Ontem recebi de um amigo, a viver no Brasil, imagens do Haiti que nos colocam proximo da obscenidade. Porque só agora estas imagens, somos levados a perguntar. Porque foi preciso que o capitalismo abrisse uma colossal brecha, que somou ao Haiti mais miséria à miséria. Até há bem pouco tempo, o Haiti era aquele bocadinho, completamente privado, na rota dos colossais barcos de gente com muito, muito dinheiro. De resto, os milhões de desgraçados, nunca contaram para nada, a não ser para fazerem o papel de desgraçados, para um dia serem a cara da caridadezinha.
É nesta relação fétida de opulência e miséria que o grande capital vem fazendo a sua escola e a sua história, ao arrepio das necessidades dos povos. A isto, uns fulanos medrosos, vão chamando democracia.
Mas é evidente que o mundo está muito para lá daquilo que nos parece e tem factos que nem sequer imaginamos. Por isso, não se julgue que estas imagens destrutivas e desconstrutivas do Haiti não têm paralelo. Desenganem-se. Chegará o dia em que imagens nos dirão,como famílias completas americanas assentaram em parques e jardins, com tenda, porque o mundo que os moldou, os atirou para as fímbrias e lá se foi o sonho e a grandeza da família americana. Assim como notícias que nos vão chegando, das centenas de mendigos, expostos à inclemência do frio pela Europa central, que morreram álgidos, sem agasalho e sem beira nem eira. Estas serão sempre notícias e imagens desapiedadas, por factos tão semelhantes, que caracteriza o grande capital. Porque trata as coisas do mesmo modo, quer seja no Haiti, em Nova Orleães, na Alemanha, na França ou Polónia. Não sei se será por causa destes factos indestrutíveis, mas já há muito notei que os defensores desta sacra sociedade estão, parece-me, em fase de hibernação. Eu sei que é difícil tratar por bem estas coisas e que o seu branqueamento não é fácil, porque não há como derrubar os factos.
Tenho ainda bem a noção de que é difícil tomar partido sobre as coisas e os factos, às vezes até é perigoso, mas mais vale a pena correr os riscos inerentes à verdade, do que ser um sacana mole. Por isso, no conforto das imagens que me foram enviadas, e que vos deixo, é agora o momento de os anónimos defensores desta coisa fétida, que tratam por democracia, terem a bondade de nos dizerem,que lhes chegam as migalhas.
É nesta relação fétida de opulência e miséria que o grande capital vem fazendo a sua escola e a sua história, ao arrepio das necessidades dos povos. A isto, uns fulanos medrosos, vão chamando democracia.
Mas é evidente que o mundo está muito para lá daquilo que nos parece e tem factos que nem sequer imaginamos. Por isso, não se julgue que estas imagens destrutivas e desconstrutivas do Haiti não têm paralelo. Desenganem-se. Chegará o dia em que imagens nos dirão,como famílias completas americanas assentaram em parques e jardins, com tenda, porque o mundo que os moldou, os atirou para as fímbrias e lá se foi o sonho e a grandeza da família americana. Assim como notícias que nos vão chegando, das centenas de mendigos, expostos à inclemência do frio pela Europa central, que morreram álgidos, sem agasalho e sem beira nem eira. Estas serão sempre notícias e imagens desapiedadas, por factos tão semelhantes, que caracteriza o grande capital. Porque trata as coisas do mesmo modo, quer seja no Haiti, em Nova Orleães, na Alemanha, na França ou Polónia. Não sei se será por causa destes factos indestrutíveis, mas já há muito notei que os defensores desta sacra sociedade estão, parece-me, em fase de hibernação. Eu sei que é difícil tratar por bem estas coisas e que o seu branqueamento não é fácil, porque não há como derrubar os factos.
Tenho ainda bem a noção de que é difícil tomar partido sobre as coisas e os factos, às vezes até é perigoso, mas mais vale a pena correr os riscos inerentes à verdade, do que ser um sacana mole. Por isso, no conforto das imagens que me foram enviadas, e que vos deixo, é agora o momento de os anónimos defensores desta coisa fétida, que tratam por democracia, terem a bondade de nos dizerem,que lhes chegam as migalhas.
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