quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Melhorias na colectividade


Ainda assim, apesar da dita crise né?, vai-se assistindo a algumas melhorias nalgumas colectividades. E ainda bem que assim é. Nem todas são como o meu desalmado Sporting, só para dar um exemplo.
Vejam esta. É um regalo, não é?

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Quem diria?

FMI suspeita que ricos estão a fugir ao Fisco.
Seria a anedota do ano, se não fosse tão trágico e se não fosse uma sua exigência.

Boiardos!


Augusto Alberto


“ … Os impostos haviam levado à ruína o comércio. Alguns negociantes ocultavam as suas mercadorias à espera de melhor ocasião. Tudo encarecera. Ninguém possuía dinheiro. O trigo apresentava mistura de coisas imundas, a carne continha bichos. Até o peixe parecia mais pequeno e mais magro…Nos mercados só se vendiam inutilidades…Na vasta cidade apenas murmuradores e ociosos”.
Parece-lhe que assenta de corpo inteiro na sociedade onde vive. Pois parece. Mas para seu espanto, o que aqui se escreve, é sobre uma sociedade feudal do final do século XVII. Aconselho-o a ler, de Alex Tolstoi, Pedro o Grande. É um fresco admirável sobre como os povos penam e as elites se comportam com total desvario. A coisa é séria.

Três séculos passados, na nossa Terceira República, os boiardos de cá, corpos corruptos e sem freio, após construírem o seu mundo administrativo e jurídico, também se acham no direito de tratar as pessoas como animais. Não duvide. Percorra a grande cidade ao cair da noite, ou levante-se cedo e percorra-a pela manhã. Verá como se espalham pela grande cidade gente rota e façanhuda.
Na grande cidade paga-se a entrada no Teatro Nacional, não com dinheiro, mas com uma lata de atum mais uma lata de salsichas, ou pacote de açúcar, para assistir à peça que fala exactamente dos mendigos que dormem nas arcadas do Teatro Nacional. E depois, vá mais dentro, ao país remoto, e verá como nos cafés e nas tabernas, vegetam os ociosos. Sem trabalho. À rasca, porque ora se é muito novo para ir para a reforma, ora se é muito velho para trabalhar. O que fazer? Borregar pela cantos ou encostar a barriga ao balcão, beberricando uma cerveja ou o café do dia, gastando serodiamente o rendimento mínimo ou o subsídio de desemprego, se houver. Acender um cigarro, para acalmar, e não perceber sequer o que está a suceder. Talvez alguma conversa, que fale sobre um tempo em que se abalava pelas 3, 4 horas da manhã para Espanha, para trabalhar nas obras e se regressava a casa, após o trabalho, na sexta-feira seguinte. Mas acabou!
Em Espanha as obras estão paradas e em Portugal, também. O país dos pedreiros, da delirante construção urbana, está bloqueado. O que fazer? Não sabem. Esperar ociosamente, que a crise termine. Mas como? O capital não emprega pessoas a granel. Não entendem que a crise não é coisa vaga. É a crise do sistema capitalista. Ainda que as estórias benfazejas sejam sopradas por arautos bem remunerados, sobre recuperação e idas aos mercados. Milongas!
Partem aos milhares. Não com a mala de cartão, mas com o diploma de um curso superior, enquanto pelo amado país ficam de rostilhão pelo chão, pedreiros, gente da malha, electricistas, soldadores, vendedores de apólices e de sonhos, e muito tipo com a mania do snobismo, que até há pouco se sentia como peixe na água. Há casas por todo o lado que vendem o jogo da raspadinha e é uma vergonha que se vá buscar o “velho” ao lar, para que a parca reforma possa mitigar a fome ao filho e aos netos. Está actual o que um dia disse Churchill:  “Em Portugal, metade da população vende jogo e a outra metade habilita-se ao prémio”.
Boiardos de Portugal, sois uma vergonha. Cheirais mal.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Na merda!


Augusto Alberto

 Na noite de 18 para 19 de Janeiro e durante a manhã e tarde de 19, o país esteve debaixo de uma tempestade inclemente, como notamos. E um amigo meu, desabafou:  “Porra! Até que enfim que nesta terra se passa alguma coisa de diferente. Porque uma terra onde não se passa nada, é uma seca de terra”. E um outro, que tem por vizinho, em Portugal, um alemão, que de momento está na Alemanha, recebeu um telefonema desse vizinho, que lhe confessou que quase não pode sair à rua, porque em frente da porta, tem neve com 3 metros de altura. E concluiu o alemão, pejorativo e com sarcasmo: “Agora é que eu bem entendo porque em Portugal não gostais de trabalhar”. “Cuidado com as apreciações, seu teutónico malandreco”, retorquiu, com bonomia, o meu amigo.

E por estes dias de invernia pura e dura em toda a Europa, o jornal “El Mercúrio” mostrou uma foto (aí ao lado) da pobreza que grassa pela Europa, tirada na véspera de Natal, na católica Polónia, de um sem abrigo, que na companhia de dezenas de outros, habita nas condutas de aquecimento e esgotos da cidade polaca de Szczecin. Na foto, vê-se uma mão e um braço direito estendido, a receber o “cachorro” quente da mão de um polícia, enquanto o corpo está totalmente encerrado na conduta.
Perante inusitada fotografia, é curial fazer um conjunto de observações.
Será que é um operário socialmente arrolado na merda, que está num gueto da cidade de Szczecin, escondido, convencido de que os alemães estão para chegar? Não, como é óbvio. Os alemães agora estão acantonados e são nossos amigos. 
Ou será que está escondido de Lech Walesa, prémio Nobel da paz, ex-Presidente da República e antigo grande presidente do sindicato Solidarnosk dos estaleiros navais de Gdansky, por falta de pagamento de cotas? Estaleiros arruinados após a chegada do alarve capitalismo, que deixou na cidade milhares de operários entregues à sua sorte, (salvou-se uma pequena área que hoje constrói iates de luxo, para serviço da grande burguesia polaca e europeia), enquanto o “feliz” sindicato foi desactivado, após o fenomenal cumprimento do seu papel histórico. Antes pelo contrário. Foi Lech Walesa que lhe indicou a conduta para habitação. 
Ou será que se esconde do Papa e santo, João Paulo II, Cardeal Wojtyla, por não ter dito as orações? De forma nenhuma! Foi também Carol Wojtyla, que lhe indicou literalmente a conduta como lugar de acolhimento.
Resumindo e concluindo: A Polónia patética, católica, apostólica e capitalista, de Walesa e Wojtyla, manda polacos e polacas para a merda, lugar a que nunca foram no tempo do Socialismo. 

Ainda o relatório do FMI



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Carnavais há muitos...

cartoon de F. Campos

Não gosto muito de polémicas estéreis, portanto não me meto, isto é, não boto opinião sobre se Urbano, o popular "Cubillas", deveria ser ou não o rei do Carnaval de Buarcos. Que é uma figura a condizer com o evento, não terei muitas dúvidas. Mas para os que defendem que o Carnaval é uma coisa séria, a pessoa indicada para o cargo seria o Aníbal, aquele, não sei se estão a ver, do bolo-rei e das vaquinhas. O mesmo que se "abotoou" à grande no BPN. Esse sim, é  o português mais sério que há. Aliás, é sabido que para se ser mais sério do que ele é preciso nascer duas vezes. Pelo menos, acrescentaria eu.
Já agora, e passando a coisas menos sérias, notícia de última hora, nas televisões esta manhã, dizem que a dívida pública aumentou para 120% do PIB. 
Não há ninguém, daqueles tansos que votam PSD, PS ou CDS, que me explique para onde vai o produto da roubalheira de que os trabalhadores são vítimas? 
Agradecia imenso uma explicaçãozinha, derivado do facto de ser estúpido que nem um pneu.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Em 2012, Porto da Figueira ultrapassa expectativas

foto: Carlos Monteiro

Em 2012 o porto da Figueira da Foz ultrapassou as expectativas que aqui demos nota, ao atingir um milhão  setecentas e noventa e seis mil e seiscentas e duas toneladas. Este novo record ultrapassou em perto de 95 mil toneladas o ano anterior. O número de navios entrados foi mais baixo, 471, menos 6 do que em 2011.
As exportações chegaram ao milhão e sessenta e sete mil toneladas, enquanto as importações registaram perto de 730 mil, o que, diga-se, é uma óptima notícia para a economia portuguesa.
Segundo um funcionário daquele porto, são reais as perspectivas para esta marca ser novamente ultrapassada em 2013.

Brasileiros começam a abandonar Portugal seguidos por lusitanos

domingo, 20 de janeiro de 2013

Da bicicleta ao chão


Augusto Alberto
   

Será assim tão fácil que um lavrador, um sapateiro, ou não importa quem trabalhe noutro ofício possa ser ao mesmo tempo um bom jogador de damas ou dardos se não se dedicar a isso e a nada mais, desde a sua infância, mas apenas jogar ocasionalmente? Platão, percebeu, há mais de dois mil anos, que para se ser um excepcional desportista, tem de se ser um profissional. Esta observação, destrói delírios e equívocos, muito comuns, a quem acredita, nesta área, na sorte e em anjos.
Delírio e equívoco é julgar que se pode vencer a Volta à França, Espanha ou Itália, ou duas, no mesmo ano desportivo, fazendo unicamente apelo ao profissionalismo probo e estóico. Comendo pela manhã suculentas taças de esparguete, durante a etapa barrinhas energéticas e, antes do deitar, outras tantas taças de esparguete.
Armstrong, depois de muito instado, foi claro. Tripudiou sobre a verdade desportiva, porque as cargas emocionais e a necessidade de recuperar, tão rápido, entre somadas agressões fisiológicas, como as sucessivas etapas de montanha, no sentido de manter pleno o espectáculo, é tão necessário, sem a qual as mensagens que sublinham esta economia desportiva  não passarão.
Ninguém fica agarrado à transmissão de uma etapa numa grande volta se os artistas, acabarem exauridos e com a bicicleta pela mão. O jogo precisa de explorar paixão, agilidade, loucura, drama, táctica e estratégia de equipa e resposta, dos pontos de vista físico e emocional. De outro modo, quem aposta? Viciado o jogo, é verdade, e por isso, Armstrong foi arrojado sujeito principal e ao cabo de 7 memoráveis anos, acabou vítima e vilão. Mas o espectáculo, furioso de beleza física e emocional, tem de continuar, nem que para isso tenha de se auto-regenerar e, de quando em vez, um dos melhores tenha de cair para dar a imagem de que o negócio é de confiança.
Este jogo, sem jokers, será um fracasso. No ciclismo de ponta não existe o clube como ideologicamente e emocionalmente o conhecemos. Há marcas. Como o caso da equipa Rabobank, associada ao banco do mesmo nome. Ameaças de retirar o ciclismo do movimento olímpico, como já ouvi, são pura rábula. Os interesses estruturais e económicos, são mais poderosos.    
Mas façamos, também, o exercício da transumância dialéctica, passando do doping fisiológico ou mecânico, para o político. Desiluda-se quem acha que a canalha colaboracionista se manteria à tona sem a grotesca pata, diga-se "doping", colonial do FMI e comunidade europeia. 
Nem o Partido Socialista. Diga ele que vem dar uma mão ao terror capitalista sem emborcar o “doping” axaropado do socialismo de rosto humano ou em liberdade, e logo verá como cai da bicicleta ao chão. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Nos cem anos de Cunhal (II)



No âmbito das comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, uma iniciativa do PCP,  foi criado um blogue para divulgar as iniciativas e as realizações do programa central. O blogue, com a duração de um ano, tem a colaboração não só de militantes comunistas mas também de outros democratas.
Aqui fica o endereço http://acunhal.blogspot.pt/.

E contra a ocupação do país


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Tesla, ou o segredo de estado mais bem guardado de sempre

Pelo menos será o mais antigo da História. Já dura há 70 (setenta) anos.
Confira aqui.

Esganai-vos! Esganai-vos!


Augusto Alberto
   

Um povo sereno e às ordens, moldado por estupores e espertalhões, que lhe desenvolveram características de resignação, inevitabilidade, inveja e truques muito imperecíveis para sobreviver, como acreditar em milagres, nas possibilidades do funambulismo alternativo, ou, tão só, dividir a sardinha por dois. Mazelas, que são o reportório da elite, que quase nada mudou ao longo de séculos. Para exercício de denúncia, cito Alexandre Herculano, e a sua história sobre a inquisição.

Desde logo, é preciso caracterizar a cabeça da elite, à época, D. João III…um príncipe ignorante e fanático, dominado por padres e hipócritas, e que tomara por principal mister de rei perseguir a porção mais rica e industriosa dos próprios súbditos …arruinando o país, abrindo o campo a todo o género de imoralidades. E um Povo encarreirado nas preces. Primavera de 1506… era a peste…Faziam-se preces públicas…houve quem cresse ver aí …uma luz estranha. Espalhou-se logo a voz do milagre…durante quatro dias a crença no prodígio foi ganhando vigor…recresciam suspeitas…achava-se…um cristão-novo ao qual escapou da boca manifestações imprudentes de incredulidade acerca do milagre…dois outros frades, um com uma cruz, outro com um crucifixo arvorado…bradando, heresia, heresia!... Queimai-os!... Nessa praça foram queimados nessa tarde trezentas pessoas… E desviado do seu papel principal, para que esteja sempre às ordens e tolhido pelo medo de mudança, submete-se. Qualquer viagem de el-rei era um verdadeiro flagelo para os povos por meio dos quais transitava. A imensa comitiva de parasitas de todas as ordens e classes devorava substância dos proprietários e lavradores. Mantimentos, cavalgaduras, carros, tudo era tomado, e os detentores ou não pagavam ou pagavam com escritos de divida, divertindo-se os cortesões, muitas vezes, em destruírem os frutos as fazendas … contente de aumentar as dificuldades económicas com a manutenção de frades e obras dispendiosas …desbaratava a fazenda do Estado com mercês de dinheiro, verdadeiramente pródigas, feitas a cortesãos afeiçoados…
História sobre uma Nação amorroada, ideologicamente apertada ferreamente pela elite, que por sua vez, refinada na mentira, está bem e não precisa de um país diferente. E para que se não duvide, em referência ao FMI, que é simultaneamente capataz e o mosquito que pica e suga um patamar acima dos outros, Portas, que se péla por vestir a pele de “demiurgo”, sobre a “refundação” fez a rábula do sonso. Soubemo-lo no que à matéria social diz respeito, pensões ou abono de família, os “cristãos”, alinhados pela história, deixaram o seu risco e aquiescência. Com as devidas ressalvas, a elite católica que sobrou do “cerejeirismo”, liderada pelo látego do Caldas, a coberto do tacticismo político e do crucifixo, quase repete os gritos de 1506, dos frades de S. Domingos. Esganai-os! Esganai-os!
O que fazer? Esganar a base eleitoral da corja.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Capitão Ahab


Augusto Alberto


Deu à praia uma baleia anã. Apareceram mirones, mais o técnico que explicou as razões prováveis para o desafortunado desenlace. Por ventura emalhada numa rede de um barco de pesca, não resistiu e acabou cadáver na praia da Figueira da Foz.
Olhando sobre o cadáver da desventurada e sem medo de juntar semântica à dialéctica, tenho a aspereza, e a estultícia, de comparar a baleia anã ao país, que tem uma cidade, com uma grande praia, a praia do relógio, que eu chamo local dos infortúnios porque mesmo ao lado, está amortalhado, há mais de 40 anos o cargueiro Hera, que por razões de bojo, e de atitude, escrevia, é de sobejo também um pais anão.
Por presunção, sublinho que a anã morreu emalhada e, por certeza absoluta, Portugal foi emalhado pela burguesia dominante, que o levou para a União Europeia, para se colocar a salvo de escolhos, ainda que as razões a que apelou para justificar essa opção, tenham sido a de o colocar no pelotão da frente da nações europeias. Lembram-se? Milongas, em que acreditaram milhões de aselhas, descobertas, todavia, com o passar do anos. Contudo, apesar das mentiras e da vida duríssima, a burguesia dominante continua sem freio, contorna obstáculos e lança as artes, enquanto o povo está enredado nas malhas lançadas pela canalha da Europa e do Internacional Monetary Fund.
O Banif, diz-se, vai receber do erário público 1 Milhão e cem mil euros para se recapitular. Novo cambalacho! E as sete maiores fortunas de Portugal, no ano em que milhares de portugueses jorraram pelas pedras das calçadas, embrulhados em farrapos e cartão, aumentaram a riqueza em 13%. E Vítor Constâncio, toupeira, socialista puxa saco e tecnicamente vesgo, por opção de classe, actualmente a ocupar o lugar à direita da santa finança europeia, não entregou no Tribunal Constitucional, a prova dos seus rendimentos. Contudo, o cidadão não deve esquecer que enquanto Constâncio se fez de sonso e a baleia anã, se deu à morte num lugar fraterno, os portugueses foram encurralados pela grande burguesia dominante e, lê-se, voltam sem brio e vínculo a França, às mesmíssimas parcelas, onde sovaram os nossos infaustos avôs, para trabalhar mais horas e por menos dinheiro.    
Se ainda usa cueiros e não imagina o que foram os “bidonvilles”, pergunte a quem saiba e se não houver quem lhe explique, pesquise. Verá, como neste mar eriçado e de redes traiçoeiras, está a ser entregue às mãos de um manhoso sucedâneo do capitão Ahab, aleivosado de arpões, que depois de o ter na corda, vai puxando, devagar, devagarinho, até ao aperto final. 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ramos Horta, o diplomata


Acabo de ler uma entrevista, na "Visão", com Ramos Horta. O político timorense diz que a Europa pode ter vários candidatos brilhantes ao cargo de secretário-geral da ONU. Um deles, na sua opinião, é Durão Barroso. 
Como desconheço o sentido de humor de Horta, não faço ideia se ele quis só ser simpático com Portugal ou se disse mais uma das muitas asneiras que, reconhece ele na mesma entrevista, já disse ao longo da vida.
Porque, em nome dos milhares de homens, mulheres e crianças, inocentes, assassinadas durante a destruição do Iraque, Barroso nunca deveria ser candidato a esse cargo. Pelo menos enquanto não nos disser onde param as "adm's" que disse o Iraque possuir.
Na minha opinião, confesso que talvez elaborada a partir do meu mau feito, o ex-maoísta deveria era ser julgado no TPI. Ele e os amigos, claro.
De qualquer maneira, e pelo andar da carruagem, diga-se de passagem que não seria coisa de admirar. É que já houve um secretário-geral com passado nazi, se bem se recordam. Portanto...


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A demonização de Chávez

"Hugo Chávez é um demónio. Por quê? Porque alfabetizou 2 milhões de venezuelanos que não sabiam escrever, mesmo vivendo num país detentor da riqueza mais  importante do mundo, o petróleo.

Eu morei nesse país alguns anos e conheci muito bem o que ele era. Chamavam-no de "Venezuela saudita" por causa do petróleo. Havia 2 milhões de crianças que não podiam ir á escola porque não tinham documentos... Então, chegou um governo diabólico, demoníaco, que faz coisas elementares, como dizer: "As crianças devem ser aceites nas escolas com ou sem documentos".
Aí caiu o mundo: isso é prova de que Chávez é um malvado malvadíssimo. Já que ele detém essa riqueza, e com a subida do preço do petróleo graças à guera do Iraque, ele quer usá-la para a solidariedade. quer ajudar os países sul-americanos, e especialmente Cuba.

Cuba envia médicos, ele paga com petróleo. Mas esses médicos também foram fonte de escândalo. Dizem que os médicos venezuelanos estavam furiosos com a presença desses intrusos trabalhando nos bairros mais pobres. Na época que eu morava lá como correspondente da Prensa Latina, nunca vi um médico.
Agora sim, há médicos. a presença dos médicos cubanos é outra evidência de que Chávez está na terra só de visita, porque ele pertence ao inferno. Então quando for ler uma notícia você deve traduzir tudo.
O demonisno tem essa origem, para justificar a diabólica máquina da morte."

Eduardo Galeano (jornalista e escritor uruguaio)

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Estória de belzebus e homens


Augusto Alberto
    

Conta, conta uma estória belzebu. Conto, sim senhor. É preciso esclarecer, que desde tempos muito antigos, há no reino, uns belzebus, mais do que os restantes homens. Como assim? Houve a bizarra estória, que valida a casta. Alguns belzebus, deslocaram-se ao Brasil, para participar num fantástico casamento e festa de fim de ano. O grande belzebu, comendador Eduardo Rangel, convidou os belzebus que em altos cargos, decidem como fazer, e pagou. Eu chamo-lhes, a choldra. E isso é mau? O quê? A choldra? Se é! O grande belzebu, resfolga e escoicinha, até conseguir chegar à teta do estado, que se lhe cola ao focinho, como grude. Entendo! Então, para que a estória se complete, diz-me os nomes da choldra? De um fôlego. Os presenteados, foram o secretário de Estado adjunto da Economia, Almeida Henriques, Fernando Gomes (presidente da F.P.F.), António Salvador (presidente do Sp. Braga), Fernando Seara, (Presidente da Câmara Municipal de Sintra) e sua esposa, Judite Sousa, Luís Filipe Menezes, (presidente da Câmara Municipal de Gaia), Luís Montenegro, (líder parlamentar do PSD), João Soares e Marcos Perestrelo, (a nata do P. S.), Luís Campos Ferreira, (deputado social democrata) e Marques Mendes, (um dos belzebus avençados do regime, parasita e opinador minimalista).

Estiveram, copiosos e em conclave, na Pousada da Bica de Pedra, em Maceió, para parodiar e congeminar o melhor modo de entrar no curral das galinhas, para as trucidar. Perguntar-me-ás, que nos interessa o conclave? E eu digo-te. A questão central, está no modo como se reparte a paparoca. Enquanto alguns belzebus vão ao Brasil, para parodiar, entre caviar, moet, tinto vale meão, tomar um banho com sais, dormir em cama fofa e arejada, “pinar”, recuperar, e no outro dia, estar pronto para achocolatar ao sol, milhares de homens, nas nossas cidades, só tiveram direito à fatia de bolo-rei, na tenda dos voluntários do exército contra a fome. Isso é grave? Como? Se a “pivot”, convidada a Maceió, Judite de Sousa, quisesse, por uma santa noite, ser santa, em lugar de belzebu, convidaria para a sua entrevista semanal, não um belzebu que por norma assume a defesa ideológica do sistema, mas um sem abrigo, para ouvir a estória de quem, após o bolo-rei, teve de voltar ás caixas de cartão, para passar a noite deitado sobre as pedras da calçada. Logo perceberias, como no reino, há os homens ricos e os que, para além de pobres, são ainda tansos. Percebo! É como a história da enfática pataca. Euro a mim…euro a mim…euro a mim…e euro a mim… e tu, se quiseres a fatia de bolo-rei, nesta noite de consolação, vai à tenda dos voluntários conta a fome. Mas apressa-te, porque o tempo, ali, também é escasso. Brilhante observação.
Agora, toma atenção, em como belzebus transfigurados em raposas, de porta aberta, entram no galinheiro, para de seguida devorarem os galináceos. A TAP, contratou e gastou 3 milhões de euros, com o escritório dos advogados, Rui Pena & Arnaut, (verdadeiros quadradões do PPD/PSD), para assessoria, em referência à privatização da TAP. Enquanto o único candidato à privatização, German Efromovich, gastou 1,5 milhões de euros, envolvendo 40 pessoas no processo. Limpo, sem rasto de penas.
Mas então, quando é que acaba a nossa cepa torta, avô? Não sei, netinha. Até lá, tenho a firme convicção, de que muito galináceo vai sendo depenado, enquanto boceja.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Nos cem anos de Cunhal



O PCP assinalará, durante 2013, o centenário de Álvaro Cunhal. São muitas as iniciativas que no decorrer deste ano homenagearão aquele que, nas palavras de Jerónimo de Sousa “permanecerá como exemplo maior do combatente abnegado de um Partido cuja história se confunde com a história da luta do povo no último século”.
Através de várias iniciativas, com início no próximo dia 19, será lembrada a dimensão do líder histórico dos comunistas portugueses como homem, como militante comunista, como  intelectual e como artista.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O homem no seu labirinto


Augusto Alberto

No dia 27, 28 e 29 de Dezembro de 2012 saíram da Portela charters, rumo ao Dubai. Para levar Portugueses, que em regra roçam a mesa do orçamento e arrenegam a mudança. No grupo, inclusive, poderá ter viajado o homem da mala, Jacinto Leite Capelo Rego, que depositou a favor do CDS/PP, na agência do BES, na rua do Comércio em Lisboa, em dinheiro vivo, 1.060.250 euros. Ocorrência simultânea, com a manobra económica e ambiental dos sobreiros protegidos, na herdade da Vargem Fresca, que envolveu figuras gradas do Banco Espírito Santo e do CDS/PP.
Quem sabe se os anónimos cidadãos, que têm por hábito distorcer os factos e abjurar o que é público, não são amigos de caminho? De caminho, para essa gente, tanto faz que os símbolos se esgotem, desde que o único símbolo que prezam, o dinheiro, lhes permita passar o ano em locais exóticos. Mas eu não esqueço, nem os símbolos, nem que a riqueza produzida tenha sido colhida por essa nata. E se dúvidam, pergunto: Quem pagou e colheu com a cavacal derrapagem, no Centro Cultural de Belém? E quem pagou e colheu, com as toneladas de betão imersas na Barragem de Foz Côa, em virtude da leviandade administrativa? E quem paga e colheu, com a vaidade dos estádios do Europeu de Futebol? E quem paga e colheu, com a tolaria de mandar construir em Beja, um aeroporto sem préstimo? E quem paga e colhe, com a esbórnia dos submarinos?
Na Alemanha já há culpados a cumprir pena por corrupção e por cá, vivem em paz os senhores. E quem está a pagar e quem colheu com a esbórnia do BPN, que nos arrefece para além da alma, também o tutano? E quem está a pagar e quem colhe, com as ociosas parcerias público-privadas, tanto na área da saúde, (o hospital Amadora-Sintra foi um fardo para o Estado, e uma guloseima para os Melos), como na área do asfalto? E quem paga e quem colheu, com aqueles 12 anitos de descontos para a segurança social, adiantados aos gestores de topo, há uma dezena de anos atrás, logo no dia em que iniciaram funções na C.G. D.?
E quem paga e colhe, sim senhor, com as gordas avenças, com escritórios de advogados das nossas melhores praças, que em regra, protege quem colhe? E quem paga e quem colhe, (que farpa), com as subvenções anuais aos partidos? E quem paga e quem colhe…E os que, em lugares de administração, permitiram a paródia e a acumulação de riqueza nas mãos de uma dúzia de famílias, como no tempo da fascismo, foram julgados e punidos por ofensas à coisa publica? Não! Antes pelo contrário, subiram mais alto. Aos salões cobertos de veludo. Sou eu e o cidadão que vai de esparrela em esparrela, na carroça, a coberto da pantalha, direito ao precipício, quem paga, mas não colhe.
Está na altura de pedir contas à matilha que se serviu do PS, PPD/PSD e CDS/PP, e não a quem cumpre, viveu e vive dos seus rendimentos, as mais das vezes escassos e esparsos. A quem triplicou a divida pública em 12 anos, estimulou a degradação de serviços e empresas públicas, para justificar a senha liquidatária que se abate, até sobre empresas com sucesso económico e social, como os casos da GALP, Cimpor, EDP ou ANA, e também com a TAP, que não está a coberto de nova oportunista e cavalar decisão, apesar de em sua defesa, ter dito o seu presidente:  A TAP tem futuro como empresa pública.
É TEMPO de dizer: BAAAAAAAAAAAASTA...

Uma rara dúvida

Ele não lê jornais, come bolo-rei, investiu com sucesso no BPN e raramente tem dúvidas. Mas desta vez tem. Dúvidas, claro. Será a excepção que confirma a regra, em calhando. Mas não lhe fica nada bem, estando no lugar em que está. Essas dúvidas sobre o que é tão simples, tão visível, tão sensível surgem pelo facto de, além de não ler jornais, também não conhecer lá muito bem o país de que é, supostamente, presidente da república.