sábado, 30 de junho de 2012

"Os Lusíadas" revisitados



A globalização e esta fúria neo-liberal obriga tudo a adaptar-se aos Tempos Modernos. Inclusivamente os alexandrinos que o príncipe dos poetas escrevinhou em forma de saga, para aí há um bom par de anos, uns 440 se não me falha a memória, também foram vítimas de adaptação aos tempos que escorrem.
Recebi por e-mail e não resisto a partilhar convosco. A missiva dizia que se o Luís Vaz fosse vivo escreveria assim. Não discuto.



Aí vai:



I
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
do Minho ao Algarve tudo devastando,
guardam para si as coisas valiosas
desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

IV
E vos, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Boa vai a folia...


Augusto Alberto


Há dias, a propósito da canícula, apreciei a resposta de uma senhora cantoneira de limpeza, na cidade de Évora à jornalista de serviço: “Então como vai o tempo? Está muito calor, disse. E não usa protector? Não minha santa, não há dinheiro para protectores”. Eu bem me parecia que o problema do povo é a falta de brilho e protector. Mas vejamos como brilham e foliam os antípodas.

A propósito da anunciada greve dos controladores aéreos e pilotos da aviação civil: - “Usar o momento mais importante para o turismo para fazer greve é um atentado à economia, aos trabalhadores em geral e ao país. Tanto mais que se trata de profissionais muito bem pagos”. Discorreu, assim, com imaculado brilho, o deputado ao parlamento europeu, Paulo Rangel. E apreciem, agora, o que noutro lado se escreveu:  “A viagem e o jantar, a bordo do barco Douro Azul, fretado pela Câmara Municipal do Porto, para a noite de S. João, de onde foi possível assistir ao fogo de artificio, pela meia noite, ficou este ano, por 16.776 euros”. O cruzeiro camarário, contou com diversas personalidades. O Presidente da República, o anfitrião, Presidente da Câmara Municipal do Porto, o ministro da saúde, Paulo Macedo, o eurodeputado do PSD, Paulo Rangel… Estão a ver? Quem, quem são os protectores do protegido deputado europeu, Rangel, quem são? Sua excelência, o Cavaco, mais o anfitrião, Rui Rio. Cá está. Nesta pátria, sem brilho e protector, dificilmente se vai além de cantoneiro com salariozinho de 450 euros. Mas com brilho e protector, é possível apreciar o S. João, a bordo do barco hotel do Ferreira, evitando apertos e marteladas nas cabeças com alho-porro e martelinho de plástico.
-À barca, à barca burgueses, que aqui ninguém se atira ao mar. Vai carregada de champanhe, porto, porco, “porcos”, sardinha, pimentos e outros bons manjares. Ao leme vai o Rio e o Cavaco a capitanear e o burguês Rangel a mamar. E que dizes tu, cangalheiro e gajeiro Macedo, aí do mirante da proa? Digo que este país não é para velhos. Adiante, que aqui brilham estrelas. E o que vê daí meu Presidente? Vejo o povo ignaro acantonado e sacrificado. Mas que fique por lá e nós por cá. E que faça o que dizemos e não faça o que fazemos.
Toca a bombar! Boa vai a folia.

No "Tubo"

A coisa promete...


quinta-feira, 28 de junho de 2012

Pode a democracia tornar-se santa?


por Augusto Alberto


Pode a ingenuidade ser santa? Pode, sim senhor. O padre Fernando Lugo, mais os apaniguados, cuidaram que sendo “democraticamente” eleito Presidente da República um padre, a democracia tornar-se-ia santa. Não foi preciso muito tempo para perceberem que, quando as hienas saem ao caminho, o mais certo é calarem a esperança e os sinos. Aliás, será bom que se diga que qualquer mudança em favor dos que nada ou pouco têm, exige um amplo movimento popular, sim senhor, mas também uma força politica, séria, estruturada e consequente.
Aproveitar uma escassa brecha e tomar o poder, pode, a custo, ser possível, mas mantê-lo é tarefa ciclópica. Quem perdeu poder e privilégios, mandará, lesto, as hienas ao trabalho de sabotar as boas intenções. E por isso, tal como nas Honduras, abaixo os “abusos” e ao poder o “preto” que o império pintou, porque o padre Lugo, mais os seus pares, são uns ingénuos, que quase sem força, cedem a pior sorte para os pobres, porque cuidaram que com hóstias e homilias sobre a paz e o amor, a coisa se resolveria.

E já agora, vejam como esta magnífica democracia é tentacular. Rodrigo Rato, economista de um tentáculo só, que deu lições de economia, ministro das finanças de Aznar, um (protofascista), que bem o qualificaste Fidel, acolitado por gestores do mesmo quilate, colocou o banco Bankia na falência. E agora digam-me uma coisa. Podem Rodrigo Rato e os pares serem vítimas de um processo de impedimento e posterior julgamento por danos materiais e morais? Não, não pode. Por razões de incompetência e comportamento desviante, à luz desta democracia vigente, só gente como o padre Lugo, que por uma vez se colocou ao lado dos que nada têm, pode ser impedido e arriado, nem que seja a cacete. Rodrigo Rato fará comer o pão que o diabo amassou a muitos espanhóis, enquanto dará nos salões magníficos e aquecidos da “democracia”, tal como Blair, Aznar ou Clinton, aulas e conferências sobre democracia, economia e geoestratégia e sobretudo, como emprenhar de euros os bancos à custa do roubo do pão dos pobres. Um bom filho da puta nunca poderá sentir os pés frios, a não ser que o enviem em definitivo para onde tem de ir. Pró caralho!
Ai Lugo, Lugo, que ingénuo me saíste.


Pepe, o distraído


Pepe, ao afirmar que a Espanha não teve ocasiões de golo demonstra uma clara distracção, o que pode induzir que esteve alheio do jogo. Ou então está a desconsiderar um seu colega de equipa, pois Rui Patrício fez uma grande defesa num remate de Iniesta, daqueles "com selo de golo".
Acho que fica mal, além de gostar de pontapear adversários...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

UFFFFF!!!!!!!!! Acabou o circo


Segundo noticia de última hora, as charretes ficaram ilesas. Assim podemo-nos despedir da selecção em 2014, quando ela rumar ao Brasil.

Passos e "As Três graças"

Assim à primeira dá para ver que não terei grande futuro como cineasta. Mas também não é qualquer um que pode ser Fellini para filmar mulheres bonitas.
Agora, o resultado parece satisfatório, a modos que uma simbiose entre beleza e patriotismo. Uma homenagem à canalhada que vai enterrando o país, com dedicação especial ao office boy menor dos grupos económicos.
Ouçam e digam lá se o mulherio não é danado da breca. Bem, se fossem um bocadinho mais, como dizer, mais..., pronto, isso, tinham era dedicado uma cançaozita aos rapazes da selecção, que ao fim da tarde se vão ver aflitos.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O que escorre...


Augusto Alberto


Anda na blogosfera frase como esta: “então que tal a mudança para quem disse o que disse do Sócrates?” Esta interrogação vinda do socialismo de rosto humano ou em liberdade, nem sequer se dá conta da anemia do desabafo, porque nivela a acção do Partido socialista por baixo. Ao socialismo de rosto humano ou em liberdade, pela amostra, fenece-lhe a coragem, que se esvai, abaixo, pelas canelas, até o fazer cambar. Cambando, é o outro campo da direita que vem em sua defesa. À moção de censura a apresentar pelo Partido Comunista Português, veio o Dr. Marques Mendes, pequeno e matreiro opinador avençado da realeza, observar que a moção de censura, patati, patatá, era um sinal de fraqueza do P.C.P. E o filo-fascista, Meneses pai, que disse do P.C.P, o que já se sabe desde a queda do muro de Berlim:  o P.C.P está arrumado no canto da arqueologia. Bem sei que sim.

Mas o bando filo-fascista, da social democracia, do socialismo de rosto humano ou em liberdade bem sabe da possibilidade do Partido Comunista Português, na sequência da sua pertinácia, apesar do mais caceteiro anti-comunismo e utilizando os parcos meios que esta merdocracia lhe deixa, poder eleitoralmente chegar aos 2 dígitos. 
Franjas de portugueses cada vez mais vastas, que durante anos deram o poder ao bando do Cavaco e aos bandos do socialismo em liberdade ou do rosto humano, começam a perceber que chega de bandos ou de dar o salto, que os atire por cima do P.C.P e os faça aterrar no Bloco, na esperança da magia, que dê vazão à raiva e frustração. É o milagre da perda do medo, e uma espécie de ressuscitação após imensos funerais. Ou o incómodo num voto só.
E já agora, antes de me ir, se eu fosse do socialismo em liberdade, e se me obrigassem a votar de braço no ar, como no caso da indicação do “banqueiro”, candidato a secretário-geral da UGT, perguntaria: Que caralho é isto? Isto é um conclave da UGT, ou um plenário do P.C.P?
Nivelem-se filhos enganados da social-democracia ou do socialismo em liberdade. Mas nivelem-se por cima. E aproveitem, não hesitem, para morder a língua até sangrar e vejam se o que escorre não é quente, viscoso e amarelo.

sábado, 23 de junho de 2012

Le même combat



O facto, supostamente ridículo diria eu, de um quadro da banca ir substituir um dirigente do Partido Socialista à frente da auto-denominada central sindical UGT poderia indicar que causaria calafrios e outras coisas mais. Mas felizmente não. Continuará tudo na graça do senhor. Ou seja, na graça do omnipotente capitalismo.
Se Proença “governou” a xafarica a contento do referido omnipotente, de igual modo o seu sucessor, já devidamente apadrinhado, ajuramentado, e, mais importante ainda, abençoado, o irá fazer.
Tudo na paz do senhor, não fosse o deles o mesmo combate.




Do 13º mês





Acabo de ver a folha do meu salário e reparo o que já sabíamos. Gamaram-me mesmo o 13º mês. Pronto, está bem que era um direito inalienável e impenhorável e essas coisas todas. Mas que fiquei solenemente chateado, lá isso fiquei. Tanto como qualquer outro cidadão que tenha sofrido o mesmo roubo.
Mas o que me intriga é não saber para onde o desalmado foi parar. Lá hipóteses vejo muitas, mas só posso mesmo especular acerca do seu destino. Exemplos: Partido Comunista Chinês, princesa Isabel, ou um qualquer tuga nababo, improdutivo e ocioso como a puta que o pariu.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

O futebol como instrumento ressabiado


Augusto Alberto


Um corpo de São Bartolomeu está em Roma e um outro em Beneveto. Em ambos os corpos falta a calote do crânio. Uma está na Catedral de Frankfurt e a outra no mosteiro de Lune. Vinha eu a pensar na “ubiquidade” dos santos quando, em pleno voo, o comandante do avião informa, primeiro em alemão e depois em inglês, já no fim da viagem, entre Munique e Lisboa, que a Alemanha ganhou à Dinamarca por 2-1 e Portugal, fez exactamente o mesmo resultado contra a Holanda, pelo que a Alemanha e Portugal jogarão os quartos de final. Dentro do avião, ressoa o portuguesismo. Eu que ia a meditar na “ubiquidade” dos corpos, vejo-me a concluir que um povo que só consegue alcançar a felicidade à custa unicamente de uma simples vitória num jogo de futebol, não merece a “ubiquidade” da felicidade e do respeito.

Depois, vejo em casa dois importantíssimos jogos e conclui o que o mesmíssimo braço do “ubíquito” Platini, tal como o corpo e o crânio de São Bartolomeu, é estendido em vários estádios. Porque umas selecções são mais do que outras, a “infâmia” passou pelos jogos que celebraram as vitórias da Espanha sobre a Croácia, que determinou a eliminação da Croácia e o apuramento da Espanha e no jogo que opôs a Inglaterra à Ucrânia e que ditou a eliminação da Ucrânia e a passagem à fase seguinte da selecção tricolor, a França.
Em palavra simples, o que quero dizer é que as selecções dos países do Leste são para desancar, porque apesar da democracia, essa coisa que estica como um elástico até onde quem manda quer, não consegue perdoar a países que escolheram num momento da vida, a ideia do socialismo.
Blokin, esse claríssimo jogador da futebol, e actual treinador da Ucrânia, apesar da sua selecção ter sido esbulhada com vista a levar a França à fase imediata, tal como outrora, quando a União Soviética foi duramente roubada, despediu-se do jogo, com lisura e sem ressentimento. Coisa que aprendeu, e ficou, ainda que doa, nos bancos da escola.
Este jogo e este campeonato da Europa são simultaneamente uma trapaça e um embuste. E esta democracia politica e desportiva é uma merda. Porque a “ubiquita” UEFA, que tem longos braços e enormíssimo crânio, consegue essa coisa espantosa: declarar vencedor quem no jogo foi derrotado.
Anos após, continuam por cá ressabiados e revanchistas que aproveitam tudo, para o ajuste de contas com a História. Tal como S. Bartolomeu, há gente que acabará sempre esfolada e segurando na mão a sua própria pele, com o seu instrumento de súplica, esta imunda democracia.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Os "xuxas" figueirinhas já têm "lider"

cartoon de F. Campos


Então é assim: entre portugais, carrondas e charanas, venceu o joãozinho. O Portugal, claro. Como também é claro, claríssimo,  tratar-se de um acto muito importante, importantíssimo, para a Figueira da Foz.
Pelo andar da carruagem, estamos no bom caminho. Mas, sejamos francos, ganhasse quem ganhasse, o próximo candidato do PSD à câmara municipal dormiria bem na mesma. Repetindo-me: c'est immuable.
Qualquer um, descartava-se...

O Euro, Fernando Santos e eu

O seleccionador da Grécia, Fernando Santos, disse que é muito difícil dar lições à Grécia. Não creio, já que ontem, Merkel, e o que ela representa, ganhou as eleições na pátria de Sócrates. Mas valeu o esforço dos gregos. 
Portugal pelo menos tem muito quem lhe dê lições. Citando só uns exemplos: a princesa Isabel, o Partido Comunista Chinês, António Borges, Lagarde, bem, e muitos outros, que isto de professores não nos faltam.
Agora, falando de um evento como  o campeonato europeu acho mesmo que ele só deveria ser aberto a países independentes.
Em abono da verdade devo dizer que, embora a minha costela francófila seja fundamentalista, estou a torcer violentamente por uma vitória grega frentes aos "boches". Para desgosto da maioria esmagadora dos "tugas", mas é a verdade.

sábado, 16 de junho de 2012

Grécia: viva o EURO, abaixo o euro

Se no futebol os gregos têm razão para festejar com o apuramento da sua selecção para os quartos do torneio europeu, no que respeita ao outro euro, de má memória, só amanhã se saberá se o resultado será tão airoso quanto o do futebol. 
Mas, a julgar pelo boletim de voto, abaixo reproduzido, a escolha também não é muito difícil. E de vitória mais fácil.  

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Gandas "tugas"


Sempre são campeões em alguma coisa. E não ficam por aqui, vão mesmo elevar a fasquia. Atendendo ao resultado das últimas sondagens. 
Ah, a charge é de "seu" Millor.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Cães, mendigos e crianças vagueiam ao luar, em Nova Yorque


Augusto Alberto

Agora não há dúvidas. Cães, mendigos e crianças vagueiam ao luar, pela cidade de Havana. E Lady Clinton, sem vacilar, acusa as autoridades de Havana de promoverem a mais odiosa ofensa ao povo, recusando-lhe as mínimas condições materiais. A dúvida que resta é saber se a senhora, nos bastidores, terá confidenciado se os direitos e liberdades democráticas em Cuba só lá vão, no mínimo, com a acção dos drones, para evitar danos clinterais. Levada pela euforia, parece que ainda disse: “muitos milhões de crianças, em todo o mundo, todas as noites se deitam com a barriga vazia, mas nenhuma é americana”.
Eu que sou macaco velho, não tomo o dito a sério. Sempre achei os americanos chalaceiros, palavrosos e mentirosos. E eis que tenho razão, quando leio o seguinte: A organização não governamental Coligação pelos Pobres divulgou hoje um relatório sobre os níveis de pobreza em Nova Iorque, onde culpa o mayor Michael Bloomberg por não ter um programa de ajuda eficaz às famílias que vivem “presas" aos abrigos de emergência.
Os autores do estudo, denunciam o aumento acentuado do número de sem abrigo em Nova Iorque desde que Bloomberg ganhou as eleições para a autarquia, em 2002, uma vez que agora são mais 39 % do que há 10 anos e 10 % mais do que em 2011. Alerta que no caso dos menores, o aumento foi de 12 % em relação a 2011 e que o seu número está no máximo desde que há registos.
Quem te manda a ti Obama, enviar drones para as tuas guerras, nenhuma é no teu país, que fique claro, para evitar efeitos clinterais, se os efeitos principais da política dos Estados Unidos de que és Presidente, estão bem à mostra nas ruas de Nova Yorque. É bom que saibas, Obama, que o teu país soma crime ao crime, quando muitas das tuas crianças são desprezadas e afastadas do sonho, enquanto somas nos outros, destruição e morte.
 E em Cuba, terra resistente e de paz, mas sempre acossada, os meninos crescem calmamente e por isso, repetir o que disse Fidel acerca das crianças cubanas, é só para quem tem as pessoas e as crianças no centro da acção política.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ainda o mercado provisório

Embora, assim de longe, o mercado provisório mais pareça um aquartelamento da NATO, aliás como já referi, a qualidade e a simpatia com que somos atendidos continuam a ser as mesmas. As pessoas são as mesmas, de resto.
Como também, de resto, os políticos que temos continuam a ser os mesmos. C'est immuable.
Bem, voltando ao provisório, fica no Parque das Gaivotas. Não se esqueçam de dar lá um saltinho.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Desporto mundial de luto: morreu Stevenson

Considerado o melhor atleta amador de sempre, Teófilo Stevenson morreu ontem, vitima de ataque cardíaco.
Depois de abandonar a carreira, em 1988, Stevenson foi treinador e era actualmente vice-presidente da Federação Cubana de Boxe.
Em 2008, em Memória Olímpica, recordamo-lo assim.

Fascistas e beatos


Augusto Alberto
    

 Uma nação que tem um presidente que não passa de um “cavaco”, e nem é capaz de se indignar, não merece perdão. Ouvir os discursos do Cavaco é uma estucha, bem mais penosa do que foi suportar as conversas semanais do Caetano. Além do mais, Camões se cá pudesse voltar, diria que afinal a pátria é cheia para os fidalgos e madrasta para os simples. Como sempre. Por isso, abaixo os salamaleques desta elite agiota e de merda.

Num zapping pela “democracia”, reparo que um fascista foi condecorado pelas mãos de um tipo que tem uma relação difícil com a História. O que o Cavaco fez foi uma tentativa de reabilitar os responsáveis pelas cadeias de Peniche, Caxias ou o tenebroso Tarrafal, (é de tal monta, que até o tolo do computador, que é bicho a quem também não deram memória, assinala erro quando escrevo Tarrafal). Desses tenebrosos lugares, muitos portugueses saíram à socapa e pela porta baixa, com destino aos cemitérios. Por isso, neste 10 de Junho, só um fascista poderá condecorar outro fascista.
Mas não se julgue que neste 10 de Junho, a má memória acaba aqui. Rui Rio, presidente da segunda câmara do país, corrobora uma tese que sua correligionária já corroborou. Congele-se a democracia. O que o Rio quer dizer é que se não autorize manifestações, como a que houve na sua cidade, porque a elite não gosta de ser incomodada, sobretudo numa tarde solarenga de sábado, muito propícia aos jogos favoritos da elite. Por exemplo, acelerar num carro antigo.

E por último, Eurico de Figueiredo, um velho militante do Partido Socialista, e pelos vistos, também pacóvio, sugere, mais uma vez, que simpatizantes do PS (e dos outros partidos se assim o quiserem) possam participar em escolhas importantes (deputados, presidentes das câmaras) e tenham a oportunidade de, através de movimentos cívicos e dos referendos, intervirem na vida política nacional. Mas afinal, ao cabo de tanto ano e tanta democracia, a participação dos militantes do Partido Socialista na vida do Partido e do país ainda não está absolutamente adquirida?
Afinal, Cavaco, Rio e os outros, andam há muito em negação democrática. Benza-nos o diabo, porque afinal, muita desta gente é muito beata, mas pouco democrática.

cartoon retirado daqui

Euro 2012: alguns pormenores




Apesar do papel alienante do “pontapé no coiro”, é sempre possível destacar alguns pormenores deste “grande evento”, cuja primeira jornada terminou ontem.
O primeiro – as selecções dos países que possuem as melhores, ou mais competitivas, conforme quiserem, ligas, defrontaram-se entre si. Dois dos encontros deram empate – Espanha/Itália e França/Inglaterra. O outro não deu empate mas poderia ter dado, Portugal não foi, de todo, inferior à Alemanha.
O segundo pormenor foi o futebol apresentado pelos italianos. Confesso que há muitos anos que os não via jogar futebol conforme as regras. Deu gozo, sim senhor.
Outro pormenor, mais facilmente detectável, é o facto do "melhor jogador do mundo" não conseguir marcar, na selecção, um décimo dos golos que marca na equipa do clube que representa. Não exigiria mais.
Quanto a favoritos não me atrevo a adiantar. Mas há outro pormenor. Desta vez não tenho só uma equipa preferida. Além da minha condição de francófilo, garanto que festejaria uma vitória grega. E efusivamente. E de preferência derrotando uma das equipas do eixo na final, sei lá, Portugal ou a Alemanha, por exemplo.
Isso sim, era ouro sobre azul, ou a cereja no topo do bolo, ou uma coisa dessas.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Bufões


Augusto Alberto

Massamá é lugar onde vive o nosso primeiro e, diz-se, de má fama. Haverá sobretudo, gente boa, evidentemente. De qualquer modo, conta-se que há um passatempo que consiste em subtrair a carteira a menina que vem, no adiantado da noite, de festa na garagem, depois de a encostar ao pilar, sem antes lhe passar uma mão pelas coxas e a outra, fazer sumir a carteira.

Faz-me lembrar um colega que, quando se lambuzava com menina de família do regime fascista, dizia com sublinhado prazer, que cavalgava sobre o fascismo. Este parece ser trocadilho que se mantém. Também no regime cada vez mais parecido com o de antes, um senhor “ruivo” e tez muito clara, de rara ciência e sobretudo rica prosápia, economista de um rumo só (de ciência fascista), António Borges, também apalpa e adianta que é uma exigência a baixa dos salários em Portugal. Um amigo, após anos a calcorrear para a fábrica e com paupérrima reforma, quase não me deixou falar. A sua vontade é também a de encostar o “ruivo” a uma parede, passar-lhe a mão pelos machinhos e força-los até à dor.
Esta empedernida e fascista elite, precisa, como no antanho, no olho por olho espúrio, de eliminar os sindicatos para promover o colapso nas relações laborais. Por isso, no conclave das hienas, onde se assenta também João Proença, concluem que, “para manter o povo sobre controlo, constroem inimigos, (comunistas, digo eu), pintando-os de modo a inspirarem medo e repugnância”, (Humberto Eco).
Foi assim que carpiram anos a fio a “tragédia” do “Gonçalvismo”, como respaldo do que de pior por cá se fez. Por ora, pelos vistos, as maldades do Gonçalvismo já não colhem como explicação. Sendo assim, digam, seus bufões, como explicam o estado miserável a que isto chegou? Já agora, indiquem os responsáveis, sem omitir que o “ruivo”, o que leva o “facho” que alumia as ideias fascistas, andou pela famosa Goldman Sachs, tenebrosa organização, que por vossa traição, miseráveis excelências, empata a nossa soberania.

sábado, 9 de junho de 2012

Por valores patrióticos

foto: Alex Campos

Uma grande manifestação contra a política de exploração e empobrecimento em curso.
Esta tarde, na cidade invicta. 

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Jimi Hendrix


Amanhã, e no sítio do costume: o bar do Tubo d'Ensaio. Com projecção de video, música e, como é prometido, muito mais. Mas este muito mais fica por aqui, pois ficávamos a saber demais. Só mesmo lá indo.
Considerado por alguns críticos e músicos como o melhor guitarrista da história do rock, o que não há dúvida é que Hendrix foi um dos mais  virtuosos guitarristas de sempre.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Morreu filha única de Niemeyer


cartoon daqui

Um abração pra ele.

O que é que o Bilhim tem que você não tem? Pilim, pilim, pilim


Augusto Alberto

O que é que o João Bilhim tem, que você, mais o mendigo, não tem? Pilim, Pilim, Pilim!
O João Bilhim é assim! Cheio de pilim. É frequentador assíduo do teatro Nacional D. Maria II. E o teatro Nacional D. Maria II o que tem, o que tem? Arcadas, arcadas! E nas arcadas o que tem, o que tem? Mendigos que se abrigam do frio, da morrinha e da chuva. E os mendigos o que têm, o que têm? Cartão, cartão, cartão.
E quem é o João Bilhim? Um boy, um boy! E que deram ao boy, ao boy? Um job, um job. E quem arranjou ao João Bilhim um job assim tão bom? O Coelho, o Coelho, o Gaspar, o Gaspar. E que Job arranjaram ao Bilhim? Presidente da comissão de recrutamento e selecção para a administração pública. E porque é tão bom o job do Bilhim? Porque para além de um lauto salário, equiparado a gestores de empresas classificadas como do grupo a, com salário equiparado a 1º Ministro, ainda tem, tem, comunicações e viatura atribuída a gestor público, abono mensal pago 12 vezes ao ano, para despesas de representação no valor, no valor, de 40% do respectivo vencimento.
Resumindo: então o que tem de tão bom o Bilhim? Um cartão, um cartão! Igual ao cartão que protege os mendigos, nas arcadas do Teatro Nacional D. Maria II? Não, não! Um cartão que não tapa, mas destapa as lojas da Avenida, onde compra o fato Hugo Boss ou Armani, com que o Bilhim se roça nas noites do Teatro Nacional, depois de previamente ser limpo dos mendigos, que se protegem com o cartão, esse não, esse não, não o do Bilhim.
Viva a Choldra, mas o Bilhim, mais os amigos que tem. O Coelho e o Gaspar. Arreda, arreda, pé descalço, porque o Bilhim vem ai, não vá ele e sua formosíssima senhora cagar os sapatos. Arreda, arreda mendigo. Olha que esses pés não são do voluntário do exército contra a fome, mas são os sapatos do Bilhim. Arreda, arreda…

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Fazer o que é preciso



A Oeste nada de novo


O barómetro da RTP diz que a esquerda consegue a maioria. 51% se as eleições fossem agora. Na notícia a RTP ressalva um importante dado: quem conseguiria essa maioria é a esquerda parlamentar. Deve haver qualquer coisa no barómetro que me escapa, nem sei se será a pressão exercida, ou isso. A atenuante é eu não perceber nadinha de política, mas com a ajuda de uma calculadora consigo fazer algumas continhas acertadas. Logo, julgo que a troika pode estar descansada. É que, em relação às legislativas do ano passado, os partidos seus representantes só perdem 3 pontos percentuais. Tiveram, então 78,42% dos votos entrados nas urnas e agora descem para uns, ainda robustos, 75%. Têm uma grande margem de manobra. Nada de preocupante, de resto.
Entretanto o país segue, imarcescível, o seu rumo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Os "f'ês" e os "pês"


Augusto Alberto

Fado, Fátima e Futebol. Mas nos tempos do país policiado, de Salazar e Caetano, havia outro modo, mais vil, de enxovalhar o regime e a Pátria. Com todo o respeito pelos actuais, excepto os pides, dizia-se: o país dos padres, pides, policias, putas e paneleiros.

Entretanto veio a democracia e o país ficou conhecido pelos cravos. E depois de consolidada a democracia, chegaram os cravas. E entretanto a democracia entrou na idade adulta e o que sucedeu e sucede? Os cravas, (ou a choldra), puseram de novo o país de volta ao p. Parcerias, públicas, privadas. O desmando e o descalabro. Constituem, aqui e agora, o fecho do círculo, de onde muitos nunca saíram e outros entraram. Escritórios de advogados bem pagos, (alguns, inclusive dos nossos mais brilhantes comentadores), que gizaram e blindaram as ppp, que nos estão a comer os olhos da cara. Banqueiros, que já nos lambem o tutano. Todos quantos fizeram um desvio dos negócios para chegarem à política e voltarem aos negócios, que instituíram o caldo de cultura que nos prende à ruína.

O actual Presidente da República, que sem querer afrontar os interesses é um deles, assinou com caneta de bico de ouro, as leis que legitimaram as ppp’s. Os partidos do poder. Logo o Partido Socialista, que nesta matéria será o principal réu, mas também os restantes partidos do poder, PPD e CDS, que nunca deram um voto contra as demais opções económicas, e que agora se acham legitimados, com vista a tirar nabos da púcara. Uma desgraça que está a empobrecer a actual geração e fará, das próximas, novos pobres.

Dir-me-ão que o país mudou. Bem sei. Fizeram-se auto-estradas para assegurar o trânsito de pessoas e bens. Delas beneficia a classe, (Ferrari e Bentley) e beneficiou a famosa classe média. Só que agora, essa famosa classe média de tão empobrecida, fez o desvio inevitável. Voltou às velhas estradas nacionais. E agora? Agora voltamos a ser o que sempre fomos. O País do p. Parcerias, publico, privadas, em beneficio de prolixas putas, com assento no exclusivo, luxuoso e perigoso clube, (pid)elberg.



Caso Relvas resolvido?


E resolveu-se da "melhor" forma, e a mais esperada, de resto. O que pode significar que de estado de direito devemos ter muito pouco. Ficando tudo como está, como se não tivesse acontecido nada, estamos perante uma vitória da velha prepotência sempre exibida pelos indigentes que nos governam.
Em última análise, a 4ª República já deu o que tinha a dar. Mas como estamos em Portugal...

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Bamos ganhar, carago!!!!!!


Pelo menos a julgar pela comodidade proporcionada aos seus "players" pode-se dizer que Portugal é um dos principais favoritos à vitória final. Vai gastar, por dia, na unidade hoteleira onde ficará alojada 33.174 euros. A Espanha, campeã europeia e mundial em título, gastará a módica quantia de 4.700 euros.
As outras selecções do grupo onde Portugal está inserido (Alemanha, Dinamarca e Holanda) juntas vão gastar mais 13.000 euros por dia.
Pelos vistos a crise ainda não é geral. Ou então vale tudo para entreter o pagode. Só visto hoje nas televisões, a reportagem em directo da despedida do seleccionado só acabou mesmo com a filmagem da aeronave no ar.



Nicolaus


Augusto Alberto

Papaniculau foi um exímio varista, (disciplina olímpica do atletismo), que o desporto grego fabricou na década de 70 do século passado. Contudo, era pouco consistente e por isso, pouco dado a grandes resultados em campeonatos da Europa, campeonato do Mundo ou Jogos Olímpicos. Aliás, em linha com um tremendo maratonista australiano, Rob de Castella, treinado por uma lenda do treino de fundo, Percy Cerutty, senhor de grandes maratonas clássicas, mas, também, traído por completo nas competições que colocam um sujeito na História.
Lembrei-me destes dois atletas do século passado, a propósito de notícias que circulam, muito pouco por cá, (parece que os “supercagões” continuam a usar o lápis azul) que nos falam em cerca de 3.000 os suicídios que ocorreram na Grécia desde o início da crise. Impressiona a noticia que dá conta do último, no dia 23 de Maio. Suponho que desde então mais ninguém tenha saltado de um 5º andar para o passeio, como fez a família Nicolau, nome fictício. O filho de 60 anos, de mãos dadas com as de sua mãe, mulher de 90 anos, tomada pela doença de Alzheimer. E o que é que esta desgraçada noticia tem a ver com o varista Papanicolau? Papanicolau e Rob de Castella, nos momentos em que a história os chamou, traíram-se. E os Nicolaus, mãe e filho, foram traídos por aqueles que tem andado a trocar o papel central do homem, pela liturgia do dinheiro. Contudo, Madame Lagarde, tornou-se simultaneamente uma excepcional maratonista e varista, coisa surpreendente, porque as duas disciplinas, jogam-se nos antípodas. Aristocrata da burguesia financeira dominante, teve fôlego de maratonista, para suportar o tempo, que lhe permitiu deixar de ser uma obscura funcionária da administração francesa e formar o salto, utilizando uma aristocrata vara, para aterrar em Nova Yorque. E é de lá, do alto do seu surpreendente escritório, que a aristocrata, mais o séquito, (incluído o Borges), trata de empobrecer a vida aos Nicolaus.
A minha dúvida é se o suicídio dos Nicolaus vai ter consequências, porque milhões, de um modo ou outro, gostam de ser atraídos pelos cantos maviosos das grandes hienas.

domingo, 3 de junho de 2012

“Nuit e brouillard”



A mítica canção de Jean Ferrat “Nuit et brouillard”, que já aqui passou, “sofreu” uma banda desenhada, de uma menina portuguesa, então com 13 anos, que a enviou ao cantor. O autor de “La Montagne”, gostou e respondeu.
Samuel, aqui, conta a história e apresenta o “móbil do crime”.

Que mais falta acontecer?



O número dois do governo diz que o desemprego é uma oportunidade. O número um do governo não tem a hombridade de se demitir. Há um filho da puta qualquer que ganha 225 mil euros, livrezinhos de impostos, e vem com o desplante de dizer que os salários têm de baixar. E diz porque lhe dão crédito para tal. Que tristeza. A selecção portuguesa de futebol não marca golos e os senhores da foto estão de férias….
Irra!!!!