por Augusto Alberto
Fui um dos mais de 200 mil com que se fez no último dia 13/Março, a grande manifestação Nacional dos Sindicatos Nacionais. Foi, não tenhamos dúvidas, uma grande e mobilizadora manifestação. Mais de 200 mil, sem espinhas, embora se possa discutir se com a pátria às aranhas, não seria de esperar mais gente, ou sabendo como esta mesma pátria demora a reagir, se esse número não foi belo? Pela minha parte, não tenho a mínima dúvida, esta manifestação acertou em pleno. Basta ler posteriores reacções, sempre muito azedas, e até o “pai” Soares, acha que tanta gente assim reunida, equivale a dizer que as coisas não vão bem e as causas e os efeitos são impossíveis de ignorar. Mas soma-lhe ainda o facto, estranho, de os meios para levar as pessoas a Lisboa terem sido enormes. Nem mais, ele sabe bem como estas coisas se fazem, só que desta vez a manifestação não foi “silenciosa”. Um poucochinho de memória não faz mal a ninguém, nem a este “pai”. O primeiro-ministro, inevitavelmente, encrespou-se, rilhou os dentes. Tem razão. O fim-de-semana não lhe foi pacífico. Também professores, muitos deles seus votantes, levantaram-lhe o cartão vermelho, em cheio, capaz de lhe baralhar o sono. E o Presidente da República, aos factos, disse nada, que é um modo infantil, repetido, de assumir culpas. Para que queremos um homem assim?
Para os mais eufóricos, poderá dar a ideia de que agora vai. Calma, muita calma, ou muito me engano, ou muita daquela gente ainda vai votar P.S e cuidado, muito cuidado, o capitalismo não está ainda de mãos no chão, e muito menos em posição de quatro, só aturdido, mas ainda com amplos e fortes recursos. Por isso, esta crise geral do capitalismo, não será o seu fim, mesmo que na sua pátria vejamos imagens cruéis de miséria larvar. De gente que teve de se desfazer de casas adquiridas numa vida de trabalho e hoje estão a viver em tendas, em parques e jardins, como tenda levantada em férias de montanha e a taxa de tuberculose estar em caminho galopante. O capitalismo, faz-me lembrar o contrário do atleta com vida ampla no mundo da alta competição, que, em cada ano que se renova, começa sempre num patamar superior, mas ele, capitalismo, está cada vez mais colocado nessa razão inversa, ou seja, vai recuperar, vai de novo voltar, nova crise virá, voltará de novo, mas sempre de um patamar cada vez mais baixo, até que virá o dia em que os Povos descobrirão formas de organização social mais justa, tendo em conta experiências já vividas, mas nunca concluídas em pleno. A história ajustar-se-á então ao tempo.
Para os mais piedosos e que ainda vão acreditando nesta gente, é preciso dizer que este capitalismo não dá ponto sem nó, e a simples eleição de um presidente negro, na pátria do grande capital, corresponde a essa capacidade de embalar. A natureza do regime capitalista americano e mundial não está posto em causa, basta verificar como se distribuíram os fundos de campanha, com os pratos da balança muito desequilibrados a favor da parte, desta feita vencedora, contrariando o registo do equilíbrio. Essa gente às vezes é tola, mas não trôpega. Um xarope para acalmar, sossegar corações e emoções, calha sempre bem. É um embuste! O sonho americano, e o de fazer vida no capitalismo, vai sendo cada vez mais curto e por isso, deixando cada vez mais gente para lá das fímbrias, inteiramente de fora.
Haverá sempre gente que acredita em rosas e anjinhos. São os piedosos…Mas a verdade é que alguns desses, que acreditaram, estiveram pela primeira vez numa grande manifestação, porque o capitalismo os tratou sem dó nem piedade. Mas…
Mas voltando à manifestação, quero ainda aqui dizer, que Manuel Carvalho da Silva fez um discurso bastante razoável, mas começa a dar alguns sinais de que está cansado...
Para os mais eufóricos, poderá dar a ideia de que agora vai. Calma, muita calma, ou muito me engano, ou muita daquela gente ainda vai votar P.S e cuidado, muito cuidado, o capitalismo não está ainda de mãos no chão, e muito menos em posição de quatro, só aturdido, mas ainda com amplos e fortes recursos. Por isso, esta crise geral do capitalismo, não será o seu fim, mesmo que na sua pátria vejamos imagens cruéis de miséria larvar. De gente que teve de se desfazer de casas adquiridas numa vida de trabalho e hoje estão a viver em tendas, em parques e jardins, como tenda levantada em férias de montanha e a taxa de tuberculose estar em caminho galopante. O capitalismo, faz-me lembrar o contrário do atleta com vida ampla no mundo da alta competição, que, em cada ano que se renova, começa sempre num patamar superior, mas ele, capitalismo, está cada vez mais colocado nessa razão inversa, ou seja, vai recuperar, vai de novo voltar, nova crise virá, voltará de novo, mas sempre de um patamar cada vez mais baixo, até que virá o dia em que os Povos descobrirão formas de organização social mais justa, tendo em conta experiências já vividas, mas nunca concluídas em pleno. A história ajustar-se-á então ao tempo.
Para os mais piedosos e que ainda vão acreditando nesta gente, é preciso dizer que este capitalismo não dá ponto sem nó, e a simples eleição de um presidente negro, na pátria do grande capital, corresponde a essa capacidade de embalar. A natureza do regime capitalista americano e mundial não está posto em causa, basta verificar como se distribuíram os fundos de campanha, com os pratos da balança muito desequilibrados a favor da parte, desta feita vencedora, contrariando o registo do equilíbrio. Essa gente às vezes é tola, mas não trôpega. Um xarope para acalmar, sossegar corações e emoções, calha sempre bem. É um embuste! O sonho americano, e o de fazer vida no capitalismo, vai sendo cada vez mais curto e por isso, deixando cada vez mais gente para lá das fímbrias, inteiramente de fora.
Haverá sempre gente que acredita em rosas e anjinhos. São os piedosos…Mas a verdade é que alguns desses, que acreditaram, estiveram pela primeira vez numa grande manifestação, porque o capitalismo os tratou sem dó nem piedade. Mas…
Mas voltando à manifestação, quero ainda aqui dizer, que Manuel Carvalho da Silva fez um discurso bastante razoável, mas começa a dar alguns sinais de que está cansado...
5 comentários:
200 mil são apenas dois estádios da Luz cheios!
Contas muito mal feitas. Mas a matemática sempre foi uma disciplina muito difícil e complicada.
Visão crítica, como sempre e como convém nestes tempos de marasmo.
Bom fim-de-semana!
Muito curiosa a nota subtil de distanciamento em relação a Carvalho da Silva, cujo discurso tem evoluído para registos realistas e de maior abrangência. Assim sendo, logo se inquietam os estalinistas empedrenidos... Registo.
Excelente texto - do princípio so fim...
Um abraço.
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