(…) Os neoliberais modernos, procurando afastar da sua consciência o seu estatuto de meros joguetes da alta finança, simplesmente deram Marx como ultrapassado pela História. Só que hoje, as palavras de Marx soam retumbantemente no fecho de cada banco, na entrada de milhares de trabalhadores nas hostes do desemprego, nas guerras de rapina das matérias primas - de resto, assumidas dessa forma pelos seus autores, e pintadas com cores de guerras pelos Direitos Humanos pelos ignóbeis neoliberais. Em suma, Marx, no domínio da economia, está ao nível de um Galileu na Física. Tal como ele, as suas teses foram objecto de renhidos conflitos ideológicos. (…)
Adenda: Samuel diz que não percebe nada de finanças. Mas pronto, lá vai demonstrando preocupações ambientais. Já é alguma coisa. Aqui.
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2 comentários:
De facto... contra factos não há argumentos...
Um abraço.
Só quem conhece a superfície do marxismo pode afirmar, perentoriamente, o que é dito no post. O materialismo dialéctico é um instrumento interessante de análise socio-política, aliás já enunciada por Hegel; mas o determinismo pseudo-científico do materialismo histórico foi transformado em "religião agnóstica", como se o devir humano tivesse um só caminho traçado, em busca de uma putativa e romântica utopia do fim da História. Aí Marx e, sobretudo os seus seguidores mais relevantes, falharam em toda a linha, cometendo à luz desse desígnio indicutível, as maiores atrocidades só igualadas, no horror, ao nazismo e fascismo. A sua leitura demasiado elementar da História europeia (o marxismo não entendeu a realidade africana, por exemplo...) criou mitos que agrilhoaram as mentes de quem acreditou na salvação proletária através da melhor redisdtribuição da mais valia. Ora, como se viu na URSS e seus satélites, isso não aconteceu nem produziu indícios de aproximação da proposta teórica à prática. Logo, citando Marx, foi "voluntarista" e condenou muitos dos seus crentes à frustração ainda hoje mal resolvida.
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