1. Um dos graves problemas, senão o único, da sociedade actual é que não existe poder político. O erradamente chamado poder político vive de joelhos perante o poder económico, agora alcunhado de “mercados”. Ao ponto de perder a dignidade e se “esquecer” de que é ele que deveria legislar e governar.
Não passando por isso de comissários políticos do grande capital chegam ao ponto de ignorarem o seu próprio papel de governantes ao solicitarem à banca para ela própria se autoflagelar com impostos. Ingenuidade? Não creio. Ninguém no seu perfeito juízo pensa que quem tem privilégios os perca de livre vontade. Será antes filha da putice ou, o que estará subentendido, colocar-se na cómoda posição de viver de joelhos a troco de algumas patacas. O que, em última análise, se chama corrupção.
2. Os servidores de serviço do capital são, periodicamente, substituídos. Os actuais, renitentes quanto à substituição iminente e querendo agarrar-se ao tacho, fazem o possível para se manterem à tona, ou seja, perto do poder. Só assim percebo a proposta do ministro para uma grande coligação. É uma falácia. Não é possível uma grande coligação. A possível é com os partidos subservientes do grande capital, que é como quem diz, não há grandes hipóteses de se mudar o que realmente interessa mudar: as políticas. Porque a Esquerda nunca entraria numa coligação para gerir o que está errado e continuar esta política que nos levou ao estado a que isto chegou. Porque a Esquerda não aceita ir para o poder só por ir para o poder.
1 comentário:
Muito bem.
Um abraço.
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