Por uma vez Cavaco Silva lá cedeu ao bom senso. Penso que as teorias que defendem a realização das eleições autárquicas e legislativas no mesmo dia por redução de custos não têm razão de ser. Os actos eleitorais são necessariamente previsíveis, logo a república tem de contar com esses gastos, em nome do próprio regime democrático. Numa ditadura é que se poupa o erário público, uma vez que as eleições se realizam quando “eles” querem. Outro argumento seria, ou gostavam os defensores do acto simultâneo que fosse, a diminuição da abstenção. Também aqui penso que é uma treta, porque quem quer votar vota, quem não quer, não vota, seja no mesmo dia, seja noutro dia qualquer.
O que me parece pacífico é que são dois actos completamente diferentes. Nas autárquicas podem aparecer coligações que nas legislativas serão impensáveis ou, melhor, mais difíceis. Ou vice-versa. Ou o contrário.
Vejamos, por exemplo, este caso aqui na Figueira da Foz: os dois candidatos independentes à câmara municipal, da área social-democrata, o que concorre pelo PSD e o que concorre como independente, nas autárquicas vão ser adversários. E nas legislativas?
Daí a pergunta:
Dá para imaginar a esquizofrenia de uma campanha em que de manhã os candidatos estivessem coligados para a Câmara e lá mais p’rá tardinha já fossem adversários na outra campanha?!
Ou vice-versa.
4 comentários:
É fantástico quando o "bom senso" é usado para confundir!
É ainda mais fantástico quando são os mesmos, sempre os mesmos "sensatos"...
HAJA PACIÊNCIA....
venceu o bom senso. mais nada.
abraço do vale
Ele bem se esforçou para que as eleições fossem simultâneas, mas as circunstâncias obrigaram-no a fazer o que não queria...
Um abraço.
O homem ainda esperneou. Tinha sondagens!
Prevaleceu o bom senso: legislativas e autárquicas em dias diferentes.
http://movimentodaspalavrasarmadas.blogspot.com/
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