Augusto Alberto
Há portugueses escravizados em Espanha, e por portugueses. A gente sabe que há e por isso, nesta notícia, já não há originalidade. E sabemos com toda a certeza que vai continuar a haver, disso não tenhamos dúvidas. São os portugueses vulneráveis, dizem os biltres do regime.
Mas há outros portugueses, também escravizados, mas que são um pouco diferentes. São os da lufa-lufa das estradas.
São os portugueses, europeus, assalta-me a dúvida, que arrancam pela calada da noite ou pela madrugada de domingo, e é vê-los a fazer quilómetros danados nas rectas que logo começam após a fronteira e continuam por Ciudad Rodrigo, Salamanca, Valhadolid, estão em Castela e, Miranda de Ebro, vão para o Pais Basco. Sexta-feira, frenéticos, regressam pela tarde a entrar pela noite e madrugada. Mas as rectas são falsas, porque convidam à velocidade em cima do cansaço, da moleza e do sono.
Para o caso, reflicto também sobre a viagem épica do elefante Salomão para a Áustria. Das canseiras, dos trabalhos épicos do seu tratador e dos trabalhadores que lhe iam mantendo a estrutura e dos desgraçados dos militares que providenciaram acompanhamento e segurança.
Sabemos que o elefante Salomão, aportou à Áustria e por lá ficou. Não se fatigou em idas e voltas. Teve tratador, ração, o banho merecido e indispensável e morreu de velho. Mas isto foi na corte, lugar de onde um modo geral as pessoas nascem com o cu virado para a lua e ele, sortudo, porque um elefante não pede, acabou no sossego. E é assim que a vida deve ser. Nascer, viver com calma e morrer depois de uma velhice de modorra e farta.
Mas volto aos Portugueses, que a pátria despreza, num atavismo, que ficam aqui ao lado, porque foi o que se arranjou, e por isso vão e vem. Algumas vezes, vão, mas já não voltam, ou vem, mas já não vão. Ficam-se nas rectas, esgotados, e por isso, melhor sorte teve o elefante Salomão, que de pança cheia, morreu velho, de modo respeitável, como deverá morrer todo o bicho, excepto, o bicho português, emigrante, que às vezes não chega a lado nenhum.
Dir-se-á que é sina de pobre. Não é sina, nem pode ser um anátema, apesar dos portugueses andarem nisto há séculos. Eu diria antes, que na verdade, os portugueses estão a ser vítimas de um tal, socialismo de rosto humano, recordam-se? Que foi feito dele? Foi peditório para o qual eu nunca dei, confesso, e sempre tive dúvidas quanto à sua bondade, mas que ainda anda por ai a entreter, olá se anda…
Por isso, apetece-me dizer, que gosto bem mais do Saramago, serralheiro mecânico, comunista e Nobel, isto é que os fode, inventor de tremendas histórias, para o caso, a do elefante Solimão, e do Saramago que não acredita em deus. Por isso, façam o favor de continuar a ser o que são, uns biltres, que também foi coisa que deus, se existe, criou.
Mas há outros portugueses, também escravizados, mas que são um pouco diferentes. São os da lufa-lufa das estradas.
São os portugueses, europeus, assalta-me a dúvida, que arrancam pela calada da noite ou pela madrugada de domingo, e é vê-los a fazer quilómetros danados nas rectas que logo começam após a fronteira e continuam por Ciudad Rodrigo, Salamanca, Valhadolid, estão em Castela e, Miranda de Ebro, vão para o Pais Basco. Sexta-feira, frenéticos, regressam pela tarde a entrar pela noite e madrugada. Mas as rectas são falsas, porque convidam à velocidade em cima do cansaço, da moleza e do sono.
Para o caso, reflicto também sobre a viagem épica do elefante Salomão para a Áustria. Das canseiras, dos trabalhos épicos do seu tratador e dos trabalhadores que lhe iam mantendo a estrutura e dos desgraçados dos militares que providenciaram acompanhamento e segurança.
Sabemos que o elefante Salomão, aportou à Áustria e por lá ficou. Não se fatigou em idas e voltas. Teve tratador, ração, o banho merecido e indispensável e morreu de velho. Mas isto foi na corte, lugar de onde um modo geral as pessoas nascem com o cu virado para a lua e ele, sortudo, porque um elefante não pede, acabou no sossego. E é assim que a vida deve ser. Nascer, viver com calma e morrer depois de uma velhice de modorra e farta.
Mas volto aos Portugueses, que a pátria despreza, num atavismo, que ficam aqui ao lado, porque foi o que se arranjou, e por isso vão e vem. Algumas vezes, vão, mas já não voltam, ou vem, mas já não vão. Ficam-se nas rectas, esgotados, e por isso, melhor sorte teve o elefante Salomão, que de pança cheia, morreu velho, de modo respeitável, como deverá morrer todo o bicho, excepto, o bicho português, emigrante, que às vezes não chega a lado nenhum.
Dir-se-á que é sina de pobre. Não é sina, nem pode ser um anátema, apesar dos portugueses andarem nisto há séculos. Eu diria antes, que na verdade, os portugueses estão a ser vítimas de um tal, socialismo de rosto humano, recordam-se? Que foi feito dele? Foi peditório para o qual eu nunca dei, confesso, e sempre tive dúvidas quanto à sua bondade, mas que ainda anda por ai a entreter, olá se anda…
Por isso, apetece-me dizer, que gosto bem mais do Saramago, serralheiro mecânico, comunista e Nobel, isto é que os fode, inventor de tremendas histórias, para o caso, a do elefante Solimão, e do Saramago que não acredita em deus. Por isso, façam o favor de continuar a ser o que são, uns biltres, que também foi coisa que deus, se existe, criou.
3 comentários:
Tens uma certa razão.
Eu gosto de ler Saramago e quem dele não gosta, nunca foi capaz de o ler até ao fim. Pensar custa.
ò Sr. Alexandre é mesmo necessário utilizar a rudeza dos palavrões para afirmar em tom mais forte a sua opinião ?
Há uma outra modalidade de escravos e negreiros: as empresas de trabalho temporário, de que o próprio Estado se serve frequentemente. Fornecem mão de obra submissa, veneradora e obrigada (de outro modo... rua!), que se sujeita a tudo isto para ir almoçando todos os dias.
O Estado e as empresas pagam aos "negreiros" e só uma pequena parte chega aos que vergam a mola.
Uma vergonha!
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