O insuspeito diário “Correio da Manhã”, num colossal engano, colocou uma farpa sobre os bandidos. Disse-nos aquilo que já sabíamos. Que o Banco Central Europeu empresta à banca dinheiro com juros a 1% e, de seguida, essa mesma banca empresta ao estado o patriotismo mais 7% para juros. Por isto deveremos denunciar estes ignóbeis e inúteis patriotas.
Entretanto Helena Matos, a bela Helena, que escrevinha umas coisas no Público, jornal da burguesia urbana inteligente, desarrincou uma raivosa catilinária contra os funcionários públicos e a greve geral, na linha do que o actual governo do Partido Socialista fez, logo que Sócrates assumiu o poder. Os funcionários Públicos são os malandros, porque sem eles, a nação seria melhor - foi o que, sem espinhas, escreveu.
E eu, ao arrepio, dado que esta bela Helena prefere insultar e por isso nos remete para um duro combate ideológico, aproveito para lhe dizer que em vez de bater nos que não tiveram culpa desta “merda”, aproveite as páginas do jornal inteligente onde escreve, para começar a identificar todos quantos durante estes longos anos têm andado a gozar com os dinheiros públicos e as pessoas. É por isso, desde já lembro, que seria bom pedir contas ao actual presidente Cavaco, (pequena lasca de madeira), ou simplesmente o pequeno, em quem não votei, mas creio que ela, a bela Helena, votou, quem permitiu a fabulosa derrapagem nos custos da construção do Centro Cultural de Belém, dispendiosa obra do regime. Também não ficará mal perguntar a António Guterres porque permitiu que debaixo das águas límpidas do rio Côa, fossem depositadas toneladas de betão, ou melhor, toneladas de euros, de utilidade simplesmente nula. Venceram as gravuras, mas bom teria sido que se evitasse esse despejo de dinheiro, que hoje, ainda é uma espada que sobre nós cai. Depois do mal e da caruma, Guterres, pôs-se em fuga e ainda foi premiado, como convêm a quem trata mal a coisa pública, sem antes ter dado aval aos imorais estádios de futebol, alguns, autênticas inutilidades. E por último, por exemplo, a denúncia de um magistral flop, o putativo aeroporto de Beja, que rendeu votos e a cadeira de Presidente da Câmara de Beja, a um esmifrado e insultuoso anticomunista. Um dia as coisas voltarão ao lugar, porque quem nasce lagartixa nunca chegará a jacaré.
Se a bela Helena cuidasse de fazer um jornalismo sério dir-nos-ia que “patriotas”, afinal, são estes que fazem da agiotagem e do mau desempenho público, o seu modo de vida. E ainda os que praticando relações laborais escravas aforram milhões, que por artes maiores conseguem subtrair às mãos do fisco, ou melhor, retiram-se do contributo patriótico que parece só pode ser exigido a quem trabalha por 400/500 euros e os leva, porque não chega, a terem de estender a mão à caridade, essa nova espécie de “movimento nacional feminino”. Desenharia desse modo o perfeito quadro de quem nos tem andado a chupar e a empobrecer e logo pediria nessa folha diária, para além de responsabilidades políticas e administrativas, a reposição do que roubaram e roubam ou estragaram ou estragam. É que eu conheço muito bem, bela Helena, quem tenha cansado a inteligência na universidade a tirar um curso superior de gestão e contabilidade e hoje, ande tolo com os horários, numa caixa de um supermercado, a troco de pouco mais de 400 euros.
A esta bela Helena, se por sorte me ler, quero desde já dizer-lhe que o seu texto é miserável. Para além da menina não morder de facto na mão que lhe dá o prato, consegue com essa rancorosa conduta ideológica, que todos quantos trabalham sejam mordidos, exactamente por quem lhe chega, a si, a sopa.
E não me venham com merdas, porque a paciência começa a faltar.
2 comentários:
É facto que o desempenho dos serviços públicos não tem sido o melhor, rasando em alguns casos a mais completa incompetência. Claro que convém atirar as culpas aos funcionários públicos, exercício da mais pura desonestidade. Vejamos. Há os funcionários públicos e os que mandam neles. Desde 1985, ano do início dos governos do prof. Cavaco, que as chefias dos organismos públicos têm vindo progressivamente a ser ocupadas por "boys" partidários sem o mínimo de qualificações para os lugares nem aquele mínimo de senso que é saber-se que não se sabe. O produto final só pode ser mau. Não foram os funcionários que se lembraram do anedótico sistema de pagamento das SCUT. Não foram os funcionários que se lembraram dos relatórios pela internet dos pastores da transumância. Não foram os funcionários que entregaram todo o sistema fiscal a um computador, que faz intimações sem interferência humana. Não foram os funcionários que reduziram drasticamente os funcionários da saúde, levando às grandes esperas e negociatas adjacentes.
Se querem serviços públicos a funcionar bem, corram com os "boys" e devolvam a direcção dos serviços a quem tem competência para isso.
A "bela" Helena é um pouco como a da mitologia. Fugiu a Menelau porque não gostava dele (esta não gosta de greves) e amancebou-se com Paris (que lhe garantia o sustento e a vaidade). A guerra de Troia, talvez não se justificasse se soubessem que sob a beleza se escondia um caracter mais ou menos perverso. A estratégia do texto bem conseguido pelo guerreiro Aquiles (Augusto Alberto) talvez resgate a "bela" Helena, mas ninguém nos garante que ela vá rerspeitar os direitos e a honra de quem trabalha.
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