domingo, 31 de julho de 2011

Pátrias

Augusto Alberto

Minha pátria é a língua Portuguesa. E uma menina, que emigrou sem retorno, diz: - a pátria é o local onde vivo e onde me nasceu o filho. E ainda, a minha pátria é também esta minha praia de Buarcos, de água fria e vento, onde me banho. O tacto, os sabores e os sons, desta minha amiga conseguem identificar duas pátrias. Será justo perguntar porquê? Creio que Leonel Messi, com uma clareza pouco habitual no mundo do futebol, que irritou quem só consegue pensar com a biqueira da bota, consegue explicar:
 “Comecei a jogar futebol muito pequeno. Não tive outra infância que não a do esforço para chegar até onde eu sabia que queria chegar. Pelo meio aconteceu o impensável. O meu físico não se desenvolvia… A única solução era um tratamento muito caro, fora do alcance da minha família. Procurei apoios na Argentina, o meu país, mas não os encontrei. Com os meus pais bati, em vão, a muitas portas. Ninguém queria arriscar num pequeno rapaz. Até o River me fechou as suas portas, pensando que não valia a pena. Nesse momento um clube estrangeiro interessou-se por mim. Investiu tempo, dinheiro, médicos. Manteve a minha família para que estivesse próxima de mim. Sem apressar o processo, formaram-me e por último comecei a jogar. Com organização e trabalho não saltaram nenhuma etapa”.
Com efeito, Leonel Messi, com toda a clareza explica que com muita regularidade a pátria não passa do lugar onde abrimos pela primeira vez os olhos e tomamos os primeiros cheiros e sons e pouco mais. Nesse caso, a pátria que não consegue dar os meios para que se realizem os sonhos, obriga muitos milhões a procurarem nova pátria. E às vezes, inclusive, essa pátria arma em parva, como armou com aquela velha mãe, que em frente de meus olhos, em 1967, desfeita em soluços, foi à Rocha de Conde de Óbidos esperar o filho que chegava da guerra, porque tendo emprestado à pátria dois, a Pátria só fez regressar um. Aquela velha mãe a quem a pátria roubou um filho, esqueceu-a sempre, porque um pouco mais tarde, o filho que voltou correu de novo para longe, porque foi preciso procurar noutra pátria os meios que a pátria que levou, inclusive o irmão, não lhe deu.
Pois então, caro Messi, saibamos ler as coisas. Práticos, dizem os Americanos: - para a pátria, mais a minha comissão de 10%. E para que os 25 mais ricos de Portugal tivessem acumulado mais 17.4 milhões de euros, é preciso que o povo das reformas de 200 Euros tenha um acrescento de 5 euros. Ou o modo prático de dizer, que a distribuição da riqueza nesta e noutras pátrias, decerto também na tua, é um escarro e é por isso que muitos de nós para realizarmos os sonhos, desde há muito, necessitamos de outra pátria.
Até quando caríssimo Messi? Que sejas feliz.

sábado, 30 de julho de 2011

A expressão da liberdade



Los fanatismos que más debemos temer son aquellos que pueden confundirse con la tolerancia.
Fernando Arrabal




Embora tenha as minhas reservas quanto à liberdade de informar que se pratica em certos jornais, sou inteiramente pela liberdade de expressão, sem reservas nem limitações..

Compreendo que o exercício dessa liberdade seja inconveniente, ou constrangedor, para certas pessoas, mas concordo com o meu amigo António Agostinho: isto não pode ser verdade na terra de Manuel Fernandes Tomaz, o patriarca da Liberdade.

Eu não sei se é verdade ou se, como de costume, só contaram pra Jot’Alves, esse ícone regional do jornalismo de sargeta. Por isso mesmo, e sabendo o que a casa gasta, dou o benefício da dúvida ao executivo municipal e aguardo pelos próximos dias.

Este blogue apoia sem reservas a liberdade de expressão de Custódio Cruz, um cidadão exemplar que representa legitimamente outros cidadãos livremente associados na defesa de direitos (inalienáveis) e interesses (legítimos). ,

Ah, apesar disso, e por causa das moscas, tomei a liberdade de cometer uma pequena intervenção no retrato do grande Thomaz que ilustra esta posta e de conceber o singelo manifesto - ao alto, na barra lateral - que os bloggers figueirenses podem, se quiserem, utilizar como banner (os adeptos da liberdade de expressão, claro).


Lembrando Zé Martins


Tenho a honra, o orgulho, e, sem falsas modéstias, a vaidade, de ter sido amigo da maior referência do jornalismo figueirense dos, pelo menos, últimos 50 anos.
Estou a falar do saudoso Zé Martins. Ensinou-me muitas coisas. Com ele aprendi muitas coisas. Aprendemos. Penso que uma das grandes lições que nos deu, a mim e aos meus colegas da redacção, como o Agostinho, por exemplo, foi numa conversa, daquelas simples. Disse ele, a propósito do que estávamos a discutir, que não vem aqui ao caso: “não há coisa mais horrível do que um jornalista mentir”. Ficou-nos. Por outras palavras, aprendemos a lição.
Mas parece-me que um mestre espera sempre que os seus discípulos aprendam sempre algo mais à custa de si próprios. Então, o Zé pode estar orgulhoso.
Aprendi também, ou melhor, aprendemos, que um jornalista deve ter, sempre, entre outras coisas, a noção do ridículo.
Sendo assim, eu nunca ousaria sequer pensar actuar judicialmente contra alguém que conseguisse demonstrar quer a minha incompetência, quer qualquer outro acto por menos ou por mais ridículo que fosse.

Com um abraço ao António Agostinho e uma enorme saudade do Zé.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Peixeirada, disseram eles


Decretou a imprensa regional de “peixeirada” a reunião de câmara do passado dia 26. Talvez motivada pela famosa e intrépida afirmação do doutor de Santa Comba (nós somos um povo de brandos costumes, dizia ele), revela simplesmente pouca imaginação e uma tentativa para disfarçarem que não repararam no único facto jornalístico que se pôde dali tirar.
Qualquer discussão um pouco mais acesa já é uma peixeirada, ou caldeirada, ou mistifório, ou seja lá o que quiserem?
Penso que a reunião foi suspensa mais devido aos 9-competentes-9 vereadores eleitos pelos figueirenses não terem tido a capacidade de explicar o que se lhes perguntou, e menos ao calor da refrega. Ou seja, o único facto político, também o único facto jornalístico, e não mencionado, é este:
Se há financiamento para as obras de requalificação do mercado, se há verba para as instalações provisórias, quer num caso como noutro não são assim tão pequenas, como é que não existe projecto? Alguém em seu perfeito juízo financia umas obras sem projecto? É este tipo de atitudes que levam à falta de diálogo, ou, melhor, com estas atitudes diminuem-se as possibilidades de diálogo.
Não sou da Figueira, sou do interior norte de Angola, mas não consigo imaginar uma “caldeirada” só com um único ingrediente, nem a consigo imaginar com menos de quatro. Os jornalistas regionais conseguem.
Se da imprensa já estamos conversados, do poder local muito há a dizer. 
A menos que, a partir daqui,  não se possa falar.

A crise democrática ou a democracia da crise

Isto faz lembrar o príncipio dos vasos comunicantes, mas ao contrário. Vai ficando tudo muito mais nivelado. Também, diga-se, é da História, é nos períodos de crise que se fazem as grandes fortunas. À medida que o nível de vida de quem trabalha, de quem produz, vai baixando, com mais impostos, menos salário, vão aumentando as fortunas dos mais ricos.
Leia aqui um exemplo da nossa democracia.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Bom dia!

Augusto Alberto

O que tem de comum as noticias seguintes:
O Reino Unido deu ordem de expulsão a todo o pessoal diplomático da Líbia em Londres.
E, a fortuna dos 25 mais ricos de Portugal aumentou 17.4 mil milhões de euros.
E ainda, José de Matos, Faria de Oliveira, Jorge Tomé, Rodolfo Lavrador, Pedro Cardoso, Nuno Fernandes Thomaz, (atenção leva h, por isso não é preto, mas é branco e de lei), Nogueira Leite, Norberto Rosa, Pedro Rebelo de Sousa, (mano mais novo do mano mais velho), Eduardo Paz Ferreira e Álvaro Nascimento, não sei se ainda falta algum, são os que vão mandar na C.G.D.
E mais ainda, a concertação social quer reduzir a indemnização por despedimento de 30 para 10 dias por ano. E ainda, em concertação social de novo, está-se quase a chegar ao entendimento sobre o fundo para os despedimentos, em que os patrões aceitam contribuir, na condição de baixar 1% no vencimento do trabalhador. E mais ainda, a empresa de camionagem T.N.C., na antecâmara da falência, tem uma proposta de aquisição por outra empresa, a WEGO; sem despedimentos, mas com a condição dos salários serem reduzidos a metade?
O que tem de comum então? Que estamos quase na fronteira entre o esclavagismo e a idade média.
O reino unido deu ordem de expulsão a todo o pessoal diplomático na embaixada líbia e já convidou Conselho Nacional de Transição (CNT), que reconheceu como única “autoridade legítima” do país, para tomar posse da embaixada. O Reino Unido vai em cruzada, mais uma vez, até África, desta feita não para obrigar os mouros a beijar os pés de Cristo, mas para os submeter, pelo fogo, mais uma vez, ao império do petróleo, com sede em Londres. Só há uma palavra. Cabrões! E ainda, nos mais ricos de Portugal, poucos são os que se dedicam à nobre e sóbria actividade da indústria transformadora, que transforma e produz riqueza, mas há actividade parasitária e escrava, em que, também, os que para eles trabalham levam um curso superior e trazem o ordenado mínimo e às vezes nem isso. E ainda, os novos e muitos chefes da caixa, são uma espécie de senhores do reino medieval, a quem se arranja, sempre, mas sempre, um belo espaço onde há gente para ser cavalgada e leis para reinar. E por fim, está a chegar o dia em que para trabalhar o trabalhador vai ter que levar o cursito, as ferramentas e o salário, para que nas mais-valias, não haja uma parte, muito pouca já, para o trabalhador, mas em que a totalidade, seja metida no saco dos que não sentem a crise.
 Há muito tempo que nos têm andado a dizer que esta coisa da luta de classes já não existe. Há, há. E não tem pátria, como se nota. E se um dia deixar de haver, por este andar, é porque estamos a recuar às relações medievais, como se prova também.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O mercado Engenheiro Silva (II)

Hoje, pelas 15h00, no Salão nobre da Câmara Municipal da Figueira da Foz, uma reunião aberta à intervenção do público.
Pode estar em jogo o futuro do mercado. Daí, ser oportuno um apelo aos figueirenses para estarem presentes.
Entretanto, o mercado, há dias atrás. Cabendo à indignação dos figueirenses que não seja, só, para memória futura.








fotos: alex campos

segunda-feira, 25 de julho de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

O mercado Engenheiro Silva (I)


Inaugurado no dia 24 de Junho de 1892, e, embora sob o ponto de vista arquitectónico não seja nada de arrojado, o histórico mercado é desde há muitas décadas um ponto de referência e de convívio, além de, pela sua centralidade, um importante factor económico para aquela zona já tão depredada da cidade.
Mas o que se passa actualmente deveria deixar os figueirenses apreensivos. 
O que se passa, ou pelo menos o que se consegue entender, é que o mercado está a ser alvo de interesses que não têm nada a ver com o interesse público.
Pode-se até traçar um paralelismo com o que se passou com as águas. Recordando: o “ps” iniciou as “démarches” para a sua concessão, ou privatização, ou lá o que quiserem chamar, e o PSD concluiu a tarefa, ou seja, assinou o contrato fazendo que os figueirenses paguem uma das mais caras do país.
Com o mercado, temo que se passe o mesmo.
O PSD, há uns anos, proclamou um regulamento unilateralmente, ou seja, sem consulta pública. As indecisões, ou decisões do actual elenco escolhido pelos figueirenses em fazer retirar os concessionários do mercado enquanto se fazem obras (que, segundo vozes autorizadas, são perfeitamente possíveis com o mercado a funcionar), além das tropelias que têm vindo a público sobre o lugar provisório onde o mercado deve funcionar, bem como as sucessivas visitas da ASAE a pedido (por denúncia de anónimos) deveriam fazer-nos reflectir.
É que mesmo não sendo uma obra-prima da arquitectura, o Mercado Municipal Engenheiro Silva é uma construção carismática e foi dos primeiros edifícios figueirenses concebidos para o fim a que se destinava - e assim foi por mais de cem anos.
É de edifícios com uma história viva e palpitante como este que se faz o património cultural de uma cidade que se preza.

sábado, 23 de julho de 2011

Urra!!!! Os "xuxas" já têm lider


É o "Jornal de Noticias" que anuncia em última hora. Quem pensava que a coisa não tinha remédio, derivado daquelas quezílias batoteiras que foram noticiadas, pode ficar descansado. O actual moço de recados do capitalismo internacional, bem como a Direita trauliteira (não há outra) cá do rectângulo, já têm substituto.
É caso para dizer que esta merda nunca falha (é o da direita, na foto).

Salazarentos

Augusto Alberto

António José Seguro diz estar muito tranquilo quanto ao sentido de justiça dos militantes do Partido Socialista. Pudera! Também Salazar foi sempre um homem muito confiante e tranquilo. Eu conto, porque temos semelhanças.

Quincas Berro de Água, figura maior, delicada e boémia, da escrita de Jorge Amado, após um porre pela madrugada, foi arrastado pelo empedrado das ruas da Baia e dançou, já cadáver, nos braços dos companheiros de boteque e da amante dos bons e maus momentos, Quitéria.

No tempo do dr. Salazar, também se dizia, que até os mortos votavam, e por isso os regedores faziam algo semelhante. Parece que surripiavam à terra os mortos e também pela calada da noite, quer fosse iluminada pelas estrelas ou pelas candeias de azeite, com o seu braço e ombro, nos sovacos, arrastavam, tropeçando e cambaleando, cai não cai, os esqueletos até à câmara de voto e aí, mão na mão, depositavam o papel, evidentemente a favor do Dr. Salazar e da Pátria. No fim do dia, o fascista de serviço, soletrava pela telefonia, que na mesa Y, da Freguesia x, o Almirante Tomás tinha tido 100% dos votos expressos. E na secção de Olival Basto, Freguesia de Póvoa de Santo Adrião, Concelho de Odivelas, também, pela calada da noite, ao que parece, os mortos ou os seus esqueletos, não se sabe se pela porta escancarada, ou as almas ou os fantasmas, pelas frinchas ou buraco da fechadura, entraram e puseram a abarrotar a urna de voto, claro está, a favor de António José Seguro. Será que alguns militantes mais novos leram e tomaram boa nota das tropelias salazaristas, ou será que na Concelhia de Odivelas ainda restam velhos sabedores das manigâncias salazarentas?

O que dirão agora alguns meus ex-camaradas de Partido, como José Magalhães, por exemplo, que por razões de democracia interna, juntamente com outros independentes de esquerda, inebriados, como o vereador Tavares, se mudaram com toda a tralha para o Partido Socialista? Dirão nada, bem sei. Mas eu digo. Digo que se a vergonha ainda tiver algum préstimo, deverão abandonar todos os cargos públicos para que foram eleitos nas listas do P.S, porque do ponto de vista da democracia interna, sabemos pela credível imprensa, que o Partido Socialista há muito anda em negação democrática.

Para qualificar estes métodos e os seus sujeitos, demorei tempo a acertar com o adjectivo, quando ele afinal estava mesmo à mão. Salazarentos!

O betinho

Augusto Alberto

O deputado João Almeida, creio que líder da bancada do cds/pp, com aquele ar de quem não sabe sequer descascar um ovo, excedeu-se em mérito na Assembleia da República no dia da discussão provocada pelo P.C.P., a propósito da renegociação da divida soberana.
Quando acossada, a direita, como é usual, recorre ao cardápio anti-comunista, baixando a propósito o nível da discussão. Pelos vistos, mestre no ofício da calhandrice, aprendido, imagino eu, nas ruas do snob bairro do Restelo, ordenou um conjunto de ideias, de que relevo a acusação ao P.C.P.: - de querer fazer de Portugal uma Cuba em 24 horas se Cuba ainda fosse o que era. Claro está, jogado o grande truque e arrefecida a peleja, recebeu as merecidas palmas dos restantes calhandras de bancada. Infelizmente, sabendo que não me lê, de todo o modo, aproveito desde já para deixar a seguinte consideração: - E porque não a Argentina, o Panamá, o México, o Haiti, onde a cólera levada por amigos, desgraça, e só os médicos cubanos lhe dão luta, a Costa Rica, um colosso do turismo muito celebrado, onde a fome obriga as pessoas a ir à praia recolher os ovos deixados pelas tartarugas para gestação, provocando desse modo o mais abjecto crime contra a diversidade, ou ainda a Grécia ou Burkina Fasso?

Tudo democracias como o deputado Almeida gosta e com a faculdade dos fabianos votarem em tipos que a seguir os vão enganar.
A este João Almeida já lhe faltou uma vez a perna para se colocar um degrau acima de betinho, quando aceitou ser presidente do Futebol Clube os Belenenses, convencido de que tal tarefa o colocaria na condição de forte. Mas cedo resolveu recuar e entregar o clube a outro, sem ter tido tempo para se meter à rábula, que por norma fazem fortes os presidentes de conversa dura, provando que quem nasce lagartixa nunca chega a jacaré. Por isso, joazinho, bem pode linguarejar, porque nunca irá além de saramantiga.
Ainda os sons da discussão ressoavam no ar, apesar da imprensa local quase escarnecer, logo foi possível perceber que afinal os comunistas têm razão. E agora, não vai pedir desculpa? Já sei que não. Mas veja se de tanto torcer, não faz um torcicolo ou mal de espinhela. Se for o caso, não receie, vá até Cuba. Verá senhor lingrinhas, que virá como um brinco.

É PRECISO AGIR

Primeiro levaram os comunistas
Mas não me importei com isso
Eu não era comunista

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os sindicalistas
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou sindicalista

Depois agarraram uns sacerdotes
Mas como não sou religioso
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.


Bertolt Brecht

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ler Brecht

Augusto Alberto

No Algarve vive um são Macário, não o que deu à costa, mas o que deu o dito por não dito e que por isso vestiu a pele de camaleão, mas logo mostrou num curto passe de mágica, apesar de tanto peito cheio, que não vale um cagalhão. E a propósito, disse um outro algarvio, que os portugueses têm paciência a mais. Eu digo melhor. Todos os Macários acham que os portugueses gostam de ser tratados como palermas.

E a João Proença, um tipo que é do Partido Socialista, e correia de transmissão de todo o capital agiota e especulativo, foi-lhe aberta a porta do palácio onde decorrem as reuniões da concertação social, para concertar, sobre o enfraquecimento das leis do trabalho e sobretudo no modo como os trabalhadores terão de baixar e inclusive pagar o seu próprio desemprego, com uns tipos que me parecem uns sapos que por uma espécie de carreiro se dirigem a uma sala onde vão encher o papo e ainda por cima, todos vaidosos.
 Aliás, nunca uma lei em tão pouco tempo foi tantas vezes revista e sempre em queda para o mesmo lado. E concertada a decisão, quase que dá vontade de gritar, entrai meninos, entrai no carrossel do desemprego antes que o valor pago pela extinção do posto de trabalho baixe ao grau zero da canalhice, porque se supõe que a coisa se destina só aos vindouros. Miséria! Precatai-vos, porque a aldrabice é arte de fazer pagar, também, aos que julgam que neste inferno estão a salvo. Assim está a ser, com os que acreditaram que era nos funcionários públicos que estava o mal. Sabemos de experiência feita, que de facto, primeiro foram eles, depois os que vivem do soldo e agora, estão a sentir os dos 2.500, que foram convencidos de que as migalhas do grande capital são uma benesse e que nunca tem fim, que tem casa, carro e férias hipotecados e meninos a fazer a viagem do colégio privado para o ensino público.    
E depois de tudo isto eu deixo uma interrogação. Podem os betinhos também ler Bertolt Brecht? Não só podem como devem. Para quem não saiba, começa assim: - primeiro foram os comunistas… e depois…bem, depois fui eu


Na imagem, o poeta visto por F. Campos

terça-feira, 19 de julho de 2011

Pronto!

Não direi que é o primeiro filho da puta que Fernando Campos caricatura. Mas, convenhamos, é o maior deles. Ora vejam (copiei daqui) :

Trocas e baldrocas

Augusto Alberto

O meu santo pai, que sempre foi um tipo muito difícil e que tinha uma malapata com um familiar muito próximo, quando o queria aborrecer, dizia-lhe: - não são obos, senhora, são ovos…E depois, lembram-se, ainda havia aquela: - os vomveiros boluntários de Alvergaria-a-Belha vorraram as votas com vosta de boi…E o nosso presidente Cabaco e Silba, em bisita ao Minho, em Bila Noba de Cerbeira disse umas coisas, em sequência do seu finíssimo rigor, constante aperfeiçoamento técnico e distinta eloquência intelectual: - "gostaria que o euro se desvalorizasse para que os produtos europeus fossem mais competitivos".
 Eu que de economia nada sei, mas tenho alguma sensibilidade ao economes, direi que o nosso presidente Cabaco carrega simultaneamente na mendicancia intelectual e na consciência um enorme calhau.
Mas o que mais me irrita no nosso presidente é a constante mania de chafurdar nas trocas e confundir caridadezinha e misericórdia com melhor e maior repartição de riqueza. Evidentemente que dá jeito e por isso eu bem o entendo, até porque em tempos já muito antigos, também bem entendia que qualquer fascistazito dissesse e fizesse o mesmo. De qualquer modo, Chico de Assis, sempre com aquela pica que os progenitores lhe deixaram, candidato a secretário-geral do ba( )tido socialista, o b aqui está com todo o propósito, disse-nos exactamente o contrário : -" gostaria que a Europa tivesse uma moeda mais forte".
Vá lá a gente entendê-los! Balha-nos São Vanovaião Anacoreta Mártir.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mandela

Nelson Mandela faz hoje 93 anos. E hoje, desde 2010, comemora-se o Dia Internacional de Nelson Mandela.
Prémio Nobel da Paz em 1993, só em 2008 deixou de ser considerado um temível terrorista pelo imperialismo americano e pelos seus inúmeros esbirros que se espalham pelo planeta.
Hoje, se é um dia negro para toda essa gentalha, é um dia feliz para a humanidade.
Parabéns, Madiba.

Mais lixo ainda

Augusto Alberto


Lixo é toda a virgem que tem vivido em paz e harmonia com as tenebrosas agências de notação e agora, como deixaram de soprar aquilo que gostariam de ouvir, que sejam substituídas por uma outra que diga, sim senhor, tudo vai bem no reino da porcalhota. Assim a modos como Bush filho, que só quis ouvir dos serviços secretos o que desejava, para partir para a guerra. Aliás, é bom lembrar que Saddam se preparava para negociar o petróleo em euros e por isso, toma lá tomahawks.

Lixo é ainda o facto dos bancos alemães terem emprestado dinheiro à Grécia na condição de comprar à Alemanha uma mão cheia de caças para a guerra, em tempo de paz, ainda que soubessem que o estado grego tinha aldrabado as contas e estava falido. O povo grego passando à qualidade de esfolado, ficará em linha com o enriquecimento dos bancos alemães. Inchai povo, porque é em favor de uma boa táctica.
Lixo, é também o facto dos bancos alemães terem emprestado dinheiro à banca nacional portuguesa a 1% e esses mesmos bancos emprestarem ao estado português a 8%, para saldar, por exemplo, a construção de estádios de futebol que agora estão sem préstimo, a compra de aviões de guerra que nem sequer saíram dos caixotes e ainda a de dois submarinos, sabendo à cabeça que já estávamos financeiramente em apuros. E João Galamba, deputado do Partido Socialista, ainda consegue balbuciar: - é preocupante a quebra brutal no investimento. Como bem fala o moço, como se nada fosse com ele. Se Lavoisier ainda por cá andasse, haveria de dizer que a fronteira onde se transforma um doutor num coirão, é muito ténue, porque nada se perde, mas tudo se transforma. A este Galamba, aconselho-o neste verão em que pilram os gambozinos, a partir em sua caça, pelo menos até ao dia em que saberemos quem tem razão, se as tenebrosas agências ou os coirões de cartola.
Acabei e fui ali ao lado comprar o Público. Uau, nem um parágrafo sobre a manifestação de dirigentes sindicais no dia anterior. E porque haveria de ter? Não é o jornal do agiota e marginal de 5 estrelas, que correu à campanha (suponho que com um cheque), porque assim exige a democracia do pilantra, que o menino Passos cavalga?
Para o que me deu, para ir ao lixo.

domingo, 17 de julho de 2011

O Ginásio e a imprensa

Aqui o Ginásio Clube Figueirense critica, e com toda a legitimidade, a imprensa regional. Considera mesmo uma vergonha.
Nada que nos admire, quanto mais não seja por uma questão de estarmos habituados à qualidade que a imprensa, quer a local quer a regional, tem revelado ao longo dos tempos. Talvez por estar em “boas mãos”, talvez.
Mas o conceituado clube figueirense, o tal que tem mais de não sei quantas centenas de atletas, não sei quantos treinadores e outras tantas modalidades também sabe dar uma boa réplica à “vergonhosa” imprensa.
No passado dia 9 de Abril a sua secção de Kickboxing realizou uma Gala, de homenagem a Carlos Ranjanali, antigo atleta do Ginásio e campeão europeu e mundial, gala essa que contou com a presença do presidente da federação angolana da modalidade.
Reparamos que nem um único director da prestigiada colectividade compareceu. Não é de bom tom, pois não?

Ainda sobre lixo

Augusto Alberto


Em tempo de luta interna no Partido Socialista, para ver quem vem a seguir traulitar, Toninho Seguro propõe uma cultura de afectos entre os militantes socialistas. E logo o Assis diz que tal cultura dos afectos lhe merece repugnância. Não sei porquê, mas algo me diz que nesta coisa dos afectos bem pode o Toninho Seguro continuar a pelejar, porque, pela amostra, estão ao preço das grandes cotações em bolsa e por isso, só quem as tem, os poderá ter. 
Afectos, nem antes com o partido socialista, nem hoje com o partido social – democrata/partido popular, pelo contrário. E para confirmar que os afectos só estão ao preço de uma farta bolsa, disse o nosso meloso e seboso ministro das finanças, guardião da selva, que as grandes fortunas não serão tachadas, ao contrário dos rendimentos do trabalho. E logo um encartado em economes veio explicar: - para evitar que fujam para o estrangeiro. Ora cá está! Eu bem me parecia que com o tempo ainda haveríamos de soletrar aquela assim: - ó tempo volta para trás. Eu lembro. Em tempos de rapaz em que andava ao banho nas salinas de Aveiro, no poço de Santiago, ou corria pelas matas das Gafanhas, por causa dos afectos, talvez por falta deles, dizia-se: - vergonha, é um homem ter mulher e ela fugir para as matas das Gafanhas.
Descaradamente voltamos ao mundo das facadinhas. Enquanto damos no batente e somos matéria sempre disponível, eles copulam sobre os rendimentos do trabalho, nesta selva, de cara levantada e desavergonhada, colocando-nos nesta condição de cornudos, porque teimamos em ser os últimos a perceber os truques, (parece que já há sondagem em que os portugueses maioritários dizem, sim senhor, afagadinho extraordinariamente a 3,5%, é boa ideia).
Por isso, o Tonhinho Seguro, que se deixe de merdas e carícias, porque essa coisa dos afectos só serve para nos continuarem a cavalgar. E ao Assis dizer-lhe que é pena que não saiba colocar a semântica em seu devido lugar. Diria, se soubesse, que repugnância é ele próprio e este seboso capitalismo.
Esta é a nossa vergonha, o nosso lixo e o nosso fado.

sábado, 16 de julho de 2011

Daniel Gregório, 8º na meia-final





Daniel Gregório classificou-se, ontem, em 8º lugar na primeira meia final dos 3000/obstáculos, nos campeonatos europeus sub-23 que se realizam em Ostrava.
O atleta figueirense fez o tempo de 8m57s, ficando a dois segundos da sua melhor marca, e falhando por pouco a presença na final.
Apesar dos objectivos da presença na final se terem gorado, o treinador Fonseca Antunes considerou de boa a prestação de Gregório.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Um governo extraordinário



O governo classificou de “extraordinária e universal” a medida que visa o roubo de parte do 13º mês a milhões de portugueses.
Samuel, aqui, diz que nas duas palavras existem duas mentiras.
Na dúvida aproveitei mais uma vez o dicionário ter-me caído em cima quando procedia à limpeza do pó.
E, realmente, é verdade. É verdade que são duas enormíssimas mentiras. “Extraordinária” quer dizer excepcional, anormal, raro. Também significa excessivo, o que, de certa forma dará um pouco de razão ao governo. Assim, terá sido uma gafe a consideração de extraordinário.
Já “universal” significa que abrange tudo, que se aplica ou se estende a tudo, que se estende, sem excepção, a todos os indivíduos pertencentes à classe considerada.
Portanto, bate certo a dedução de que estamos perante uma mentira colossal.
Em abono da verdade, e sem medo das palavras, também deveríamos dizer que o governo, ele próprio, também é extraordinário.
É que o dicionário diz, ainda, que “extraordinário” é qualidade do que não é obrigatório.
Porque havemos, então, de ser governados por néscios, se não é obrigatório?

Governo prevê contracção do PIB e aumento do desemprego

O que m’espanta é a lata destes tipos. Brincam positivamente com a inteligência das pessoas, mesmo daquelas que neles votaram.
Afirmam que prevêem uma coisa como se ela não fosse a consequência lógica das políticas que seguem, neste caso a continuação das dos sucessivos governos que se têm sucedido.
Não acreditando que sejam estúpidos, que não são, só podem ser aldrabões, porque prever significa, segundo o dicionário da Porto Editora, “ver com antecipação, supor, prognosticar”.
Portanto, com mais do mesmo, e respeitando a significação linguística, não há necessidade de prever o que se tem a certeza que vai acontecer. Bastava dizerem que vão conseguir os seus reais objectivos.
Mas enfim.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

SUO Vais, uma época de ouro. Mais uma


Amanhã, por volta do meio-dia, nos campeonatos europeus de atletismo que se disputam em Ostrava, a Sociedade União Operária assiste a mais uma internacionalização de um seu atleta. Trata-se de Daniel Gregório, que como já dissemos, representa o Centro de Atletismo de Seia, mas que é um produto SUO e continua a ser treinado pelo prof. Fonseca Antunes. Correrá os 3000/obs.
Razão suficiente para dar a conhecer o que tem sido a época 2010/2011 para esta pequena colectividade do Cabo Mondego, enunciando alguns dos resultados mais notáveis.
Sérgio Cruz, com 1,80m no salto em altura torna-se recordista nacional de infantis.
João Dias faz 15,50m no lançamento do peso, record nacional também de infantis. No olímpico Jovem vence o peso e é 3º no dardo.
No campeonato nacional júnior de pista coberta, Pedro Ferreira é 2º no comprimento e 3º no triplo.
Em veteranos, 3 dos seus atletas, também campeões nacionais da categoria, Fonseca Antunes, Elisabete Cardoso e Jorge Santos estiveram no europeu, em Gent.
No total, a SUO soma até agora, de iniciados a veteranos, 21 títulos nacionais e 4 pódios.
Convenhamos, é obra.

Um partido que não se rende

14 de Julho, Dia da França

E porque é que no dia da França me lembrei de uma canção do americano Tom Paxton? E numa versão francesa de Graeme Allwright?
Porque me lembro que os meus camaradas do PCF, quando nos finais da década de 70 do século passado me deram a conhecer Graeme, gostavam de trauteá-la.
Vale a pena ouvir:


quarta-feira, 13 de julho de 2011

CGTP – UGT, ou a cada uma a sua luta


aqui me referi, ainda que com a ajuda muito sucinta do grande Ary dos Santos, ao grupelho mal intencionado liderado pelo membro da Comissão Nacional do “ps” que dá pelo nome de João Proença.
Sabe-se que a UGT foi fundada por intermédio da CIA, o que denuncia desde logo ao que vêm, bem como o seu papel histórico.
Tipo cavalinho de pau, não sei se estão a ver... fazem que andam mas não andam.  E disfarçando que não andam.
Mas, por vezes lá se descuidam.
E assim comungo da satisfação de Samuel ao ver que Proença percebeu que os objectivos da UGT não são comuns aos da CGTP.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Lixo!

Augusto Alberto

Afinal o que é lixo? Remando contra a onda dominante, digo que foi exactamente o trabalho jornalístico da menina Sandra Felgueiras, que quis fazer um texto sobre as angústias da Grécia e saiu uma insípida provocação, porque o tininho ficou em Felgueiras. 
Um tema tão complexo como o da Grécia não se pode esgotar numa peçinha, para além de que a menina deveria ter o cuidado de informar e não se entreter na cabala, porque assumidamente deixou a ideia de que se afinal a Grécia está assim, moribunda, é porque todos querem o ócio e em cada grego há um corrupto. 
Ainda por cima, a menina que andou por lá e viu, não soube ou não quis dizer como se partem as montras. Foi opção, com certeza. Aliás, recordo o que escrevi no período eleitoral do Sporting. Ás suas primeiras dificuldades, os “descamisados” de Alvalade, em uníssono, virar-se-ão contra o candidato que procura ter ali, uma espécie de exército fiel…Evidentemente que aquele pessoal…só não acaba neste pobre país, porque tanto o poder desportivo como o politico, sobretudo este, lhe acha algum préstimo. Que não se duvide, no momento em que o poder político se vir desengonçado e acossado, aquela matilha será atiçada contra quem vai reclamar simplesmente por dignidade...Este não é um mundo para distraídos, nem para anjinhos. É o mundo…com um único sentido, levar-nos a comer o pão que o diabo amassou. Saiba, pois, que não foi preciso ir de enviado especial à Grécia para sabermos como se faz. E por isso, desde já lhe digo que a menina é uma “puxa saco e reaccionariazita” e por isso, o nível do seu trabalho merece a classificação de lixo.
E para melhor perceber que o poder, que atira sobras e deixa algumas cabecinhas doidas, nunca cede facilmente, quero aqui deixar sobre o assunto, a posição oficial do Partido Comunista Grego. O plano provocatório envolveu grupos encapuzados, claques organizadas de futebol, porteiros de bares nocturnos e outros elementos marginais, cujo objectivo era entrar em confronto com os manifestantes da PAME.
É de ciência que nunca se deverá cuspir na mão que nos dá a sopa, bem sei, mas tenha cuidado, se um dia, depois de ateado o fogo, não tem tempo para fugir das labaredas.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O Kinaxixi, o Bom Sucesso e o Engenheiro Silva







O Kinaxixi já era. E o Bom Sucesso já foi. Dois mercados praticamente da mesma idade. O caso do mercado luandense é mais doloroso. Foi pura e simplesmente deitado abaixo. Destruído. Em nome da especulação imobiliária, com o apoio de uma classe política indigente, igual, ou parecida vá lá, com a que votou o Bom Sucesso para um fim que não o seu.
Não faço ideia do que se passa com o mercado Engenheiro Silva, na Figueira da Foz, bem mais antigo que os dois primeiros. Passa-se, decerto, algo. Pelas conversas que tive com alguns dos seus concessionários é legítimo pensar-se, ou pelo menos levou-me a pensar, que estará a ser pasto, também e para não fugir à regra, da especulação imobiliária.
E o seu fim será na linha do angolano ou do portuense? O futuro o dirá, uma vez que, pelo andar da carruagem, os erros do passado servem para serem repetidos no futuro. Quando dá jeito, claro.

sábado, 9 de julho de 2011

Sucateiros

Augusto Alberto

Por uma vez, Mário Soares mostrou utilidade. E Flor Pedroso, jornalista da rádio pública que de volta e meia dessarrinca algumas pérolas, conseguiu desta feita que Mário Soares colocasse a pedra que faltava no cachaço do partido socialista.
Evidentemente que não chegam todos os adjectivos para qualificar Mário Soares, o pai fundador, e por extensão, também não chegarão para qualificar o partido socialista. De todo o modo, depois de ouvir Mário Soares, só me resta remeter o P.S. para a qualidade de partido sucateiro. Não se pense que é à toa. Vou na esteira de Soares, que diz: - "muita gente durante muitos anos andou a encher os bolsos à custa do partido socialista". Suponho que se refere a gente como Jorge Coelho, Armando Vara, Pina Moura, e os sucateiros, amigos da família Penedos. E como quem quer continuar a ludibriar as horas, ainda adiantou:  "vai sendo tempo do partido socialista se refundar". Para quê, pergunto eu? Não será que o partido socialista, como diz, várias vezes guinou e marrou, uma delas quando correu ao cumprimento da 3ª via de Blair, de quem diz ser um vigarista?

Permitam-me que conclua, então: que jeito daria aos portugueses que o partido socialista se extinguisse. Porque a gula é igual, aqui ou ali muitos dos quadros superiores e intermédios do partido socialista bem podem mudar para o PPD/PSD, outros ainda, para o CDS/PP, onde foram nados e criados. E ainda outros, talvez a tal classe média de que se fala, um tanto intelectual, que sem perceber que a vaidade pode matar, porque o meu vizinho tem um automóvel melhor do que o meu, e porque eu também quero uma vivenda com um jardim com muitas rosas, encantada pela melopeia da banca e adulados pelo consumo, correram aos cartões de crédito e agora estão com o nó bem apertado, e ressabiados, bem podem rumar ao bloco de esquerda. E aos restantes militantes, talvez muitos, que como eu são de base, e que ainda tem algum tino, digo que será a altura de mudar. Porque mudar é uma exigência e só os burros não mudam.
Entretanto, um sujeito com trejeito, soprou, que me estava a tornar um perigoso comunista. E eu respondi-lhe: - já sei! E forcei, para que não restassem dúvidas: - mas mais perigoso do que um perigoso comunista, é esta cáfila de direita que agora nos governa, mais o trafulha do Soares, que não têm a coragem de nos dizer que estamos em fim de festa.

A sem vergonha sem limites


Cartoon de F. Campos

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Daniel Gregório, dos Vais a Ostrava


O figueirense Daniel Gregório, que representa o Seia, sagrou-se campeão nacional sub-23 na prova de 3000/obstáculos, no domingo passado em Guimarães.
Com o tempo de 8m59s o atleta conseguiu os mínimos para os europeus da modalidade e irá representar Portugal em Ostrava, na República Checa, com a sua primeira corrida já marcada para o próximo dia 15.
Gregório é mais um dos valores made in Sociedade União Operária, dos Vais.
O treinador da equipa do Cabo Mondego, Fonseca Antunes, disse-nos que os objectivos passam por tentar chegar à final. 

Os pífaros de Soares e Cameron

Augusto Alberto

O que dizer quando um vigarista chama vigarista a outro vigarista? Que quando se zangam as comadres se descobrem as verdades. É assim com Soares sobre Blair.
Ainda que a Soares tenhamos que acrescentar uma outra qualidade, a de pulha, porque à boleia do seu socialismo de rosto humano ou do socialismo em liberdade, fomos, em primeiro, anestesiados e depois conduzidos ao mais selvagem capitalismo, que nos está a arrancar o couro e o cabelo.

E a Blair, que ainda hoje se faz pagar muito bem pelas patranhas que continua a vender aos que como ele resfolgam na gamela comum, somar a qualidade de terrorista. Aliás, o mundo está a abarrotar de tipos que moldados e caldeados no pó da mentira, nos vão arrastando para a desgraça. E por isso, centremo-nos agora em David Cameron, actual primeiro-ministro inglês, que sucedeu a Brown, que por sua vez tinha sucedido a Blair. Disse recentemente Cameron: - sim senhor, negociar com os talibãs no Afeganistão, porque no meu país fizemos o mesmo, em referência à Irlanda. Ora Cameron sabe muito bem que Irlanda e Afeganistão não cabem no mesmo saco, e por isso, ao falar como falou, não passa também de outro vulgar e serôdio vigarista. Se não sabe, recomendo e a quem queira saber também, que leia o magistral romance, “O sonho do celta”, de outro sabido vigarista, infelizmente, Mário Vargas Losa, prémio Nobel da Literatura, que nos explica os amores pelos celtas e pela Irlanda e o modo como os ingleses lhes provocam dor no arrancar das vísceras.
Pena é que não exista tribunal penal internacional que julgue e sancione gente como esta, que ao mundo tanto mal tem feito. Antes pelo contrário. O sancionamento tem sido feito pelos povos, que usando um papel de 4 em 4 anos, vão democraticamente ao engano.
E por isso, até me poderão continuar a garantir que isto é a democracia, porque eu vou continuar a dizer que não, respondendo com um velho e popular ditado, hoje quase caído em desuso: Que ao caralho também se poderá chamar um pífaro.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A geração do basta

Tanto lixo!



A Moody's diz que Portugal é lixo - e toca de cortar-lhe o rating...

Multiplicam-se as lusas reacções nos mais diversos tons:
uns clamam, baixinho, que à Moody's falta ética, falta moral...;
outros levantam a voz, ofendidos, e não dizem nada...;
O Gaspar das Finanças, de rabinho entre as pernas e com ganidos de reverência europeísta, pede desculpa: desculpe, vossa excelência talvez não se tenha apercebido do «amplo consenso político» existente, amplo que baste para assegurar o cumprimento integral de todas as ordens da benemérita troika... vossa excelência, desculpe, talvez vossa excelência desconheça que já decidimos roubar... perdão, retirar metade do subsídio de Natal a 3 milhões de famílias - 3 milhões, excelência, 3 milhões! - e se vossa excelência quiser - vossa excelência manda! - roubaremos, perdão, retiraremos também a outra metade e mais tudo o que vossa excelência mandar...



Aqui chegado, interrompem-me os meus botões, opinando assim: bem vistas as coisas, a Moody's tem alguma razão no que diz...
Como assim!!! - espanto-me eu.



E os meus botões, didácticos, ensinam:
São lixo os coelhos, portas, gaspares & Cia. que hoje executam a política de direita.
São lixo os soares, guterres, cavacos, barrosos, sócrates & Cia. que ontem a executaram.
São lixo os mercenários mediáticos do grande capital que a propagandearam ontem e a propagandeiam hoje.


de Fernando Samuel, in "Cravo de Abril"