.
O que há de substantivamente diferente nos dois parágrafos acima? Exactamente nada. Mas dizer, com efeito, que o primeiro se refere ao editorial do jornal “público”, de 27/11/2011 e o segundo, refere-se a uma declaração pública do PCP, após um encontro com o 1º ministro de Portugal, uns dias antes da reunião do Conselho Europeu. Evidentemente que anda muita gente a acordar tarde e a más horas para a realidade, que antes, por delírio e maldade de classe, abjuraram. Tanto assim, que o “público” às posições do PCP, faz o que é comum fazer. Diz nada ou escarnece. Contudo, cá estamos, nós, os embusteiros e filisteus, que de cedência em cedência, vão tomando consciência, a custo, que vamos caminhando para o abismo, sem contudo querem assumir materiais responsabilidades.
Aparentemente vivemos num mundo de análises erráticas. Nada disso. Neste mundo ninguém se engana, a não ser as pessoas que votam e revotam na cáfila instalada. Não nos zanguemos, pois, se um dia os nossos filhos disserem: “de nossos pais, somente herdamos os campos baldios e o alcatrão de Portugal”. O que não é inédito. E nem é inédito os comunistas não desistirem. Com efeito, para provar, aqui deixo o seguinte: acusamos o Primeiro-Ministro e o Governo de conduzirem uma política económica subjugada pela prioridade absoluta da moeda única que se traduz numa política de regressão social, de aumento do desemprego e na eliminação de direitos duramente conquistados pelos trabalhadores ao longo de muitas dezenas de anos. Carlos Carvalhas, 19 de Março de 1997.
E esta? De fome, outros atavismos e demais rábulas, temos muito para contar.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Do 1º de Dezembro e de outras coisas


Pelos vistos é a última vez em que este dia é feriado. Se bem que a perda de feriados faz parte do pacote da perda de direitos a que vimos assistindo há anos a esta parte, embora ultimamente com mais intensidade, não me parece completamente desajustado que este dia deixe de ser feriado.
Num país ocupado, sem qualquer autonomia e governado por “miguéis de vasconcellos”, que sentido faz comemorar a restauração da independência? Penso que nenhum.
Resta-nos a consolação de que as maiorias acabam por ser sempre derrotadas. Se em 1640 a maioria de 1580 foi inapelavelmente derrotada, será mesmo uma questão de tempo para derrotarmos os vendidos de hoje que vão miserabilizando o país.

Mas para este fim de tarde nada mais delicioso que uma discussão acerca de qual a marca mais singular na personalidade colectiva dos figueirenses.
Para já, duas opiniões. Não perca, siga por aqui.