quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Denúncias inconvenientes

Augusto Alberto


Nestes últimos dias dei-me ao trabalho de sistematizar notícias, respigadas aqui e ali, e cheguei à conclusão, que são capazes de dar um singelo texto de denúncia.

Comecemos por Timor: Austrália, Estados Unidos e a ditadura indonésia, parece que se entenderam. Afinal, os abelharucos dos 5 jornalistas, em 1975, não foram vítimas de fogo cruzado, mas de simples fuzilamento. A democrática Austrália embrulhou, repartiu e comeu com os próceres indonésios.

Passemos à belíssima barbi, líder da revolução laranja da Ucrânia. Como é possível uma revolução que mobilizou um autêntico acampamento de tendas e imagens de um enorme movimento colectivo, que as tvs ocidentais, eufóricas, passaram, acabar assim, e ainda por cima, com a lei à perna, porque parece que as mãos da barbi, e amigos, a fazer fé, tal como cá, em tão pouco tempo, se tornaram ligeiras.

A terceira notícia, deveria envergonhar os europeus e americanos que empurraram a Jugoslávia para fabulosos banhos de sangue. Sempre se soube que o presidente eleito do Kosovo, Hashim Thaçi, e os amigos do UÇK, a quem esses ilustres lideres, na ânsia de punir e desmembrar a Sérvia, sem pestanejar, entregaram o Kosovo, são homens implicados no mais negro tráfico de droga e agora, também, com órgãos de prisioneiros sérvios. Parece que atrapalhados, querem passar as mãos por água benta, mas já não vão a tempo, porque em boa e rotinada verdade, todos, sem escolha, deveriam ser postos a ferros.

E por último, os Estados Unidos cederam aos desejos israelitas de construir novos colonatos, ao arrepio de todas as resoluções da ONU e do próprio quarteto constituído pelos Estados Unidos, esta União Europeia, a Rússia e a própria ONU. Quero aqui destoar e dizer que conversa é conversa, porque os E.U. precisam de ali manter o enorme porta-aviões, por razões de geopolítica dos espaços. Se alguma dúvida houver quanto ao interesse americano por esse espaço vital para o império, quero recordar, sobretudo aos ingénuos, que uma das razões para a invasão do Iraque às ordens de Bush e dos amigos do peito e armas foi o famoso road map, ou, em síntese, eliminava-se o Saddam e o poderoso lobby judeu daria de bandeja um estado palestiniano. Um embuste na directa razão, também, dos interesses que tem a ver com a imensa indústria do armamento, do Powell, Rumsfeld, Bush, etc, que são quem sabe destes amáveis negócios da morte. Por isso, o Nobel presidente dos Estados Unidos, de quem se esperava ser capaz de dar inicio a mundo melhor, acaba a fazer o que fizeram os anteriores terroristas. Aliás, como pode o império confiar nos amigos sauditas, que num dado momento podem ser varridos por uma revoada fundamentalista? Como sabemos de fonte segura, fazem difícil jogo de cintura. Manutenção de acordos com o império e por outro lado, financiam os movimentos muçulmanos que combatem os ocidentais.

Assim, o porta-aviões judaico ficará por muitos e bons anos, quer o presidente do império seja Nobel, ou o mais democrático vendedor de armas e fazedor de misérias.

Estas são razões suficientes para queremos a Wikileaks. Porque pelo menos algumas mulheres ficam a saber porque ficam viúvas.

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