Augusto Alberto
No princípio foi o verbo e
a seguir o anschluss. No dia 13 de Março de 1938 a Alemanha fascista anexa a
Áustria. E no dia 1 de Setembro de 1939, entrou pela Polónia. Povos, culturas,
estruturas, pontos de produção económica, aldeias, vilas e cidades, foram
arrasadas. Berlim foi tomada, mas recompôs-se e volta a dar de si.
Hoje, apesar de exigir o
pagamento da dívida grega aos seus bancos, recusa continuadamente cumprir o que
foi decidido na conferência de Paris de 1946. Pagar à Grécia 7,1 mil milhões de
dólares, a título de reparações de guerra. A Grécia tem inutilmente tentado cobrar
essa dívida. Fê-lo em 1945, 1946, 1947, 1964, 1965, 1966, 1974, 1987 e, após a
reunificação, em 1995.
E no dia 20 de Outubro do
corrente ano de 2012, apesar das rábulas atoleimadas de António Seguro, Jardim
Gonçalves, banqueiro meliante, igual a um qualquer bandido banqueiro alemão,
fervoroso da opus dei, e obsceno reformado, veio dizer mais da necessidade de
um novo anschluss, do que a mais refinada discussão ideológica. Disse o
banqueiro meliante que uma solução politica que incluísse o Partido Social-Democrata
e o Partido Socialista, seria melhor solução do que a actual, entre PSD e
CDS/PP.
Porque o Partido
Socialista tem uma maior base de apoio e detêm relações sindicais, que o CDS/PP
não tem. Preto no branco, o banqueiro meliante, confirma a necessidade da
anexação, pela desconstrução ideológica, resumindo a coisa a uma associação
simples, entre os dois principais partidos do sistema, em que um, desempenha
desgraçadamente o papel de fazer baixar, simultaneamente, o nível de discussão política
e das tensões sociais. Jardim Gonçalves pretende com esta solução amarrar o
Partido Socialista à sua vocação histórica de fazer retardar os movimentos
sociais, anexando desse modo a luta de classes.
Se eu fosse militante ou
votante do Partido Socialista, com renda do trabalho, modesta ou miserável,
ficaria desconfiado da minha militância e votação, porque afinal, ficamos a
saber que essa militância ou votação, servem em pleno um banqueiro meliante,
cabotino, obsceno e condenado, com reforma de 170 mil euros mensais, mais
secretária pessoal, motorista e avião particular. O banqueiro meliante, mais a
democracia cristã, mais a social-democracia, ou o socialismo de rosto humano,
só existem porque muitos dos militantes e eleitores ainda não perceberam que
quando militam e votam, estão a dar votos a porcos.
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