Porque se beijaram, Passos Coelho e Portas, no último congresso do PPD/PSD? Paixão? Atracção? Vanguarda nos costumes? Nada disso!
Para festejar. A vitória em toda a linha do grande capital, especulativo e financeiro. Houve um dia em que o tiro lhes saiu pela culatra. Perderam guerras, puseram-se a jeito e permitiram a construção de modelo social e político diferente.
Depois recuperaram e saíram vencedores desse novo modelo, ao cabo de uma longa batalha. E inclusive, derrubaram muros e convenceram muita gente de que após derrubados, chegaria a verdadeira democracia e o tempo das cerejas e do mel. E agora, agiornados e em velocidade de cruzeiro, dizem como se faz e fará. Para que se perceba, mais do que palavras de um tipo celerado e comprometido, deixo aqui o que foi dito. “Os valores da solidariedade e da inclusão são eixos do modelo social europeu, mas, tal como existe hoje, não é sustentável a prazo. O modelo social europeu está morto e cabe aos Governos da zona euro avançar com reformas que sejam sustentáveis”. Pensamento do presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi. Draghi é um cavaleiro global, que foi muito claro ao dizer que os compromissos sociais, induzidos pela experiência socialista, nos estados capitalistas, são para deixar cair.
Vem aí uma nova versão da selva, que se vai dar a conhecer por uma repartição da renda, em que para os leões vão milhões e para os macacos vão tostões. É a selvajaria, rabiscada segundo a curva que índica o índice de GINI, que chegará em forma de embuste. Carro, trabalho e casa, mais os espantosos gadgets e a casa inteligente, que de tanto porfiar, deixará o dono na mão da banca, de que Draghi é príncipe, e um dia, de tão exausto, erguerá o pano branco da derrota e dirá: “Já não durmo. Já não bebo. Já nem como…”.
E agora, só me resta a insolvência. Está, pois, calmamente a ser explicada a quem serve a derrota do Socialismo. Dai o beijo que celebra uma vitória, mas que sela, de todo o modo, a derrota dos Povos.
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